segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Meu Humor no Facebook

ENTREGAR A ALMA AO DIABO! Há aqui um grupo onde as vezes entro, para cuscar umas coisas, visto que gosto muito de pesquisar. Um dia, estava lá um jovem a perguntar como se faz para entregar alma ao diabo a troco de sucesso numa carreira de cantor. teve algumas respostas, recordo uma que informava ser só preciso compor uma canção, colocar um símbolo satânico na capa e falar directamente para o "tal", pois que. se falamos para Deus com a esperança de sermos ouvidos, se falarmos para o "outro", ele também ouve. Depois, é só dizer-lhe as condições. E eu acredito que seja só isso,ele aceita qualquer condição, só para levar alminhas para a sua colecção. Bom! Eu também poderia ter sido famosa e vivido numa situação financeira mais desafogada, se tivesse entregue a minha alma ao chifrudo e nem precisava de contacto directo... Vou começar pelos meus princípios de humorista. Enviei durante 5 anos textos para os Parodiantes de Lisboa, uma equipe familiar e com mais alguns autores profissionais da área do teatro. Eu enviava. eles devolviam, até que, por motivo de falecimentos e aposentação, já tinham espaço para mim. Eu não os conhecia senão da televisão. quando eram entrevistados. Fui ao estúdio, acertamos preços por rubrica transmitida pelos intérpretes, meu marido leva-lhes os textos e eu mandava recibos assinados e eles davam o dinheiro a ele, Eu só me encontrava com a equipe pelas festas de aniversário.Um dia, imaginei um texto, que era mais ou menos assim: «Um avô ofereceu ao neto , que ia casar, uma tenda de campismo como prenda, na condição de ele passar a noite de núpcias na tenda. O jovem noivo não se entendeu a abrir a tenda, e então foi pedir instruções via telefone ao avô, que era surdo como um pneu careca: «Avô, não lhe encontro a racha! Aquela abertura por se entra e sai! Não consigo mantê-la em pé! Não sou capaz de a montar!», enquanto o avô se ia admirando e fazendo repetir as perguntas, o neto ia dizendo «A tenda, avô!», e o velhote ia respondendo «Estou a atender» Claro está que eu não posso desenvolver aqui tudo, era muito extenso. Mas dá para ver a trapalhada maldosa que foi. Aquela paródia até foi comentada no teatro para o meu marido, quando lá estava de serviço como bombeiro, por um actor já falecido, chamado José Viana. Um dos gerentes lá dos estúdios de gravação, comentou à frente dos autores mais antigos, que eu estava a fazer textos muito divertidos, dos melhores entre os melhores. Eles pediram uma reunião, daí a uma semana recebo uma carta a despedirem-me... Eu soube de tudo através de um intérprete que frequentava a cafetaria do quartel onde meu marido prestava serviço. O patronato teve de obedecer à máfia invejosa, porque, entretanto, já se tinham tornado sócios e investido capital. Não sei como consegui sobreviver ao desgosto, a cabeça a abarrotar de ideias e não ter onde aplicá-las. Entretanto, Teresa Guilherme tinha um concurso, que constava de enviarmos letras para músicas conhecidas e a brincar com alguém famoso. Eu entrei na "jogada". Não ganhávamos nada, apenas se fôssemos seleccionados íamos assistir no palco e nosso nome era mencionado. Lá fui seleccionada e chamada ao escritório dela, para assinar um documento em que me comprometia, sob pena de acção criminal, a não divulgar nada do que lá se passasse. Assinei, pensei que seria para não divulgar nossas conversas lá dentro dos estúdios da televisão. Eu brincava com Guilherme Leite, que tinha um programa televisivo chamado «Os Malucos do Riso» Quando o intérprete começou a cantar a minha letra, eu ia desmaiando! Eu fizera graça sem ofender, aquela letra cuja autoria me era atribuída, era insultuosa! Vergonhosa! E sem graça! De vez em quando, ainda passam aquilo quando a entrevistam e apresentam pedaços dos programas dela. Sinto vergonha! Passo por ter escrito aquilo e não fui eu. Mas como contestar, se assinei o documento em que me comprometia a não divulgar nada sobre essa pessoa? Esses tais «Malucos do Riso, abriram um concurso também para autores, mas apenas para se lançarem, seria trabalho gratuito. Também me escolheram, entre mais uns 10 ou 20, não me lembro, Recordo que houve apresentação e beberete, fui com o meu Manuel, de carro, era muito longe. Apresentaram. gostaram e eu pedi a uma intérprete deles, que também colaborava com a Marina Mota, se fazia o favor de levar uns textos meus para ela apreciar. Ela fez isso, Marina Mota aceitou minha colaboração para um programa televisivo chamado «Bola lá Marina». Eu enviava textos com graça sem serem ordinários,mas ela preferia que fossem ordinários, mesmo sem graça, pois os telespectadores gostavam de ouvir palavrões e sexo bem"puxadinho". Não aceitei as condições, dispensou-me... Bom, se eu aceitasse, nem precisava de chamar pelo chifrudo, minha alma ia direitinha para as patas dele. Pouco recebi desses textos da Marina Mota, mas fiquei com o direito de acesso a um Lar. quase um hotel de luxo, a Casa do Artista, se um dia não conseguir cuidar de mim, pois minha colaboração de 13 anos nos Parodiantes não davam acesso, só me pude inscrever através da Sociedade Portuguesa De Autores, como membro que sou e como guionista de televisão. Uma bênção Divina. Beijinhos... Florinda Isabel

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