sábado, 3 de junho de 2023

A HISTÓRIA de GLORINDA

A HISTÓRIA de GLORINDA Conheço Glorinda desde o seu nascimento.. Conheci-a, assim que nasceu e lhe pregaram umas palmadinhas no "rabinho". Confirmou que estava viva. Mas não era para estar, não fosse um farmacêutico enviado por Deus, para travar o pedido de sua "futura mãe",que pediria "qualquer coisa para deitar fora isto". Mas Deus tinha uma missão para Glorinda cumprir., Missão essa que ela viria a cumprir na recta final da sua vida. Até lá, teria de passar por muitas provações. Tentativa de assasinato cometido por uma tia, irmã de sua mãe, que aproveitou a sua ausência para lhe meter na boca uma colher ensanguentada,das hemoptises da sua filha, que estava com tuberculose. Suas tia e prima regressaram à sua aldeia, Glorinda teve de ser tratada durante alguns anos, para restaurar a saúde perdida. Sua tia atribui-lhe a culpa da doença e posterior morte de sua filha, dizendo que esta contava de ser a única herdeira da sua irmã e calculou que teria de dividir com ela. Glorinda fora para a casa dos seus padrinhos aos dois anos de idade, por dois motivos: ficou órfã de seu pai, e sua mãe já mal podia sustentar o filho e a filha que já haviam nascido antes de Glorinda. Mas, naquela época havia muita solidariedade nas aldeias, o pouco que havia, era dividido entre os vizinhos.. Mas Glorinda não ficou isenta de problemas congênitos, nas cordas vocais e no tubo digestivo. Nas cordas vocais tinha o problema de sua voz alterar com muita frequência., tanto podia falar tão baixo, que não conseguia ser ouvida, como ficava tão alta, que lhe perguntavam se ela estava a ralhar.. Quanto à alimentação, ficou com problemas na epiglote.Tinha de comer pequenas porções de cada vez, era um tormento para os apressados que estavam à mesa, com muita pressa, e começavam a dar sinais de saturação. Muitas vezes Glorinda, que se servia de pequenas porções de cada vez, ficava mal alimentada, mas quando ficava só, recuperava as faltas. Quando começou a ir a excursões para a Terceira Idade, os e as colegas de viagem, passavam por trás dela, batiam-lhe nas costas e perguntavam:"Isso é para hoje ou para amanhã". GLORINDA ainda está viva e espero que ainda ande por cá mais alguns anos Lembrei-me de contar a história (verdadeira) dela, porque estou saturada de ouvir tantos grupinhos de mulheres dizerem "Ela"...bláblá..."Ela"... Florinda Rosa Isabel

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