ORGULHO
PORTUGUÊS…
Oiço ou leio, com frequência,
a expressão «Orgulho Português», e tento perceber os porquês
deste exacerbado orgulho. Consultando o mapa mundo, verifico que nem
“existimos”, estamos englobados numa pequena mancha conhecida por
Península Ibérica
Muitos se orgulham das “nossas
descobertas”. Acredito que esses aventureiros que arriscaram as
tormentas marítimas, estavam inspirados e conduzidos lá do ”Alto”.
Mas também acredito que a intenção não seria a de que fossem
escravizar, amarrar os indígenas a troncos e chicoteá-los
barbaramente…
Os
Portugueses não foram os únicos a aportar em terras longínquas,
outros o fizeram. E todos procederam conforme o estado da sua pouca
evolução. Portanto, todos fizeram o Bem e o Mal. Somos iguais a
tantos outros, não adianta sermos orgulhosos por este motivo.
Devíamos sentir orgulho, sim,
se não estivéssemos a contribuir na destruição do nosso planeta
conforme estamos, demasiado consumistas e pouco produtivos, muitos
terrenos abandonados e excesso de visitas às Catedrais de Consumo...
Modificarmos esta atitude, é que eu gostava imenso de ver nosso
pequeno rectângulo à beira Mar plantado com exemplos a serem
seguidos por outros.
A quantidade de turistas que
se espalham aqui por Lisboa, bem reparam e comentam entre si,
apontando as montanhas de lixo e as embalagens vazias das pizzas
largadas pelos passeios, e meneando negativamente a cabeça.
E também se, de entre todos
os países que deram provas de serem civilizados, abolindo aquele
selvagem prática para a qual, nós, cidadãos portugueses, estamos a
contribuir com os nossos impostos, que ostenta o nome “cultural”
de TOURADAS, o nome de Portugal estivesse incluído! Sim! Enquanto
essa violência existir, pouco avançámos para lá do tempo do Homem
das Cavernas!
O
respeito para com a Natureza está a regredir, ao invés de avançar.
As autarquias, que se têm por muito avançadas no progresso, só
pensam em atrair o turismo, declararam guerra ao que consideram ervas
daninhas, aplicando a monda química! Dois prejuízos: envenenam tudo
onde chegam com os seus potentes químicos, incluindo quem tem de
respirar naquela peçonhenta atmosfera, e deixam o solo mais
desprotegido, pois quando chove já não retém a abençoada água,
que se escapa, abrindo sulcos e estragando os caminhos de terra
batida que as autarquias demoram a reparar_ou nem reparam...
E
sentiria orgulho, sim, se as pessoas não estivessem a ser
substituídas por máquinas, acabando por ficar no desemprego
forçado, transformando-se em involuntárias recebedoras da
Segurança Social, ao invés de descontarem, o que equivale a uma
morte anunciada desta Instituição, com grave prejuízo para todos
nós.
Não! Não me sinto orgulhosa
por ser portuguesa, porque o País onde nasci orgulha-se daquilo que
devia envergonhá-lo!
05
de Junho de 2018
Florinda
Rosa Isabel
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