EM QUE ESTOU A PENSAR?
Penso que, por aquilo que me é dado ver, que já morri há milhões de anos e fiquei por aqui a vaguear, perdi a memória, acreditei que fui criança, jovem, que tive uma vida igual à de tantos terráqueos, mas que recuperei a memória e volto a encontrar-me com muitos dos meus antepassados, homens da cavernas, sanguinolentos, assassinos, mas que, nesta época, já não andam embrulhados em peles, vestem lantejoulas e não matam para comer, é só para receberem os aplausos de uma data de sádicos, mais conhecidos por aficionados, e serem muito bem pagos para torturarem animais numa praça e para os assassinarem, recebendo pomposamente o nome de artistas, pois dizem que é uma arte... E naquela minha encarnação, os homens barbudos, cabelos desgrenhados e de tanguinha de peles, não caçavam e matavam de cima de um cavalo!
Não acredito que esteja a viver numa época civilizada, não, não posso acreditar! Não poso acreditar, na actual época em que me encontro, que vejo idiotas, vestidos de lantejoulas, a cortarem e exibirem as orelhas de um pobre touro... Meus antepassados, os homens das cavernas, não tinham esse costume tão bárbaro... E também adquiriram outros costumes, começaram a adorar uma divindade e a pedir-lhe que os defenda e não deixe o touro feri-los quando eles ferissem o touro... Foi o que deduzi, pois têm um local para pedir, mesmo dentro das praças onde agora fazem as caçadas, e ajoelham-se e um homem vestido com uma túnica branca pede por eles a essa divindade, creio que lhe chamam Deus... Estes meus antepassados da época actual, os modernos homens das cavernas, não eram tão complicados naquela época, caçavam o animal sem pedir protecção nenhuma, não tinham assistência a ver a caçada, comiam o bicho e deixavam o rabo e as orelhas, agora cortam, para mostrarem à delirante assistência...
(Florinda Rosa Isabel)
Não acredito que esteja a viver numa época civilizada, não, não posso acreditar! Não poso acreditar, na actual época em que me encontro, que vejo idiotas, vestidos de lantejoulas, a cortarem e exibirem as orelhas de um pobre touro... Meus antepassados, os homens das cavernas, não tinham esse costume tão bárbaro... E também adquiriram outros costumes, começaram a adorar uma divindade e a pedir-lhe que os defenda e não deixe o touro feri-los quando eles ferissem o touro... Foi o que deduzi, pois têm um local para pedir, mesmo dentro das praças onde agora fazem as caçadas, e ajoelham-se e um homem vestido com uma túnica branca pede por eles a essa divindade, creio que lhe chamam Deus... Estes meus antepassados da época actual, os modernos homens das cavernas, não eram tão complicados naquela época, caçavam o animal sem pedir protecção nenhuma, não tinham assistência a ver a caçada, comiam o bicho e deixavam o rabo e as orelhas, agora cortam, para mostrarem à delirante assistência...
(Florinda Rosa Isabel)
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