A todos, a nossa saudação. | |
Caros Amigos, Como habitualmente às terças-feiras, voltamos para a partilha do texto aleatoriamente seleccionado. E hoje foi selecionado o livro "O SEGUNDO NASCIMENTO - Amor, Sabedoria , Verdade", do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, inserido na Colecção "Prosveta". Parte do IV Capítulo: A SABEDORIA OCULTA NOS OUVIDOS - páginas 87 a 92 Nos aspetos, podemos encontrar igualmente a intensidade, a altura e o timbre. Consideremos um aspeto: o seu timbre depende dos dois planetas que o formam, a sua altura depende dos dois signos do zodíaco onde os planetas se encontram e a sua intensidade depende das casas onde ele ocorre. Hoje, a minha tarefa não é explicar-vos a astrologia, mas pôr algumas chaves à vossa disposição. Anda-se sempre a falar da harmonia celeste, sem se saber que estas leis fundamentais estão inscritas nos ouvidos, no aparelho de Corti. Tal como eu já vos disse, a qualidade essencial de Saturno é o discernimento. O sábio sabe discernir as coisas – a intensidade, a altura e o timbre –, sabe discernir o lobo dos cordeiros, as abelhas das vespas, as nascentes dos pântanos, o espiritual do material. É nisso que consiste a sabedoria: saber discernir cada coisa e a todo o momento. O órgão do discernimento a que eu me refiro é o terceiro ouvido. Sim, tal como existe um terceiro olho, do qual já vos falei, também há um terceiro ouvido, que os Iniciados e os clariaudientes souberam desenvolver. Este terceiro ouvido encontra-se na garganta, ao nível da glândula tiroide. Para o desenvolver, é necessário saber viver em silêncio. No passado, os Iniciados, os ascetas, os eremitas, iam viver em solidão, para escutarem a voz interior. Tal como Saturno, ficavam sós para ouvir… Se quereis ouvir a voz interior, entrai em vós mesmos e escutai-a. Pode distinguir-se uma pessoa sábia de outra que o não é apenas pela sua maneira de escutar. Escutar é uma grande ciência. Todos nós julgamos que sabemos escutar; não, existem muito poucos seres que sabem escutar, e esses são os verdadeiros saturnianos. Falam pouco e escutam. Eu disse que devíamos saber discernir os lobos dos cordeiros, as vespas das abelhas… Mas, por vezes, preferimos a intensidade à altura, e dizemos: «É um lobo, isso é verdade, mas é poderoso» e capitulamos perante esse lobo. Os cordeiros são fracos, é certo, mas são mais evoluídos do que os lobos. Para os lobos, a perspetiva do futuro não é boa. Não lhes preparam casa nem comida, toda a gente pensa em persegui-los e matá-los. Os cordeiros, pelo contrário, têm um bom futuro, porque sabem dar, e as abelhas também. Quem é avarento não recebe nada. Era uma vez um grande avarento que tinha ido parar ao inferno, mas os anjos tiveram piedade dele e quiseram fazer qualquer coisa para o salvar. Foram ter com S. Pedro, que consultou o seu calhamaço, para ver se o avarento teria feito alguma coisa de bom na vida. Depois de muito procurar, descobriu que, um dia, ele dera um rabanete negro a um pobre. Isso era suficiente para se tentar salvá-lo. Foram, então, buscar o rabanete e suspenderam-no por uma corda, para o fazer descer ao inferno, junto do avarento. Este, ao vê-lo, pegou-lhe com as duas mãos. S. Pedro e os anjos puseram-se de imediato a puxar a corda e ergueram o avarento, que estava agarrado ao seu rabanete com unhas e dentes. Estava ele já suspenso no ar, quando os seus companheiros de inferno, vendo-o escapar-se por aquele meio, se agarraram a ele, para também serem salvos… Mas o avarento, vendo que os outros iam beneficiar, juntamente com ele, do inesperado socorro, pôs-se a gritar: «Larguem-me as pernas, este rabanete é meu!...» E de imediato a corda se partiu e caíram todos no inferno. Como vedes, não devemos falar daquela maneira e dizer: «Isto pertence-me… É meu…», porque caímos de novo no inferno. Os verdadeiros saturnianos são aqueles que sabem escutar a voz de Deus. Dir-me-eis: «Mas como é que se manifesta a voz de Deus? Como podemos escutá-la?»5 Quando o profeta Elias fugia da rainha Jezabel, escondeu-se durante muitos dias no deserto, e a voz de Deus manifestou-se finalmente nele. Houve, inicialmente, um vento violento, que rasgou as montanhas e quebrou as rochas, mas Deus não estava no vento. Em seguida, houve um tremor de terra, mas Deus não estava no tremor de terra… Houve um incêndio, mas Deus não estava no fogo. Finalmente, depois do fogo, houve um murmúrio doce e leve, e Deus estava nesse murmúrio. Como vedes, Deus não estava na tempestade, nem no tremor de terra, nem no fogo, mas sim num murmúrio. A voz de Deus não faz barulho e, por isso, é necessário estar muito atento para a ouvir. Também o profeta Jonas ouvira a voz de Deus, que lhe dissera: «Ergue-te, vai a Nínive, a grande cidade, e prega contra ela, pois a sua maldade subiu até mim.» Mas Jonas, em vez de obedecer, embarcou num navio que rumava para Társis. Porém, quando ele estava no mar, levantou-se uma grande tempestade. Ficaram todos atemorizados e decidiram tirar à sorte para se saber quem é que atraía aquela tempestade. A sorte designou Jonas e atiraram-no à água. Ele foi engolido por uma baleia e ficou três dias no seu ventre. Aí, refletiu e compreendeu que devia submeter-se ao Eterno. Então, foi vomitado pela baleia e salvo… Tal como Jonas, quando não queremos cumprir aquilo que a voz de Deus nos pede, encontramos baleias e ficamos vários dias no seu ventre. Quantas baleias não encontramos nós na vida!... Baleias de todos os tamanhos e de todas cores… Se estivéssemos mais atentos, se soubéssemos discernir, veríamos que, antes de cada empreendimento importante na nossa vida – uma viagem, um trabalho, uma decisão a tomar –, há dentro de nós uma voz doce que nos fala, mas nós não a escutamos. Como gostamos da algazarra e das tempestades, para podermos ouvir o ser que nos fala, ele tem de fazer imenso barulho. Se ele fala suavemente, não o ouvimos. No entanto, devemos saber que, quando os seres superiores nos falam, apenas nos dizem algumas palavras e com uma voz quase impercetível. Quando, devido a um erro da nossa parte, nos acontece uma infelicidade, pensamos: «Sim, é verdade, houve algo em mim que me avisou, mas tão baixinho, tão baixinho…» Nós não ouvimos porque preferimos seguir as vozes que nos falam muito e bastante alto, para nos induzir em erro. Deus fala suavemente e sem insistência; diz as coisas uma vez, duas vezes, três vezes, e depois para. A intuição não insiste mais e, se nós não escutarmos atentamente, se não distinguirmos essa voz, porque gostamos do barulho, da violência e das tempestades, andaremos sempre desencaminhados.6 A voz do Céu é extremamente suave, terna, melodiosa e breve. Aqueles que querem o nosso bem, que são enviados por Deus, manifestam-se de três maneiras: por uma luz que fazem nascer em nós; por uma dilatação, um calor, um amor que sentimos no nosso coração, e, finalmente, por uma sensação de liberdade que sentimos e pela decisão de realizarmos atos nobres e desinteressados. Ficai sabendo que alguém que puder iluminar o vosso espírito, aquecer o vosso coração e libertar a vossa vontade, quer seja rico ou pobre, sábio ou ignorante, é um enviado de Deus. Ao passo que quem fizer com que em vós tudo fique baralhado, quem vos contrair o coração e vos tirar o gosto por praticar ações belas e sensatas, é alguém de quem deveis desconfiar, fugir, afastar-vos! Mesmo que seja o mais erudito, o mais célebre ou o mais glorioso dos homens, será um desastre para vós; por intermédio dele, virão até vós todas as infelicidades. Saturno não gosta dos seres orgulhosos, injustos desonestos; não gosta daqueles que ficam transtornados por causa das riquezas, da glória ou dos prazeres. Ele destrói tudo, vira tudo do avesso, porque está colocado na natureza como se fosse uma alfândega, no limite do septenário. À passagem dessa alfândega, Saturno diz: «O que vens procurar aqui? És demasiado orgulhoso, carregas um fardo pesado por causa das tuas riquezas, não podes passar o limite.» Ninguém pode passar esse limite, se não for puro. Saturno é o guardião do umbral e é também ele que guarda os arquivos. Os arquivos do mundo e os da humanidade são guardados por Saturno, que é o maior arquivista da natureza. É ele quem sabe tudo e inscreve tudo no mundo causal. Mas só chegaremos a conhecer esses arquivos do mundo causal se formos puros. Os Iniciados apresentam Saturno como um esqueleto. O esqueleto é o que há de mais resistente. Tudo morre, mas os ossos ficam. Os corpos físico, astral e mental morrem, mas o corpo causal é imortal. Enquanto se tiver um esqueleto, ossos, pode-se cobri-los novamente de carne, vivificá-los. Numa passagem do Antigo Testamento, o Eterno, depois de ter transportado o profeta Ezequiel para um vale cheio de ossadas, disse-lhe: «Profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: "Ossadas secas, escutai a palavra do Eterno! Assim fala o Senhor Eterno a estes ossos: eis que eu vou fazer entrar em vós o espírito, e vós vivereis; dar-vos-ei nervos, farei crescer sobre vós carne, cobrir-vos-ei de pele, porei em vós um espírito, e vós vivereis. E vós sabereis que Eu sou o Eterno."» Esta ideia é também expressa pela vigésima carta do Tarot: o Julgamento, que representa um anjo soprando numa trombeta para despertar os mortos. Grandes mistérios se escondem nesta carta, que corresponde a certos acontecimentos da vida do discípulo e de toda a humanidade. E, no Evangelho, o Cristo diz: «Em verdade, está a chegar a hora – e ela já chegou – em que os homens ouvirão a voz do Filho de Deus e todos os que a tiverem ouvido viverão... Não vos surpreendais com estas coisas, pois virão os tempos em que todos os que estiverem nos sepulcros ouvirão a voz.» Presentemente, por todo o lado surgem Iniciados que nos dizem: «Despertai, o sol já está a erguer-se sobre o mundo. Ele espalha o seu calor e envia a sua luz por toda a parte. Uni-vos todos no espírito de amor e de luz. As trevas desaparecem, começa a nova vida. Vinde trabalhar connosco e nós mostrar-vos-emos as riquezas da vida.» Mas, como eu já vos disse, os seres superiores não falam em nós, nem muito, nem durante muito tempo; dizem-nos apenas: «Estai vigilantes… Amai… Estudai… Ligai-vos ao Céu… Sede puros… Abri o vosso coração a Deus… Preservai a vossa paz…» Ao passo que os outros falam-nos dia e noite, apresentando-nos toda a espécie de argumentos, para conseguirem obter o que desejam. Quando os seres superiores falam em nós, podemos compreendê-los, mas eles só se fazem entender num profundo silêncio. É por isso que os Iniciados jejuam muitas vezes: para estabelecerem o silêncio no seu interior. Quando o homem come até ficar saciado, gera-se nele um barulho imenso, pois todos os seus animais interiores começam a fazer algazarra. Todos gritam: «É para mim… É para mim…» Ao passo que aquele que jejua fica surpreendido com a paz que reina nele; e só nessa paz é que se pode ouvir a voz de Deus.
26 de Novembro, 2019
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terça-feira, 26 de novembro de 2019
O SEGUNDO NASCIMENTO_do MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV
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