Os humanos aspiram à verdadeira luz, à verdadeira ciência, ao verdadeiro poder, têm necessidade disso, procuram isso, mas, como todos aqueles com quem convivem não são modelos muito impecáveis, eles recorrem à desonestidade e à violência para triunfarem a todo o custo. Interiormente, todos aspiram ao que é nobre, sublime, mas, como não o encontram e vivem rodeados de malfeitores e de gananciosos, perdem a coragem e começam a imitá-los, adaptando desta filosofia tão difundida: «Fazei o bem e pagar-vos-ão com o mal»... «Se se é honesto, morre-se de fome»... «O homem é um lobo para o homem»... Então, cada vez mais, todos se nivelam por baixo, todos agem em conformidade com as criatura mais inferiores.
O que é triste é que, durante a sua adolescência, muitos têm o desejo de trabalhar para um ideal, de fazer grandes sacrifícios, de agir como cavalheiros: mas, passado algum tempo, pelo contacto com a realidade, sob pressão daqueles que os rodeiam e que os aconselham a ser "racionais", "inteligentes", eles renunciam, nivelam-se, tornam-se como os outros. Vê-se isso por toda a parte: as pessoas têm bons desejos, bons impulsos, só que não encontram instrutores, modelos, para as apoiar, as aconselhar e as impedir de voltar atrás, e então, por causa de todos os pequenos inconvenientes, por causa das troças, das zombarias, ao fim de algum tempo tornam-se como as feras que a rodeiam.
Mas imaginai que, no futuro, existirão criaturas que lutam, que sacrificam tudo para conseguir realizar um ideal sublime; vereis como depois elas serão procuradas, apreciadas, amadas. E é assim que o Reino de Deus poderá vir à terra.
Se ele ainda não veio, é porque a maioria daqueles que governam no mundo não têm um alto ideal. Eles não querem fazer figura de estúpidos, nem de loucos, alimentando objectivos tão sublimes, percebeis? Preferem aproveitar-se da situação. Mas se, um dia, alguns se decidirem a realizar este ideal aconteça o que acontecer, então, acreditai, será o verdadeiro poder, a verdadeira luz, a verdadeira beleza.
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De uma Palestra improvisada, pelo amado Mestre Omraam Mikhael Aivanhov (1900-1986), filósofo e pedagogo, de origem búlgara.
Livro «Rumo ao Reino da Paz» Colecção Izvor.
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(Florinda Rosa Isabel)
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