sábado, 24 de setembro de 2016

MEU ARTIGO NO «JORNAL VOZ DA MINHA TERRA» CONCELHO DE MAÇÃO, MESES AGOSTO/SETEMBRO DE 2016

     MALDADE & IGNORÂNCIA!
    (Como é possível?)

    Hoje, quando chegou o autocarro que eu aguardava, o motorista saiu, sentou-se um pouco distante do veículo e retirou os sapatos. Ergueu os dedos dos pés e abanou-os... Pareciam pintados a vermelho, de tantas horas de condução!
    Não é fácil a vida destes abnegados profissionais, que passam oito horas ou mais sentados, sem poderem satisfazer alguma necessidade urgente, sofrendo solavancos em certas  vias por onde têm de transitar, que ouvem os insultos dos passageiros, se chegam atrasados, sem se importarem de saber se tiveram algum problema que a isso os obrigasse; ou porque querem viajar sem pagar; ou porque não querem tirar as patolas de cima dos bancos; e, sobretudo, porque só abrem as portas mesmo quase à hora de partir,  «estando lá dentro sentados a descansar»... Esquecem que muitos dos passageiros não respeitam quem vaja com eles nem se preocupam com aquele que tem o volante nas mãos, que tem de estar em perfeito estado físico e mental para  transportar em segurança todas as vidas que dele dependem! Algumas passageiras, conhecendo-se entre si, comportar-se como se estivessem a apregoar os seus produtos numa feira, contribuindo para  alterar a harmonia de todos que têm de as suportar, uma vez que contam toda a sua vida em alta gritaria!
     Mas estes não são heróis, claro! Já colocaram os Bombeiros, Polícias e Médicos na lista, falta acrescentar esta classe. Mas até mesmo estes "heróis" já aceites,  estão "catalogados" ainda   muito abaixo dos trabalhadores das chuteiras... Ora vejam só  o que o jornalista  João Malheiro escreveu, no jornal Destak, do dia 05/09/2016: «...... Não é a bola que está em causa, não é o ideal desportivo, não é o quimérico da coisa. É mesmo o dinheiro, é mesmo a vontade, também dilatada no tempo, de fazer negócio, de fazer mercancia à custa de um dos produtos mais apetecidos e de maior expressão mediática. Os treinadores desesperam, os jogadores desassossegam, os adeptos alvoraçam. Já os dirigentes dos emblemas de primeira linha exultam, os empresários rejubilam, algumas sanguessugas repululam...»
   Claro está que apenas passei para aqui  uma mínima parte do extenso artigo, tive de sair do computador e fazer um intervalo, para me rebolar no chão, as rir, e só quando a barriguinha deixou de me doer é que regressei ao trabalho...
    Sim, como é possível o que está a acontecer? Uma mulher foi assaltada há perto de dez anos, apresentou queixa na PSP, pois levaram toda a sua documentação,  ali foi tomado nota, o sistema informático não estava a funcionar em pleno, a participação ficou para seguir quando tudo se normalizasse ou ser feita manualmente... Já estão a adivinhar o que aconteceu, certo? A participação ficou esquecida...  Talvez houvesse final de um campeonato nessa altura... Recentemente, a vítima recebeu uma intimação da Bélgica para pagar uma dívida de quase três mil euros, de algo que lá "comprou", ela, que nunca saíra de Portugal. Voltou à PSP onde formalizou a queixa, acabou por saber do "esquecimento", mas foi informada de que,  mesmo que tivesse seguido,  a PSP de Portugal não tem  cruzamentos de dados com a Polícia de outros países, é só cá em Portugal... Mas o que é que estamos a fazer "metidos" na Comunidade Europeia? E foi informada de que essas situações vão levar anos até ficarem resolvidas, quando se resolvem, claro... O mais certo é que as vítimas tenham de assumir o pagamento, pois as despesas com processos nessas situações nos estrangeiro, com advogados à mistura, acaba por ainda sair mais caro...
     Está a circular pela internet um vídeo, com imagens extremamente cruéis, que tem causado o maior repúdio em Espanha, pois ali foi toureado um bezerro, de apenas um ano de idade, em nome de uma tradição ... Como é possível tanta maldade, em nome de uma tradição que tem, cada vez, menos aficionados? Conforme o ser humano vai evoluindo, sua consciência alerta-o para tudo o que está errado, e já não aceita que seja considerada arte a violência de pôr um animal a sangrar, com ferros cravados e, por fim, um punhal ou  espada, para acabar com a sua pobre vida! Não é arte, é violência assassina!
    Entretanto, cá no recanto dos tugas, aconteceu mais uns tantos actos de violência, mas essa é paga por todos nós, contribuintes, pois uma boa parte dos nossos impostos serve  para manter essa bárbara actividade... A Saúde,  a Educação, o Saneamento Básico, que fiquem em lista de espera nas urgências, primeiro, estão os bárbaros recobertos de lantejoulas...  Pois, o que aconteceu, foi que numa localidade pertencente ao Concelho de Alenquer,  colocaram  uma praça de touros amovível, em zona urbana, e tanto a Câmara como o IAGC ignoraram os pedidos dos moradores, sendo estes obrigados a ouvir o barulho e, se abrem as janelas, ver  toda a violência ali praticada. Como é possível?

   E como é possível que não haja sempre meios  de transporte disponíveis e se deixem morrer pessoas por falta de assistência, e se disponibilize um helicóptero para transportar  a "ilustre" Sónia Matias, para que ela, num só dia, se pudesse deslocar para três praças e chacinar os inocentes e indefesos animais, que não pediram para nascer e só querem que os deixem em paz? Paz! Esse estado de alma que os toureiros não vão conhecer, quando_ e se_ algum dia  caírem em si e tiverem um rebate de consciência  sobre o mal que fizeram cá pela Terra.
(06/09/2016)
Florinda Rosa Isabel


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