Adormecer-te -12 de Abril, 2016
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Caros Amigos,
Como habitualmente às 3ªs. feiras, voltamos com a partilha do texto selecionado aleatoriamente, e o livro selecionado foi "ADORMECER-TE - O Romance Onírico e a Psicologia da Arte", de Maria Antónia Jardim, inserido na Colecção "Saberes".
Páginas 53 a 57:
O Reino do Espírito Santo é uma mandala, é a confluência das virtudes, das cores diferentes, da reunião das personagens divinas contraditórias. A imagem da totalidade equivale à imagem da unificação dos contrários, do círculo mandálico. E é o Reino onírico que vai construindo, refazendo esta mandala do coração, menino coroado Filho de Deus e do Homem, numa coincidentia oppositorum, que é o próprio Mundo, imago mundi. Silvana situa-se no mundo imaginal em que o espírito é corporizado e onde se espiritualizam os corpos. Félix é quase um Anjo; o exemplo da carne espiritual; beijá-lo seria provar a hóstia consagrada na forja de Vulcano. Aí torna-se Agni, o deus do Fogo e fricciona Silvana com a sua luz de glória, isto é com a língua do Espírito Santo. São estas as núpcias com que Silvana sonha e deseja. Félix sofre a metamorfose desejada, a do corpo glorioso, e possui o poder de transmutar as pedras em flores, em flores-de-lis; de a fazer Imperatriz de um Império abençoado pelos céus. E, num sonho semi-acordado, nesse estado de vigília em que as imagens de luz surgem como flashes “ Fiat lux”, Silvana vê claramente uma chuva de estrelas lilás a cair sobre a sua cabeça e sobre a cabeça de Félix e …do seu filho Miguel. Como se os três formasses uma espécie de Presépio, de Santíssima Trindade, no Aqui e Agora. Enquanto este estado de “rêverie” deslizava pelas paredes do coração de Silvana, Miguel resolvera bater á sua porta_ “ Mamã? Mamã, estás aí dentro? “ “ Sim filho! Diz!” “ Mamã, o Tiago enviou-me um email do Faial a dizer-me que viu 4 baleias azuis e que conseguiu nadar com os golfinhos, incrível, não é?” “ Que maravilha Miguel, um dia destes vais tu! Queres?” “ Oh sim mamã, estou cheio de saudades dos Açores, quando é que podemos voltar?” “ Não sei Miguel, em breve, depende…” Silvana tinha entretanto regressado ao Porto, onde nascera, onde tinha as suas raízes e magicava num plano que pudesse incluir Félix; o pintor das catedrais de dedos, o sorriso terno cujos olhos se humedeciam cada vez que estava junto a uma criança…”Mas é isso! O Centro para as crianças índigo! Poderia ter a sua ajuda, quem sabe Félix poderia tratar dos Ateliers, da Arte com os miúdos, da criatividade e inovação e ela Silvana orientaria as viagens oníricas.” Já tinha descoberto o nome para este Centro - Pedra Filosofal - pois surgira depois de um fogo cristalizado em pedra…de uma operação alquímica burilada com paixão e amor cósmico. Silvana recorda novamente o sonho que teve nos Açores com o número 9 e começa a conquistar para si o significado desta harmonia como se fosse um arco-íris luminoso, perfeito, o cumprimento da Grande Promessa, pois como se lê no livro do Génesis, “ O meu arco está perto das nuvens como sinal da aliança entre mim e a terra”. Essa “ anima mundi”, essa alma do universo que está em nós integrada; a culminação da grande obra dos alquimistas, é o Eu verdadeiro, no qual o espiritual governa o material. Silvana sentia que as espadas que governaram parte da sua vida teriam que dar lugar às Copas, ao amor e Harmonia que sempre buscara desde menina. E Félix representava, para ela, agora, o Ás de copas; o trunfo e o triunfo do amor sobre todos os obstáculos. Félix, que tinha tido uma infância difícil, com um pai rigorista e duro, irmãos adoptivos e pouco dinheiro, era, apesar de tudo, um optimista. Um artista que encara a vida como o mar, sempre atento à sua abundância, à renovação de oportunidades e cenários possíveis…devia ser por isso que gostava tanto de cinema! Félix imaginava os seus quadros animados como se fossem histórias breves com personagens fantásticas, simultaneamente distintas e únicas e simbólicas de tanto desejo de futuro. Relembrava diariamente a frase mágica de Teixeira de Pascoaes “ Tenho saudades de futuro” e imaginava uma nova casa, uma nova cama, um novo jardim num futuro muito próximo. E como sabia e intuía que o pensamento forma as imagens que criam as formas reais que serão depois sopradas pela Palavra e actualizadas pelas mãos; trabalhava essa magia, dia e noite, com mais força do que nunca! A Roda da Fortuna, a viragem na sua vida era absolutamente necessária. Sentia-o! Depois, o mundo estaria à sua espera para o receber, com toda a abundância e brilho. E, finalmente o sol radioso beijaria o seu coração e ele seria finalmente feliz! Hoje, Silvana recebeu finalmente a Pedra, a Olivina cheia de olivinas. Félix tinha escolhido bem…mal colocou a olivina nas suas mãos sentiu Félix como se ele estivesse ali, na sua presença. Enviou-lhe energia lilás e um arco-íris. Conversou mentalmente com ele até altas horas da noite e percebeu que a telepatia afinal existe mesmo! O que é certo, é que na manhã seguinte, abriu os emails e reparou em dois emails de Félix escritos exactamente à mesma hora em que ela, Silvana estava a pensar e a conversar com ele. Entretanto, Félix também ele teve um sonho muito especial com duendes. Os duendes eram pequenos seres ao serviço do bem. Um certo dia, um mal terrível assolou a sua terra. Alguém com instintos de malvadez fez desaparecer um anel de pedra, fonte de todo o poder daquele povo. Estes seres não podiam ser vistos mas precisavam de comunicar com alguém que saiba respeitar os seus códigos de honra. É, então que aparece um cavaleiro, que, sem eles saberem como, os chama, utilizando a linguagem dos duendes, o que os surpreende por demais. O cavaleiro diz-lhes para não terem receio porque os vai ajudar. Recorre à sua Princesa, pedindo-lhe que esculpa um anel em pedra verde. Para isso, o cavaleiro tocou com a sua mão na cabeça da princesa e passou-lhe um poder. A partir daí os duendes ficaram eternamente gratos ao cavaleiro e à princesa e ainda hoje na sua terra, tanto o cavaleiro como a princesa são evocados como espíritos de fogo. E Félix viu claramente línguas de fogo na ilha de frente para ele e costas voltadas para o mar e viu claramente uma gruta, onde estava pintado um desenho de uma mulher-pássaro e ouviu ao longe a voz de Silvana a dizer-lhe “ um dia tu irás numa nave envolvida por uma luz branca, chamada a Nave dos Espelhos, pilotada por mim e de onde poderás reconhecer toda a tua vida passada, como se estivesses a viver de novo”. E acordou estremunhado, a suar e o coração a bater mais forte por Silvana. Esta, nessa mesma noite, sonhara com um cavaleiro que tinha um poder muito especial nas suas mãos: onde tocasse, uma energia branca era transmitida; ela era a passagem de testemunho dessa energia e deveria transmitir essa passagem a seu filho Miguel, quando chegasse a altura certa” Silvana acordou nesse momento. Era Miguel a chamá-la: “ Mamã, tive um sonho fantástico, queres ouvir?” “ Claro filho! Conta!”
Até breve!
12 de Abril, 2016
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