Como habitualmente às terças-feiras, voltamos para a partilha do texto
aleatoriamente seleccionado. E hoje foi selecionado o livro PALAVRAS DE
SABEDORIA - TOMO I, de Tatyana Mickushina e tradução de José Caldas,
inserido na Colecção "Saberes".
UM ENSINAMENTO SOBRE O KARMA DA RIQUEZA E DA POBREZA
Senhor Surya
EU SOU Surya e vim novamente a partir do Grande Sol
Central para vos contactar através desta Mensageira.
Vim dar‑
vos um importante ensinamento sobre o karma e
a sua transmutação.
Se olhassem para a Terra do ponto de vista dos Grandes Seres
de Luz que habitam a Eternidade, reparariam que o planeta
e tudo o que vos rodeia, bem como os vossos quatro corpos
inferiores, nada mais representam do que karma. A Energia
Divina dispendida pelos humanos encarnados nos planos
inferiores durante o actual ciclo cósmico, ao passar pela sua
consciência, é refractada, tornando‑
se mais densa e criando o
mundo material que vos envolve.
Este mundo manifesta‑
se gradualmente a partir dos planos
mais subtis e cria um palco gigantesco onde cada um desempenha
os seus papéis. É a este palco que descem, encarnação após
encarnação, para desempenhar o vosso guião.
Portanto, sob esta perspectiva, pode‑
se dizer que o mundo material
representa o karma ou a energia cristalizada, gerada pelas
acções, pensamentos e sentimentos imperfeitos da humanidade.
No entanto, mesmo com a pouca experiência adquirida
na vida actual, poderão entender que será quase impossível
aprenderem algo se nada fizerem na vida. Enquanto encarnados,
estão constantemente a adquirir experiência. É impossível
isso não acontecer, uma vez que a vossa presença no mundo
material tem exactamente esse objectivo – passarem por um
treinamento e adquirirem experiência.
Quando a vossa consciência atinge um determinado nível
de evolução, ela ajudar‑
vos‑
á a controlar o estado do mundo.
Serão capazes de o transformar, filtrando a Energia Divina que
passa através de vós. Quando a vossa consciência atingir um
nível suficientemente alto, o mesmo acontecerá às vossas vibrações.
Canalizando‑
as para o mundo circundante, serão capazes
de o transformar e de o fazer aproximar cada vez mais
dos padrões Divinos.
A totalidade da existência parece uma “Leela” gigantesca,
um jogo Divino. Estando presente em cada um de vós, através
do Eu superior, o Senhor cria, primeiramente, um mundo ilusório
que depois destrói numa sequência sem fim. É um processo
que pode ser comparado ao de uma criança, que constrói
um castelo de areia para a seguir o destruir e, depois construir
um outro, mais perfeito. A cada tentativa, as suas criações
tornam‑
se mais perfeitas, superando‑
se continuadamente e
aperfeiçoando, cada vez mais, a própria perfeição. Sois como
deuses e, nessa qualidade, tendes a oportunidade de criar e de
produzir resultados cada vez mais perfeitos ao longo da vida.
Muitas pessoas preferem seguir o seu próprio caminho, organizando
a sua vida e a realidade circundante de acordo com
normas que estão longe da perfeição. Deus permite‑
vos experimentar.
Mais cedo ou tarde, acabarão por saber distinguir
aquilo que na vossa criação é belo e harmonioso e se mantém
dentro dos padrões Divinos, do que é vil e feio e deve ser transformado.
Portanto, se preferirem orientar a vida por baixos padrões
e não por modelos Divinos, têm permissão para o fazer.
Estão neste mundo para aprender a distinguir entre os padrões
Divinos e as suas imitações imperfeitas. Deverão aprender
a fazer essa distinção em todas as esferas da vida. Sob as
condições particulares do vosso mundo, tudo aparenta ser
dual, de modo que aquilo que, à primeira vista, parece ser positivo,
pode na verdade ser negativo (e inversamente) para a
evolução da vossa alma.
É por isso que recomendamos que nunca façam julgamentos
definitivos com a mente carnal. O pior mendigo (de acordo com as normas da vossa consciência) pode revelar‑
se afinal
um homem espiritualmente rico, possuindo tesouros inestimáveis
no seu corpo causal. Esse indivíduo pode ter encarnado
intencionalmente, de modo a obter a experiência de uma
existência miserável, porque as suas anteriores encarnações
não lhe tinham permitido adquirir esse tipo experiência. Assumir
consciente e voluntariamente uma existência miserável
pode ser uma realização espiritual muito elevada. Muitas almas
altamente evoluídas, tendo percebido o valor de tal experiência,
decidem desistir das suas propriedades e status social
e tornarem‑
se voluntariamente pobres. Conhecem certamente
muitos exemplos da história. Mencionarei apenas Francisco de
Assis e Gautama Buda. Se eventualmente se tivessem cruzado
com Gautama, sentado num banco de madeira durante a
sua encarnação, provavelmente pensariam estar perante algum
mendigo insignificante, indigno da vossa atenção. E teriam
cometido um erro e perdido a oportunidade de contactarem
pessoalmente com o maior espírito da Antiguidade.
É por isso que a capacidade de fazer distinções, de discriminar
vos é tão necessária.
Há um outro exemplo. Como sabem, há pessoas detentoras
de grandes riquezas. Mas talvez não saibam que, para muitas, as
suas riquezas são a sua maior provação. Sabem como lhes é difícil
suportar o fardo das suas riquezas? Posso assegurar‑
vos que
entre as pessoas muito ricas e muito pobres existem almas altamente
evoluídas e existem almas que durante um longo período
de tempo, se foram desviando do caminho Divino que lhes
estava predestinado. Os contrastes do vosso mundo e o abismo
que separa os ricos dos pobres são a prova do seu karma desequilibrado.
Mas, ao mesmo tempo, por paradoxal que pareça,
isso cria óptimas condições para a evolução das suas almas.
Sim, amados, o karma – embora esta afirmação vos possa
parecer estranha – cria condições muito boas para o desenvolvimento das vossas almas. Ele é uma espécie de treinador,
que vos coloca permanentemente sob pressão e não vos
permite relaxar. Assim, mantêm‑
se constantemente em boa
forma e prontos para se superarem no desenvolvimento das
qualidades Divinas.
A riqueza e a pobreza extremas são, habitualmente, a consequência
de um karma pesado. Mas há casos em que um ser
toma esse karma voluntariamente sobre si próprio para esgotar
mais rapidamente a sua carga kármica e, dessa forma, contribuir
para aligeirar o karma da humanidade
É necessário saber fazer distinções. A atitude mais razoável
perante a riqueza e a pobreza deve ser uma atitude de imparcialidade
e de suspensão de quaisquer julgamentos prévios.
O factor básico é o estado da mente. Se aceitarem da mesma
forma a pobreza e a riqueza, essa é uma prova do vosso desapego
em relação às manifestações externas. Devem desenvolver
em vós mesmos uma atitude neutra em relação aos outros.
Nem a riqueza nem a miséria representam uma prova da evolução
da alma. Mas a atitude perante a riqueza e a miséria, essa
sim, é uma evidência do nível das vossas realizações espirituais.
Quando a consciência humana lidar imparcialmente com a
questão da riqueza e da miséria, isso indicará que a humanidade
já esgotou muito do seu karma neste mundo. E não haverá
pobreza nem riqueza na terra por muito mais tempo.
Portanto, para vos dizer a verdade, a riqueza de alguns e a
pobreza de outros é apenas uma das consequências da vossa
consciência imperfeita. Logo que a vossa consciência supere esta
imperfeição, não mais encontrarão na vida nem a pobreza nem
a riqueza excessivas. Assim, a luta contra os ricos ou contra os
pobres não faz sentido. A luta que deve ser travada é com a consciência
imperfeita que nega a pobreza e aspira à riqueza. Não
haverá pobres nem ricos, quando a consciência da maioria desenvolver
uma atitude correcta para com a riqueza e a pobreza.
A raiz da pobreza e da riqueza assenta no karma do excessivo
apego às coisas deste mundo. Podem voluntariamente assumir
este karma e começarem a esgotá‑
lo ou podem continuar
a desperdiçar a Energia Divina gerando ainda mais karma que
se acumulará ao já gerado em encarnações anteriores. Tudo em
redor é a consequência do karma pessoal e do karma da humanidade,
produzido pelas vossas qualidades, acções, sentimentos
e pensamentos. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso cria esse
fundo evolutivo que permite à vossa alma ser testada e evoluir.
A existência pode parecer‑
vos absolutamente absurda e injusta.
Mas talvez vos conforte saber que muitos Seres de Luz
vos “invejam” as óptimas condições de que dispõem para a
evolução das vossas almas. Muitos deles, de bom grado, trocariam
de posição convosco, caso tal fosse permitido pela Lei
Divina.
A vossa tarefa central é desenvolverem uma visão mais ampla
sobre a evolução da alma, em particular, e sobre a evolução
da humanidade e do universo, em geral. Ficarei satisfeito se a
minha conversa de hoje puder contribuir para uma mudança
adequada da vossa consciência.
EU SOU Surya e envio‑
vos as minhas saudações a partir do
Grande Sol Central.
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