quarta-feira, 12 de agosto de 2020

PUBLICAÇÕES MAITREYA


A todos, a nossa saudação.


Caros Amigos,

Como habitualmente às terças-feiras, voltamos para a partilha do texto aleatoriamente seleccionado. E hoje foi selecionado o livro "Essência Exacta da Realidade, no Paramārthasāra de Abhinavagupta", inserido na Colecção "Luz do Oriente". Este livro foi traduzido do Sânscrito para o inglês por Baljita Nath Pandit e do inglês para o português, por Idalina Fernandes.

Páginas 70 a 72

59.
O que pode ser visto como miséria ou azar e quem o pode ver como tal, quando muitas das jóias da Realidade Absoluta estão totalmente acumuladas dentro do tesouro, profundamente oculta no seu ser mais íntimo e, quando a Divindade suprema e universal é realizada como a sua própria natureza?
Hṛdaya não é o órgão carnal conhecido como coração. É o ser mais profundo, o centro principal de todas as funções da manifestação. As dádivas da Divindade suprema são as jóias de paramārtha.

60.
O estado de libertação não é confundido, nem está confinado a qualquer lugar especial (tal como Vaikuṇṭha), nem necessita de qualquer ascensão (em direcção a um lugar celestial). Libertação é a iluminação da nossa potência atingida pelos meios que desfaz os nós da ignorância.
Seres totalmente libertos não têm de ascender a qualquer lugar divino como Brahmaloka ou Vaikuntha. A ignorância em relação à sua verdadeira natureza, consistindo na potência divina e suprema, é escravidão e em breve esta ignorância é aniquilada, na sua natural e real pureza e a divindade irradia através do lustre espiritual da sua consciência pura e isso é libertação. Um tal ser é liberto mesmo ainda enquanto em sua forma física.

61.
Um ser liberta-se, mesmo enquanto vive na forma mortal, quando os nós da ignorância são resolvidos, as dúvidas são removidas, a ilusão erradicada e a pena e pecado são perfeitamente anulados.
Quando as impressões do conhecimento perfeito da real natureza se tornam profundamente impregnadas numa pessoa, a sua ignorância, dúvidas, ilusões, aniquilam-se e as suas boas acções perdem o poder de dar frutos.
Uma vez que é a ignorância com os seus resultados que é a escravidão, tal pessoa alcança a libertação mesmo vivendo ainda no mundo mortal e é consequentemente, conhecido como jīvan-mukta.

62.
Assim como uma semente, queimada no fogo, perde a sua força para crescer, também as acções (duma pessoa) perdem o seu poder de causar renascimento quando estas são queimadas (por dentro) pelo fogo do conhecimento correcto (da verdadeira natureza do ser).

63.
Um finito Eu-consciência finito individual, tendo uma concepção de finitude profundamente enraizada com relação a si próprio, é liderado pela impressão do seu corpo futuro, constituído de acordo com as suas acções, ao consequente plano após o fim da sua forma actual.
A impressão das acções feitas por uma pessoa cria uma disposição consequente que a conduz, depois do final da sua vida, a uma vida futura em que as suas acções podem dar frutos. É esta disposição, impressa em cada e em toda a alma, que desenvolve, quase automaticamente, todo o sistema de transmigração dos seres de nascimento a renascimento em ciclos intermináveis.

64. 65.66. Mas, como pode uma pessoa mover-se na transmigração, a qual ela sabe definitivamente e sente na verdade que ela a consciência pura é (o Absoluto) “sabedor” e “fazedor” no plano que transcende todos os fenómenos, é infinita, consiste no não pôr e sair da luz (da consciência), a vontade da qual é sempre frutífera, a qual é livre de conceitos de tempo e espaço, e que é eterna, imutável, todo-poderoso e perfeita em todos os aspectos, a qual sozinha gere o elevar e cair dos múltiplos poderes divinos, e é Śiva, o mestre perfeito de todas as funções divinas da criação, etc.? De onde e para que plano pode uma entidade infinita mover-se?
Quando um aspirante desenvolve uma realização da sua natureza real, sente que ele mesmo é a verdade absoluta a qual está livre até das condições do tempo, espaço e causa, e torna- se seguro de que, Ele próprio não é nada mais que Deus Todo-Poderoso, que Ele é a verdade absoluta. Ele não toma tal verdade como uma mera teoria, mas sente-se na verdade ele próprio Deus. Uma profunda impressão de tal experiência anula os efeitos de todas as impressões anteriores de finitude, impureza, envolvimento em acções e por aí adiante. Aniquilando assim inúmeras disposições mentais que orientam os seres finitos para o renascimento. O aspirante torna-se livre, realizado, ainda mesmo a viver na forma mortal.



capa do livro








Até breve!



11 de Agosto, 2020


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