quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Na Terra Como No Céu... (Publicações Maitreya)

A todos, a nossa saudação.

Caros Amigos,

Terminadas as Feiras do Livro deste ano, voltamos, como habitualmente às terças-feiras, para a partilha do texto aleatoriamente seleccionado. E hoje foi selecionado o livro "O VERDADEIRO ENSINAMENTO DO CRISTO", do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov , inserido na Colecção "Prosveta".

2ª. parte do capítulo «NA TERRA COMO NO CÉU» - págs. 110 a 113

Toda a Criação resulta do trabalho do espírito e da matéria, pois o universo não é outra coisa senão isso: espírito e matéria. Para os materialistas, que não gostam de ouvir falar do espírito, podemos substituir a palavra espírito pela palavra força ou energia, porque o espírito é uma força. Só que, falando de força em vez de espírito, fica-se privado de todas as qualidades do espírito: a inteligência, a consciência, o amor... Em todo o caso, ninguém pode negar que tudo, no universo, gira em torno de duas realidades, quer lhes chamemos espírito e matéria, força e matéria, ou princípio masculino e princípio feminino.
A ciência interessa-se sobretudo pelo processo de evolução, graças ao qual as espécies vivas se diferenciaram e se organizaram, adquirindo propriedades e aptidões sempre novas. Ela só considerou, portanto, o movimento ascendente, isto é, o movimento da matéria para o espírito. Mas o que ela não viu foi que esse movimento evolutivo foi precedido de um movimento involutivo. Os cientistas não observaram isto porque esse movimento involutivo se realiza no mundo subtil e, por causa desta lacuna, as suas conclusões estão erradas.
A Ciência Iniciática ensina que toda a evolução é precedida de uma involução, isto é, de uma descida do espírito à matéria. Não se pode fazer a evolução sem a participação do espírito: é ele que contém a vida, a consciência, é ele que impele a matéria, as formas, as criaturas, para a perfeição.
É preciso compreender bem que não pode haver evolução sem uma involução prévia. Imaginar que as formas puderam evoluir por si próprias, sem antes terem beneficiado da involução, da descida do espírito, é não ter compreendido nada de nada.
Podemos representar esquematicamente esta ideia por dois triângulos: um, com a ponta virada para baixo, é o símbolo do espírito que desce à matéria para a animar, para a vivificar; o outro, com a ponta virada para cima, é a matéria que quer evoluir para se reunir ao espírito.
Podemos aplicar este simbolismo dos dois triângulos ao domínio da vida espiritual e dizer que aquele que adota a filosofia do triângulo da matéria abandona a terra, assim como todas as atividades e deveres que ela subentende, e daí advêm algumas anomalias. Ele deve trabalhar com o triângulo do espírito, que é o da realização, da manifestação, aqui no plano físico. Agora, o que há a fazer já não é tanto elevarmo-nos; pelo contrário, devemos descer. Alguns “místicos” dirão: «Oh! Mas isso é horrível! Descendo, vamos perder-nos. Não está escrito em parte alguma que devemos descer! Pelo contrário, precisamos de subir, de nos libertar da terra!» Como quiserdes, mas essa atitude não é a que Jesus preconizava quando dizia, na oração dominical: «...venha a nós o teu Reino, seja feita a tua Vontade, assim na terra como no Céu.»
Está a chegar a época em que já não se deve procurar a salvação refugiando-se no Céu. Esta atitude pode ter sido boa num dado momento, permitiu que se descobrissem aspetos muito importantes da vida interior. Mas agora já não devemos querer salvar-nos, apenas devemos empenhar-nos num trabalho glorioso para trazer o Céu à terra.
Perguntareis vós: «Mas como? Nós não podemos fazer isso!» Podeis, sim! O triângulo do espírito mostra-nos como trabalhar nesse sentido. O discípulo deve procurar o Céu, bem entendido, mas quando o alcança deve procurar fazer descer a luz que está no Céu, o amor que está no Céu, a força que está no Céu, a pureza que está no Céu, para os derramar sobre si e sobre todos os que o rodeiam. É assim que, após anos de esforços, ele consegue reunir o espírito e a matéria, e realizar plenamente o símbolo do selo de Salomão.
Nos livros esotéricos fala-se muito do selo de Salomão, mas muito poucos compreenderam a sua profundidade e o seu poder mágico. O seu poder provém do encontro e da penetração dos dois triângulos que simbolizam os dois princípios.
Atualmente, vemos manifestarem-se as tendências extremas. Países que são muito avançados no domínio técnico, económico e social, que fazem tudo para melhorar a sua situação aqui na terra, mas que suprimiram a ligação com o espírito, ao passo que outros possuem uma tal tradição de espiritualidade que negligenciam quase completamente a vida material, e milhões e milhões de pessoas vivem na sujidade, na miséria e na doença. Eu não dou razão nem a uns nem a outros, porque ambas as coisas são necessárias: estar sempre ligado ao Céu e trabalhar para a terra.






capa do livro








Até breve!


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