DEVEMOS
ESTAR GRATOS POR TUDO O QUE TEMOS
Hoje, ao sair de casa e com os olhos ainda
"sujos" de tantos queixumes
que tinha lido na internet, lavei-os ao apreciar tudo de bom que
encontrei logo ao sair da porta do prédio: Vi
um dia radiante, porque já saí de casa a pensar que era isso que
encontraria... Caminhei sobre o
empedrado da rua e fui sentar-me num banco, debaixo da cobertura de protecção
da paragem do autocarro, a pensar na Mãe-Natureza, de onde saíram as pedras
pelas quais eu caminhara_ e nas abençoadas mãos que as partiram, uma a uma,
para ali as colocarem, com muito esforço e sofrimento.
Até o transporte chegar, fui
pensando nos queixumes de quem paga impostos e está sempre furioso contra os
governos... É verdade que nossos impostos são elevados; e que nem sempre são
aplicados onde deviam ser. Mas eu , desfrutando de tanta coisa boa, acredito
que nunca produzi em toda a minha vida o suficiente para compensar tudo de que
me é dado usufruir, por isso, não me enfureço. E se alguns dos queixosos
fizessem uma revisão do que produziram em suas vidas e daquilo de que
desfrutam, talvez moderassem suas revoltas: «Paragens de transportes públicos,
com assentos e coberturas; escadas rolantes e elevadores nas estações de comboios
e metropolitano, autocarros, ligações entre as margens dos rios, com pontes e barcos. Estes transportes,
tirando algumas raras excepções, sempre a funcionar... Em Lisboa, aos fins de
semana, ainda há os transportes da
madrugada, para levarem os boémios para
a vida nocturna e, depois, para os recolherem no regresso, a cambalear e
deitados nos bancos, a curtirem as bebedeiras e a incomodarem quem viaja cedo
para ir trabalhar. Claro está que os
papás têm de garantir a mesada dos seus inúteis rebentos, por isso, não
admira que estejam sempre a reclamar com falta de dinheiro.
Os espaços ajardinados de que disfrutamos,
alguns com belas e frondosas árvores, parques infantis e aparelhos de ginástica
para adultos, é tudo gratuito. Mas não
nasceram lá, custaram dinheiro e precisam de manutenção. Iluminação nocturna. O pavimento das ruas tem de ser
renovado... As canalizações, tudo! O
IMI camarário acaba por ser insuficiente, tem de haver apoio estatal. Essa verba sai dos impostos, claro está.
Quando regressei, ao final da tarde, desci na estação de Caxias. Enquanto aguardava o autocarro, vi algo novo no jardim da
estação. Parecia uma pequena moradia.
Fui espreitar e, surpresa! Um sanitário, com 2 divisões, acessível a homens e
mulheres, apetrechado com tudo o necessário para que fora concebido! Quando
cheguei à minha rua, tinha passado o camião da recolha do lixo e já tinham
varrido a rua toda. Portanto, alguém por
lá passou durante a minha ausência e trabalhou para mim...
Até aqui, fiz referência a uma área urbana, mas na província também se
assiste a vários melhoramentos (não me refiro a motonáuticas a poluírem os rios
ou à construção de pistas para corridas de veículos a poluírem a vegetação com
poeira, não...), há carreiras de camionetas com vários destinos, há saneamento
básico que_ espero_ comece a ser acessível a todos e melhorado o seu sistema,
algum ainda bastante mal-cheiroso... E
outros incontáveis melhoramentos que só seriam notados se, de repente, nos
faltassem... Aí, sim! Todos dariam por isso!
( Este progresso, infelizmente, também trouxe muitos
"contras", dos quais destaco o encerramento de algumas escolas na
província, acabando por retirar do convívio familiar, com refeições em família,
muitas das crianças_ precisamente na idade em que esse convívio se torna imprescindível_, pois são transportadas para outras localidades!)
Só oiço falar na corrupção dos nossos governantes (no intervalo do
assunto futebol, claro!), mas, e a
grande massa de cidadãos ...? Hã? Como é?
Ora, nossos governantes são muito menos em quantidade do que todos os
cidadãos juntos. Portanto, mesmo que os
governantes encham os bolsos, talvez com
uma estatística bem feita se verifique que a "massa cidadôa" acaba
por "retirar" uma grande fatia daquilo que não lhe pertence. E, claro
está, essa fatia tem de ser reposta!
Em todos os serviços estatais e privados há roubalheira e à descarada,
basta ver, como exemplo, quando chega uma remessa de material a alguns
hospitais, como certos funcionários_ e, até, alguns "intocáveis"_
retiram uma parte, parecem formigas a levar para o buraquinho as suas provisões
de inverno... Não admira que já se tenham adiado cirurgias por falta de
material. Isso tem de ser reposto e sair
do erário público, claro!
Dos escritórios, é ver os clips,
os lápis, as esferográficas, e os... os... as... as... à costas das formigas! E
não levam os computadores, porque dariam
muito nas vistas!
As obras públicas são uma
alegria para os bolsos de alguns empreiteiros, mas não se governam
sozinhos, alguns trabalhadores também se
fornecem.
Imensas pessoas que estão a
trabalhar, recebem o salário por baixo da mesa, para não descontarem para a
Segurança Social, tudo de acordo com o patronato, mas, depois, exigem os seus
direitos de desgraçadinhos, para terem saúde gratuita, casa com apoios de
arrendamento, de água, gás e electricidade, mais uma data de regalias que não
lhe seriam atribuídas se declarasse os seus rendimentos...
Isto tudo é ROUBO! Se alguém usufrui e não paga, outro alguém está a
pagar. Não admira que tanta gente se
sinta infeliz. O Universo cobra, retirando a alegria aos prevaricadores...
Daí, que eu ache o mundo maravilhoso e esteja grata a tudo aquilo que
me é dado ver e usufruir, pois minha alma
está tranquila: o seu "resguardo" nunca se apropriou do que não devia.
Até Setembro. Boas férias.
Beijinhos,
Florinda
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