_Está aberta esta sessão extraordinária.
_É ao contrário da minha consorte, que é uma ordinária extra.
_ Senhor deputado "não sei quantos"... que parentesco tem consigo essa sua consorte, para eu estar preparado para o seu pedido de subsídios?
_Senhor primeiro-ministrante, consorte, é o mesmo que dizer que somos casados.
_Casada consigo, não teve sorte nenhuma. Um bom marido nunca diria que a sua esposa é ordinária extra...
_ Nesse caso, se ela é esposa, eu sou o esposo. Ou então, o marido e ela é a marida.
_Acabou!
_ Isso queria eu, que tivesse acabado... Mas continuamos casados.
_Senhor deputado... "não sei quantos"...
_Perdoe-me a observação, mas... o senhor primeiro-ministrante está ébrio, para dizer "não sei quantos" ? Eu estou sozinho.
_ Que significa a palavra "ébrio", para eu saber se estou isso?
_ Significa estar com os copos.
_ Mas que importância podem ter aqueles copos de cristal que tenho junto de mim? Foi uma oferta de um cidadão babaqueiro, para me agradecer eu ter dado um jeito de tirar o seu filho da cadeia.
_Tirar meu filho da cadeia? Mas eu nem filhos tenho.
_ O filho dele, Irra!
_ Irra? Mas que raio de nome botaram no filho.
_Vamos ao que importa! Esta sessão extraordinária é para enviar ao planeta dos Terráqueos um observador, porque nossos cofres ababacados estão quase a zero. Preciso de me inspirar.
_ Ah, nem preciso lá ir, senhor primeiro-ministrante, os lamentos das Pestes Grisalhas até se ouvem aqui no nosso planeta...
_E quem são as pestes grisalhas?
_ São os pensionistas de avançada idade, que já não podem trabalhar e estão a receber as suas míseras pensões de sobrevivência... Um ministrante da Assembleia da "Ré...Privada", chamou-lhes isso.
_ E de que serve o que acabais de dizer, para voltarmos a encher nossos cofres? Míseras pensões, se fizéssemos o mesmo, de pouco nos serviam...
_Peço a babaquice, senhor primeiro-ministrante...
_Tem a babaquice o senhor ministrante do pelouro dos cofres ababacados.
_ Senhor primeiro-ministrante, tenho uma ideia melhor, inspirada no citado planeta: Todos nós, os babacas ligados aos cofres ababacados, que chegaram a estar cheios à custa dos depósitos dos babacas que tiraram suas economias que escondiam debaixo dos colchões, quando fizemos uma campanha oferecendo o pagamento de mais dinheiro àqueles babacas que o botassem nos nossos cofres, vamos retirar para nós o resto que lá houver e declaramos falência.
_E depois? Como os poderemos encher novamente os cofres?
_ Como os terráqueos do meio financeiro, inteligentíssimos, têm feito: Exigimos que nossos depositantes nos indemnizem pela falência...
Florinda Rosa Isabel