MORRI

MORRI!" Morri! Vou a caminho do Céu Que escuro de breu! Deus não aceita o suicídio Não, não posso ir para Céu Mas que poderia eu fazer Que não fosse morrer? Minhas falsas amigas Vivendo de coisas belas (umas tagarelas) Gostavam de ser ouvidas Mas não me escutavam... Seus problemas valorizavam E os meus desprezavam! «Não faça caso disso! Esqueça!» Nem sabiam do que eu ia falar... Começavam logo a andar Interrompiam-me Não recebiam meu "lixo mental" Despejavam o delas no meu quintal! Eu era humana Não um robô programado Que a todos engana.. Afastava-me E perguntava-me: Por que aquelas loucas Faziam orelhas moucas? Por que ninguém Perde um minuto na vida Para salva uma vida num minuto? Uma vida que era minha... Meu suicídio lhes imputo! Mal abria a boca Ficava bacoca A falar só, metia dó... Estou a ver meu funeral (não está nada mal) Compraram montes de flores (que amores) Adornaram o caixão Cumpriram a "obrigação" De fingir, de carpir: «Coitada, lá se foi... Mas por que ela fez isto?» E eu, fugindo do Diabo Adivinho um mau bocado Pedindo perdão a Deus Pelos pecados meus.... Quando entrei em depressão Quis abrir meu coração Todas recusaram entrar Foram prà Discoteca dançar! Cambaleando Rastejando Pela estrada do sofrimento Ia cantarolando, gracejando Encobrindo meu tormento ... Afinal, tenho lugar nos Céus... Já vejo um Anjo se aproximar Vem a mando de Deus Abraçou-me com ternura Livrou-me de penas e de amargura Deitou-me, com carinho Em alvo lençol de linho.. Acordei a versejar: Que bom! Estava a sonhar. (20/05/2022) Florinda Rosa Isabel 6 comentários Florinda Rosa Isabel