A inspiração e a expiração, esses dois movimentos de fluxo e refluxo que enchem e esvaziam alternadamente os nossos pulmões, é que nos fazem viver. É uma lei universal: na natureza, tudo respira, os animais, as plantas e até a terra. Sim, sendo viva, a terra também precisa de inspirar e expirar. Claro que ela não faz, como nós, dezoito respirações por minuto; o seu ritmo estende-se por numerosos anos, por isso é imperceptível. Mas ela também se dilata e se contrai, as suas dimensões não são sempre exactamente as mesmas, e talvez seja por causa dessas dilatações e dessas contracções que ocorrem rupturas, erupções vulcânicas e muitos outros fenómenos. A terra é viva, respira, e as estrelas também respiram... Sim, elas inspiram e expiram; a sua respiração chega até nós e sentimo-la na forma de influências.
Tudo respira, as árvores, os oceanos e até as pedras. Direis vós: «Mas não se pode conceber o fenómeno da respiração a não ser nos pulmões.» Por que não? A vida não necessita forçosamente dos mesmos órgãos para garantir as mesmas funções. Reparai numa árvore: ela não tem pulmões, nem estômago, nem fígado, nem intestinos, contudo, respira, alimenta-se, assimila, reproduz-se... E muitas vezes vive até mais tempo do que o homem! Ela resiste às intempéries, dá flores e frutos perfumados. Ao passo que o homem, apesar de toda a sua inteligência, é tão frágil que uma coisa de nada pode destruí-lo.
Ao estudarem a respiração e as suas ligações com o ritmo do universo, os Iniciados descobrem que, para se poder comunicar com uma determinada entidade ou uma determinada região do mundo espiritual, é preciso encontrar um determinado ritmo e apropriar-se desse ritmo como de uma chave, tal como de faz quando se procura sintonizar um determinado comprimento de onda para se captar uma emissão de rádio. O comprimento de onda é um factor muito importante para entrar em comunicação com determinada emissora. Pois bem, o mesmo se passa em relação à respiração: é preciso saber a que ritmo se deve respirar para se entrar em contacto com esta ou aquela região do universo.
A respiração pode, assim, revelar-nos grandes mistérios, mas na condição de sabermos acompanhá-la com um trabalho do pensamento. Ao expirardes pensai que conseguis estender-vos até tocar nos confins do universo; depois, ao inspirardes, voltai a vós, ao vosso ego, que é como que um ponto imperceptível, no centro de um círculo infinito. De novo vos dilatais... e vos contraís... Descobrireis assim o movimento de fluxo e refluxo, que é a chave de todos os ritmos do universo. Se tornardes este movimento consciente em vós, entrareis na harmonia cósmica e realizar-se-á uma troca entre o universo e vós, porque ao inspirardes recebereis elementos do espaço e ao expirardes projectareis, em retorno algo do vosso coração e da vossa alma.
Aqueles que sabem harmonizar-se com a respiração cósmica entram na consciência divina. Mas muitos de vós ainda estão longe de compreender a dimensão espiritual da respiração! Se sentísseis essa dimensão, trabalharíeis durante toda a vossa vida para inspirar a força e a luz de Deus, e depois dar essa luz ao mundo inteiro. Sim, porque a experiência também é isso: distribuir a luz que se conseguiu recolher de Deus.»
De uma conferência improvisada, pelo amado Mestre Omraam Mikael Aivanhov (1900-1986), filósofo e pedagogo, de origem búlgara.
Livro:«Harmonia e Saúde», Colecção Izvor.
De uma conferência improvisada, pelo amado Mestre Omraam Mikael Aivanhov (1900-1986), filósofo e pedagogo, de origem búlgara.
Livro:«Harmonia e Saúde», Colecção Izvor.
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(Florinda Rosa Isabel)
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