segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

MEMÓRIAS de ALGUÉM que ESTEVE para NÃO NASCER (3 e último episódio)

A criança nasceu,para felicidade dela, com ligeiros problemas congénitos; Dificuldade na deglutição e nas cordas vocais, mas que aprendeu a controlar. Evita falar pelo telefone ou durante muito tempo. Pelo telefone, sua voz alternava entre natural e subida de som; na deglutição, sufocava com frequência, com alimentos sólidos, seus Padrinhos, que tomaram conta dela, aos dois anos e meio, após falecimento de seu Pai. Essa "criança" está hoje com 84 anos e sabe que deve sua vida, principalmente a duas Mulheres e 4 homens: seu Padrinho que, no tempo de racionamento, devido a Guerras, colocara um cadeado na sua lancheira, para os colegas não lhe tirarem os alimentos que ele não comia, para levar para ela, pois esta, não sendo filha, não teve direitos;o farmacêutico que trocou os medicamentos; Seu Padrinho que lhe acudiu, quando ficou sem respirar, devido a não conseguir engolir um alimento mal mastigado; e o principal, que foi homem, hoje é e O seu Espírito: Doutor Sousa Martins... Tudo aconteceu quando eu frequentava a Universidade dos Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa. Parei perto da estação do "Metro", e, de um carro parado junto ao passeio, com uma porta aberta, dois homens, iam chamando: "Olá! Por aqui hoje?" Eu, habituada a que colegas da Universidade me chamassem, tentei aproximar-me, mas, subitamente, senti que alguém, detrás de mm, me agarrava e impedia enquanto os insultava: "Vão-se embora seus malandros! Desapareçam, seus bandidos!". Eu estava em pânico. Minha salvadora acariciou-me e perguntou para onde eu ia. A tremer, consegui dizer que ia descer para seguir no "metro" para casa. Ela disse: "Eu já ia ali mais abaixo quando o Doutor Sousa Martins me contactou e disse para eu vir ter consigo, pois aqueles homens estavam preparados para a meterem no carro, levarem-na para a roubarem e matá-la. E, quando puder, vá oferecer um ramo de rosas brancas ao Doutor Sousa Martins., No dia seguinte, fui até junto da sua Estátua, no Campo de Santana, depositei o ramo e agradeci-lhe pessoalmente. FRI

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