terça-feira, 12 de junho de 2018

CINISMO, HPOCRISIA NAS REDES SOCIAIS...

Não custa absolutamente nada pegar em postagens lindas, maravilhosas, de preferência com frases que falem de que devemos amar-nos muito uns aos outros, sermos gentis e o blábláblá do costume... e enviá-las para todos os "amigos", alguns dos quais nem se sabe quem são, nunca "clicofalaram" com eles por aqui, não fazem a mínima ideia de que continuem vivos ou se já estão na fila à espera de vez para nova encarnação! E mesmo àqueles que conhecem, não lhes ligam a mínima importância, nem mesmo esporadicamente dizer um "Olá, tudo bem?", nem respondem quando esses "amigos" tomam a iniciativa. Continuam a entupir o chat com várias postagens informativas ou bonitinhas, como se fossem distribuidores de publicidade de hipermercados...
Tive uma grande amiga, de coração, numa altura em que eu andava com graves problemas relacionadas com uma complicada enfermidade de um ente querido. Ela também. Acarinhávamo-nos reciprocamente para continuarmos a ter forças para aguentar tanto sofrimento. Ela deixou de vir ao chat. Nossa amizade era tão profunda, que eu senti o aviso desde o Brasil até aqui, de que ela não viria mais, partira para outro plano de existência... Mas os seus outros "amigos" continuaram durante alguns anos a felicitá-la pelos seus aniversários e a publicarem na sua página... Nem se deram conta de que ela não respondera aos anteriores nem publicava absolutamente nada, sua última postagem lá estava, a dar sinal de que algo tinha acontecido...
É muito interessante, quando se atinge o limite das 5 mil amizades... Que maravilha! Tantos amigos! Ora, se o ano só tem 365 dias, quantos anos serão precisos para se conseguir mandar um "Olá!" a eles todos?
Eu sei que, um dia qualquer, devido à minha idade já um tanto avançada, eu poderei aqui faltar sem aviso prévio. Por isso, actualmente, vou tentando não me esquecer de acarinhar meus amigos e amigas, pois não os considero virtuais, para mim, eles são reais.
Tal como já por aqui li algumas vezes: «Dá-me uma só flor em vida, não me dês ramos delas depois de morrer!»
Mas as pessoas não levam flores aos mortos por eles, pois sabem que estes já as não podem apreciar, mas precisam cumprir mais esta hipócrita tradição: matar ou mandar matar flores, para "honrar" o defunto
Florinda Rosa Isabel

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