sábado, 26 de agosto de 2023
Os Hipócritas
HIPOCRISIA+EGOÍSMO
Desde que aderi ao Facebook, fui observando quanta falsidade existe nessa rede social. Quem está em grupos observa melhor. Ontem, detectei uma hipocrisia que me despertou o alerta para outras que possam surgir, idênticas a esta, que pode colocar os grupos em risco de serem banidos, pois seus administradores são avisados quando são publicados vídeos ou assuntos escritos que vão contra os "Padrões da Comunidade". Tudo fica assinalado na "Qualidade" do grupo.
Então, alguns membros tipo "Chico-espertos", enviam directamente da "fonte" para o grupo, mas não partilham para seu próprio perfil, pois receiam ter problemas de bloqueio. Assim. fazem o "teste" no grupo, se este for banido, pouco se importam, pois são membros de outros.
Fora da vida virtual, ainda é pior, porque conhecemos pessoalmente as pessoas, familiares, amigos, conterrâneos...
No tempo da colheita da azeitona, é quando mais recordo todas as tentativas que fiz para me fixar, com meu marido, definitivamente na freguesia onde tínhamos casa e ainda íamos cultivando alguns terrenos, incluindo o que tínhamos próximo da residência. Nesse terreno, eu sonhava ter uma pequena casa, jardim, horta, venderíamos a que herdámos, demasiado grande para nós e a necessitar de obras. Esse caminho estava registado pelo meu Avô, com largura para caber uma junta de bois com o respectivos artefactos para lavrar. Também servia outras propriedades. Mas terminava na dos meus Avós. Como eram terrenos com algum declínio, assim que meus avós faleceram, alguns vizinhos aproveitando-se da ausência temporária dos seus herdeiros, que tiveram de procurar trabalho fora das suas raízes, foram construindo capoeiras para galinhas e "casebres" para cabras e ovelhas, diminuindo o caminho, pois este só lhes interessava até entrarem no seu terreno. Quando faleceram, seus herdeiros, ao cavarem para o cultivo, iam metendo a enxada por baixo do caminho, para ficar terra solta e este diminuir. Meus Padrinhos, idosos, deixaram de poder ir lá. Quando adoeceram, fui para casa deles para os cuidar. Quando herdei a propriedade por morte do último, só já podia passar uma pessoa.
Houve muitas promessas de ele ser restaurado, mas... Os anos foram passando e o egoísmo aumentando. Acabámos por desistir...
Quando conheci a família que me ajudou, gratuitamente, a cuidar de meu marido nos últimos anos da sua invalidez, ao perceber que eles gostavam imenso de lá ir e eram (são) pessoas que gostam de trabalhar no campo, "transferi-lhes" os meus sonhos para esse terreno, pois as promessas de se dar um jeito ao caminho continuavam, era mais uma família a ligar-se àquela Comunidade. Mas de promessas está o mundo cheio... E é nestas alturas que recordo tristemente minhas esperanças sobre o caminho imaginário e esta família a ter lá uma casinha, onde eu também poderia estar uns dias, "matar" saudades e ver os meus conterrâneos.
Foram há dois dias para lá. Desta vez têm de pernoitar no Mação, devido às restrições sobre poderem viajar, não sabiam quando podiam ir, já não tinham lugar onde costumam pernoitar.
É muito triste, que a maioria das pessoas só sinta no coração o desejo de "oferecer" flores àqueles que deixam o mundo, podendo oferecer-lhe melhor qualidade de vida enquanto ainda estão nele.
05 de Novembro de 2020.
Florinda Rosa Isabel
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