quarta-feira, 1 de março de 2023

MAS SÓ IMPLORAVAS (Poesia)

MAS SÓ IMPLORAVAS. Abri a carteira Olhavas... Tua mão podia ser certeira E tirar o que precisavas Mas só imploravas E desejavas, Com amargas palavras Que meus filhos não trilhassem os teus caminhos... Não seguissem os teus passos. Senti-me invadida por súbito carinho Meu pensamento estreitou-te nos braços Dei-te alguns "trocados" Perante os desagrados De quem assistia à cena Mas fiquei serena E de bem comigo:: Tinhas dores Ajudei-te com um lenitivo Estavas desesperado Poderias roubar, matar. Ajudei-te a salvar Não pelo valor monetário Mas por saberes que o teu calvário Era compreendido por alguém (Ah, se eu fosse tua mãe...) MÃE!!! PAI!! Quantas vezes deves ter chamado! Gritado! Mas encontraste o deserto De um chamado sem eco.. Talvez fosses espancado. Por um pai elitizado... Talvez encontrasses, (À noite) Mãe perfumada E bem penteada E muito zangada Sem querer responder a nada! Talvez levasses tareia Por acariciares os seus cabelos Quando esperavas desvelos De tua mãe exaltada Porque ficou esguedelhada... Talvez fizesses barulho Talvez desarrumasses tudo Para despertares um arrulho. Mas queriam-te "mudo" Como robô obediente Sem precisar de corrente E nas notas de mil escudos Que te davam esses pais sisudos Para te compensarem dos desamores "Vias" as esfinges dos progenitores Que só estiveram juntos para te conceberem Até, talvez, sem o saberem... Cresceste em luxuoso infantário Jamais ouviste a mãe-fada Como canário Chilrear-te uma "balada"... Smi-anime Passos periclitantes Afastaste-te de mim "Animal acossado" Sem guarida Veias latejantes... Gritei-te:Agarra-te à VIDA Mas sucumbias em poucos instantes! (01 de Fevereiro de 2023) 📷Florinda Rosa Isabel

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