quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Palavras de Sabedoria, Mensagens dos Mestres

Como habitualmente às terças-feiras, voltamos para a partilha do texto aleatoriamente seleccionado. E hoje foi selecionado o livro PALAVRAS DE SABEDORIA - TOMO I, de Tatyana Mickushina e tradução de José Caldas, inserido na Colecção "Saberes".

UM ENSINAMENTO SOBRE O KARMA DA RIQUEZA E DA POBREZA
Senhor Surya

EU SOU Surya e vim novamente a partir do Grande Sol Central para vos contactar através desta Mensageira.
Vim dar‑ vos um importante ensinamento sobre o karma e a sua transmutação.

Se olhassem para a Terra do ponto de vista dos Grandes Seres de Luz que habitam a Eternidade, reparariam que o planeta e tudo o que vos rodeia, bem como os vossos quatro corpos inferiores, nada mais representam do que karma. A Energia Divina dispendida pelos humanos encarnados nos planos inferiores durante o actual ciclo cósmico, ao passar pela sua consciência, é refractada, tornando‑ se mais densa e criando o mundo material que vos envolve.
Este mundo manifesta‑ se gradualmente a partir dos planos mais subtis e cria um palco gigantesco onde cada um desempenha os seus papéis. É a este palco que descem, encarnação após encarnação, para desempenhar o vosso guião.
Portanto, sob esta perspectiva, pode‑ se dizer que o mundo material representa o karma ou a energia cristalizada, gerada pelas acções, pensamentos e sentimentos imperfeitos da humanidade. No entanto, mesmo com a pouca experiência adquirida na vida actual, poderão entender que será quase impossível aprenderem algo se nada fizerem na vida. Enquanto encarnados, estão constantemente a adquirir experiência. É impossível isso não acontecer, uma vez que a vossa presença no mundo material tem exactamente esse objectivo – passarem por um treinamento e adquirirem experiência.

Quando a vossa consciência atinge um determinado nível de evolução, ela ajudar‑ vos‑ á a controlar o estado do mundo. Serão capazes de o transformar, filtrando a Energia Divina que passa através de vós. Quando a vossa consciência atingir um nível suficientemente alto, o mesmo acontecerá às vossas vibrações. Canalizando‑ as para o mundo circundante, serão capazes de o transformar e de o fazer aproximar cada vez mais dos padrões Divinos.

A totalidade da existência parece uma “Leela” gigantesca, um jogo Divino. Estando presente em cada um de vós, através do Eu superior, o Senhor cria, primeiramente, um mundo ilusório que depois destrói numa sequência sem fim. É um processo que pode ser comparado ao de uma criança, que constrói um castelo de areia para a seguir o destruir e, depois construir um outro, mais perfeito. A cada tentativa, as suas criações tornam‑ se mais perfeitas, superando‑ se continuadamente e aperfeiçoando, cada vez mais, a própria perfeição. Sois como deuses e, nessa qualidade, tendes a oportunidade de criar e de produzir resultados cada vez mais perfeitos ao longo da vida.

Muitas pessoas preferem seguir o seu próprio caminho, organizando a sua vida e a realidade circundante de acordo com normas que estão longe da perfeição. Deus permite‑ vos experimentar. Mais cedo ou tarde, acabarão por saber distinguir aquilo que na vossa criação é belo e harmonioso e se mantém dentro dos padrões Divinos, do que é vil e feio e deve ser transformado. Portanto, se preferirem orientar a vida por baixos padrões e não por modelos Divinos, têm permissão para o fazer.

Estão neste mundo para aprender a distinguir entre os padrões Divinos e as suas imitações imperfeitas. Deverão aprender a fazer essa distinção em todas as esferas da vida. Sob as condições particulares do vosso mundo, tudo aparenta ser dual, de modo que aquilo que, à primeira vista, parece ser positivo, pode na verdade ser negativo (e inversamente) para a evolução da vossa alma.

É por isso que recomendamos que nunca façam julgamentos definitivos com a mente carnal. O pior mendigo (de acordo com as normas da vossa consciência) pode revelar‑ se afinal um homem espiritualmente rico, possuindo tesouros inestimáveis no seu corpo causal. Esse indivíduo pode ter encarnado intencionalmente, de modo a obter a experiência de uma existência miserável, porque as suas anteriores encarnações não lhe tinham permitido adquirir esse tipo experiência. Assumir consciente e voluntariamente uma existência miserável pode ser uma realização espiritual muito elevada. Muitas almas altamente evoluídas, tendo percebido o valor de tal experiência, decidem desistir das suas propriedades e status social e tornarem‑ se voluntariamente pobres. Conhecem certamente muitos exemplos da história. Mencionarei apenas Francisco de Assis e Gautama Buda. Se eventualmente se tivessem cruzado com Gautama, sentado num banco de madeira durante a sua encarnação, provavelmente pensariam estar perante algum mendigo insignificante, indigno da vossa atenção. E teriam cometido um erro e perdido a oportunidade de contactarem pessoalmente com o maior espírito da Antiguidade.

É por isso que a capacidade de fazer distinções, de discriminar vos é tão necessária.

Há um outro exemplo. Como sabem, há pessoas detentoras de grandes riquezas. Mas talvez não saibam que, para muitas, as suas riquezas são a sua maior provação. Sabem como lhes é difícil suportar o fardo das suas riquezas? Posso assegurar‑ vos que entre as pessoas muito ricas e muito pobres existem almas altamente evoluídas e existem almas que durante um longo período de tempo, se foram desviando do caminho Divino que lhes estava predestinado. Os contrastes do vosso mundo e o abismo que separa os ricos dos pobres são a prova do seu karma desequilibrado. Mas, ao mesmo tempo, por paradoxal que pareça, isso cria óptimas condições para a evolução das suas almas.

Sim, amados, o karma – embora esta afirmação vos possa parecer estranha – cria condições muito boas para o desenvolvimento das vossas almas. Ele é uma espécie de treinador, que vos coloca permanentemente sob pressão e não vos permite relaxar. Assim, mantêm‑ se constantemente em boa forma e prontos para se superarem no desenvolvimento das qualidades Divinas.

A riqueza e a pobreza extremas são, habitualmente, a consequência de um karma pesado. Mas há casos em que um ser toma esse karma voluntariamente sobre si próprio para esgotar mais rapidamente a sua carga kármica e, dessa forma, contribuir para aligeirar o karma da humanidade

É necessário saber fazer distinções. A atitude mais razoável perante a riqueza e a pobreza deve ser uma atitude de imparcialidade e de suspensão de quaisquer julgamentos prévios. O factor básico é o estado da mente. Se aceitarem da mesma forma a pobreza e a riqueza, essa é uma prova do vosso desapego em relação às manifestações externas. Devem desenvolver em vós mesmos uma atitude neutra em relação aos outros. Nem a riqueza nem a miséria representam uma prova da evolução da alma. Mas a atitude perante a riqueza e a miséria, essa sim, é uma evidência do nível das vossas realizações espirituais. Quando a consciência humana lidar imparcialmente com a questão da riqueza e da miséria, isso indicará que a humanidade já esgotou muito do seu karma neste mundo. E não haverá pobreza nem riqueza na terra por muito mais tempo.

Portanto, para vos dizer a verdade, a riqueza de alguns e a pobreza de outros é apenas uma das consequências da vossa consciência imperfeita. Logo que a vossa consciência supere esta imperfeição, não mais encontrarão na vida nem a pobreza nem a riqueza excessivas. Assim, a luta contra os ricos ou contra os pobres não faz sentido. A luta que deve ser travada é com a consciência imperfeita que nega a pobreza e aspira à riqueza. Não haverá pobres nem ricos, quando a consciência da maioria desenvolver uma atitude correcta para com a riqueza e a pobreza.

A raiz da pobreza e da riqueza assenta no karma do excessivo apego às coisas deste mundo. Podem voluntariamente assumir este karma e começarem a esgotá‑ lo ou podem continuar a desperdiçar a Energia Divina gerando ainda mais karma que se acumulará ao já gerado em encarnações anteriores. Tudo em redor é a consequência do karma pessoal e do karma da humanidade, produzido pelas vossas qualidades, acções, sentimentos e pensamentos. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso cria esse fundo evolutivo que permite à vossa alma ser testada e evoluir.

A existência pode parecer‑ vos absolutamente absurda e injusta. Mas talvez vos conforte saber que muitos Seres de Luz vos “invejam” as óptimas condições de que dispõem para a evolução das vossas almas. Muitos deles, de bom grado, trocariam de posição convosco, caso tal fosse permitido pela Lei Divina.

A vossa tarefa central é desenvolverem uma visão mais ampla sobre a evolução da alma, em particular, e sobre a evolução da humanidade e do universo, em geral. Ficarei satisfeito se a minha conversa de hoje puder contribuir para uma mudança adequada da vossa consciência.

EU SOU Surya e envio‑ vos as minhas saudações a partir do Grande Sol Central.

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