sábado, 25 de março de 2023

CHORAS, MEU FILHO? (poesia)

«CHORAS, MEU FILHO?»Eu sei que tens fomeMas o vício que me consomeDemónio apossado de mimNão me deixa pensar em tiOiço-teMas não te vejoO fumo deste desejo De fumarPaira no arSepara-me de tiPrateleira de fumoOnde arrumoA minha consciência pesadaComo pesado é o ar da tua inocênciaFumadaQue respiras e  te revirasEu sei que estou a fumar o teu sustentoO teu alimentoEu sei que minhas tetas estão  a secarA mirrarA definharComo definhado tu nascestePorque aprendeste a fumar no meu ventrePobre filho doenteDe mãe negligentePrecisas de medicamentosQue são tormentosPara as minhas fracas possesQuando tossesEu devia deixar de fumarMas não consigoAfastar-te do perigoPego-te ao coloLevo-te comigo(como inimigo)À pastelariaMinha alegriaMeu consoloComo um boloBebo uma "bica"Criança rica de ternuraCriança puraTe agarroFumo um cigarroEspraiando escolhosCegam-se meus olhosAcabou o maço (que faço?)Venda-me outro e outro aindaCriança linda que estás primeiroQue tudoMenino mudoDinheiro não chega Para tudo.Amor de Mãe "equilibrada" Felicidade  semeadaAmor de Mãe viciadaSeara queimada.Florinda Rosa Isabel

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