quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Artigo de Maio, do Jornal Voz da Minha Terra, MAÇÃO_PORTUGAL.

7 MEU ARTIGO DE MAIO, NO JORNAL VOZ DA MINHA TERRA, CONCELHO DE MAÇÃO MISCELÂNEA... Hoje, começo por abordar um assunto que tem sido ignorado pela maioria da população, mas que pode estar na origem de muitas doenças das que, diariamente, vão aumentando e que, após a cura, acabam por regredir: o local e a disposição da construção das nossas habitações. A pessoa ficou curada, mas volta a viver no mesmo local, precisamente aquele que lhe transmitiu a doença. E tudo porque perdemos o conhecimento que possuíam os nossos antepassados, que se orientavam pela natureza para tudo, incluindo a construção de suas habitações. E não só: fazer sementeiras, colheitas, podar, cortar árvores para construções, principalmente as tradicionais traves, que eram o mais importante de qualquer habitação. Tudo era orientado, tanto pela posição do Sol, como pelas fases da Lua. Se repararem com atenção, verificam que todas as grandes construções antigas, incluindo as Igrejas, se encontram com a entrada virada para Nascente. Motivo? É onde nasce o Sol, o Dia, a Vida começa... Os antigos sabiam da importância do Sol e das fases da Lua nos trabalhos agrícolas. Actualmente, devido à ganância e ao enriquecimento de muitos construtores e grandes latifundiários, constrói-se de qualquer maneira e produz-se à custa de químicos, matando toda a biodiversidade incluindo as benéficas abelhas, pondo em risco toda a Vida do planeta Terra. Cada vez acredito mais que Deus escreve direito por linhas tortas. Eu fiquei muito triste, quando me foi tirada toda a possibilidade de construir uma casa numa propriedade que tinha (já não tenho) na Ortiga, devido à falta de acessos. Eu e meu marido tencionávamos construir por cima de um poço... Na altura, eu ainda não sabia que é o pior que alguém pode fazer é construir onde passe ou esteja água, como piscinas, etc. Aqui, não entra religião, entenda-se: é ciência já comprovada. Muitas têm sido as petições para a defesa da Terra, considerando-a um Ser Vivo. E esse ser vivo tem, tal como nós temos, um corpo com veias, etc. A Terra tem o seu corpo visível para nós, mas, no seu interior, tem as suas veias com água, o seu magnetismo, através do seu minério, que não conseguimos detectar. E se algum é benéfico e até retirado para nosso uso, não significa que, vivendo diariamente e dormindo sobre um local onde os seus efeitos se façam sentir, seja benéfico para nós. Há dois meses, iniciei uma formação sobre essa matéria. São quatro níveis, já completei os dois primeiros. No segundo nível, fomos para um monte alentejano. Tudo maravilhoso, colunas colocadas estrategicamente por todo o lado, emitindo música sinfónica (nada de rocks!), pois o proprietário, médico de medicinas alternativas, conhece muito bem o poder da música sobre tudo. Uma grande vinha, cercada por roseiras... Perante a minha admiração, o proprietário e meu colega na formação, explicou que não usa nenhum produto químico, pois faz cultura biológica. As roseiras são sentinelas que não deixam entrar o "mídeo". E é assim que funciona com tudo, cercar umas produções com outras que impedem, mas às quais a "moléstia" é alérgica e não ataca. As roseiras estavam lindas! Ainda agora estou a mirar num solitário duas rosas das que trouxe, pois ele ofereceu um ramo a cada um de nós. Quando eu cheguei à Ortiga, após meu Padrinho se aposentar do seu emprego na capital, não havia o "saneamento" moderno que existe actualmente. Meus Padrinhos fizeram um barraco de madeira na tapada para essa finalidade, construíram uma pocilga e capoeiras para galinhas. Compraram um burro. Começámos a cultivar. Depois, o estrume do burro, o do suíno, das galinhas e o "nosso", após secagem, era todo aproveitado nas hortas. A carne do suíno tinha de chegar para todo o ano. Havia muito trabalhador rural, aos quais meus Padrinhos pagavam para nos ajudarem as arrancar as ervas daninhas das nossas hortas. Chegada a noite, depois de nós, mulheres, arrumarmos a cozinha, lavando a loiça com sabão e com água aquecida à lareira, íamos todos dormir... A roupa era lavada no tanque das hortas, apenas com sabão e posta a corar ao sol, para depois ser esfregada e lagar toda a sujidade, Só aplicávamos lixívia (pouca) em alguma nódoa. Não iam para o Tejo a descargas das "casas de banho", nem dos potentes químicos das máquinas de lavar loiça e roupa, mais os vários produtos que nos impingem para pôr a roupa branquinha, mais o desengordurante da loiça e o "blá,blá,blá" do costume... CONSUMISMO obrigatório! Até as casas que têm o azar de que lhes passe por baixo canalizações de esgotos (nos grandes centros populacionais é impossível evitar) não podem proteger seus habitantes. Não iam para o Tejo os "resíduos porcinos" das várias suiniculturas implantadas no concelho de Mação. Não iam para o Tejo todos os químicos da moderna agricultura, pois quase ninguém quer dobrar o coiro e baixar-se a arrancar ervas, borrifam-nas todas e vão para o ginásio malhar no baixa-levanta pesos ou no baixa-levanta das “bjecas”... Não havia motocrosses nem moto-quatro a levantar poeirada para cima das árvores, a natureza ainda ia merecendo algum respeito! Não havia a ganância de se ter eucaliptos_os grandes sequiosos e bebedores de água_ para vender às fábricas que, actualmente, poluem o Tejo... Não se gastava papel como se gasta agora, uma vez que, além daquele a que não se pode fugir, devido a imposições de algumas leis, ainda temos o dos festejos anuais, exageradamente "floridos" de papel... Mais a publicidade dos mini e supermercados, completamente desnecessária, uma vez que não há ninguém que não saiba que eles existem e o que vendem. Que saudades tenho do tempo em que se espalhava junco e murta no chão e bastava um altíssimo mastro com uma bandeira, e algumas pequenas folhas de papel recortado e preso a um fio, aqui e acolá a atravessar as ruas principais, para se saber que ia haver festa! Enfim, tempos modernos, RIO TEJO “moderno”, actualizado, com um Parque de Campismo junto de si... Claro, temos as etar’s que "limpam" tudo! Alguém conseguirá satisfazer-me a curiosidade e dizer-me para onde vai esse "tudo” depois de limpo, de toda a etar existente, desde Espanha? Pois!... Se não nos voltarmos para uma forma mais natural de viver e interagir com a natureza, de nada servem as manifestações ou o empurra-empurra as culpas de uns lados para os outros, com os vídeos na internet, que mostram as águas negras, com o pedido: Partilhem! Na formação onde ando, perguntei ao Formador sobre a qualidade de vida de quem vivia junto de uma etar. A sua resposta foi: «Ui! Nem me fale! Saúde completamente perdida!» 03 de Maio de 2017 Florinda Rosa Isabel

Sem comentários:

Enviar um comentário