sexta-feira, 22 de julho de 2016

MEU ARTIGO DE JULHO NO JORNAL VOZ DA MINHA TERRA_CONCELHO DE MAÇÃO.

                DEVEMOS ESTAR GRATOS POR TUDO O QUE TEMOS

    Hoje, ao sair de casa e com os olhos ainda "sujos" de tantos queixumes  que tinha lido na internet, lavei-os ao apreciar tudo de bom que encontrei logo ao sair da porta do prédio: Vi  um dia radiante, porque já saí de casa a pensar que era isso que encontraria...  Caminhei sobre o empedrado da rua e fui sentar-me num banco, debaixo da cobertura de protecção da paragem do autocarro, a pensar na Mãe-Natureza, de onde saíram as pedras pelas quais eu caminhara_ e nas abençoadas mãos que as partiram, uma a uma, para ali as colocarem, com muito esforço e sofrimento.
    Até o transporte chegar, fui pensando nos queixumes de quem paga impostos e está sempre furioso contra os governos... É verdade que nossos impostos são elevados; e que nem sempre são aplicados onde deviam ser. Mas eu , desfrutando de tanta coisa boa, acredito que nunca produzi em toda a minha vida o suficiente para compensar tudo de que me é dado usufruir, por isso, não me enfureço. E se alguns dos queixosos fizessem uma revisão do que produziram em suas vidas e daquilo de que desfrutam, talvez moderassem suas revoltas: «Paragens de transportes públicos, com assentos e coberturas; escadas rolantes e elevadores nas estações de comboios e metropolitano, autocarros, ligações entre as margens dos rios,  com pontes e barcos. Estes transportes, tirando algumas raras excepções, sempre a funcionar... Em Lisboa, aos fins de semana, ainda há os transportes  da madrugada, para levarem os boémios para  a vida nocturna e, depois, para os recolherem no regresso, a cambalear e deitados nos bancos, a curtirem as bebedeiras e a incomodarem quem viaja cedo para ir trabalhar. Claro está que os  papás têm de garantir a mesada dos seus inúteis rebentos, por isso, não admira que estejam sempre a reclamar com falta de dinheiro.
     Os espaços ajardinados de que disfrutamos, alguns com belas e frondosas árvores, parques infantis e aparelhos de ginástica para adultos, é tudo gratuito.  Mas não nasceram lá, custaram dinheiro e precisam de manutenção. Iluminação  nocturna. O pavimento das ruas tem de ser renovado...   As canalizações, tudo! O IMI camarário acaba por ser insuficiente, tem de haver apoio estatal. Essa  verba sai dos impostos, claro está.
   Quando regressei, ao final da tarde, desci na estação de Caxias.  Enquanto aguardava o  autocarro, vi algo novo no jardim da estação.  Parecia uma pequena moradia. Fui espreitar e, surpresa! Um sanitário, com 2 divisões, acessível a homens e mulheres, apetrechado com tudo o necessário para que fora concebido! Quando cheguei à minha rua, tinha passado o camião da recolha do lixo e já tinham varrido a rua toda.  Portanto, alguém por lá passou durante a minha ausência e trabalhou para mim...
      Até aqui, fiz referência  a uma área urbana, mas na província também se assiste a vários melhoramentos (não me refiro a motonáuticas a poluírem os rios ou à construção de pistas para corridas de veículos a poluírem a vegetação com poeira, não...), há carreiras de camionetas com vários destinos, há saneamento básico que_ espero_ comece a ser acessível a todos e melhorado o seu sistema, algum  ainda bastante mal-cheiroso... E outros incontáveis melhoramentos que só seriam notados se, de repente, nos faltassem... Aí, sim! Todos dariam por isso!
   ( Este progresso, infelizmente, também trouxe muitos "contras", dos quais destaco o encerramento de algumas escolas na província, acabando por retirar do convívio familiar, com refeições em família, muitas das crianças_ precisamente na idade em que esse convívio  se torna imprescindível_, pois  são transportadas para outras localidades!)
   Só oiço falar na corrupção dos nossos governantes (no intervalo do assunto futebol, claro!), mas,  e a grande massa de cidadãos ...? Hã? Como é?
   Ora, nossos governantes são muito menos em quantidade do que todos os cidadãos juntos. Portanto, mesmo  que os governantes encham os bolsos,  talvez com uma estatística bem feita se verifique que a "massa cidadôa" acaba por "retirar" uma grande fatia daquilo que não lhe pertence. E, claro está, essa fatia tem de ser reposta!
   Em todos os serviços estatais e privados há roubalheira e à descarada, basta ver, como exemplo, quando chega uma remessa de material a alguns hospitais, como certos funcionários_ e, até, alguns "intocáveis"_ retiram uma parte, parecem formigas a levar para o buraquinho as suas provisões de inverno... Não admira que já se tenham adiado cirurgias por falta de material.  Isso tem de ser reposto e sair do erário público, claro!
    Dos escritórios, é ver os clips, os lápis, as esferográficas, e os... os... as... as... à costas das formigas! E não  levam os computadores, porque dariam muito nas vistas!
     As obras públicas são uma alegria para os bolsos de alguns empreiteiros, mas não se governam sozinhos,  alguns trabalhadores também se fornecem.
    Imensas pessoas que estão a trabalhar, recebem o salário por baixo da mesa, para não descontarem para a Segurança Social, tudo de acordo com o patronato, mas, depois, exigem os seus direitos de desgraçadinhos, para terem saúde gratuita, casa com apoios de arrendamento, de água, gás e electricidade, mais uma data de regalias que não lhe seriam atribuídas se declarasse os seus rendimentos...
  Isto tudo é ROUBO! Se alguém usufrui e não paga, outro alguém está a pagar. Não admira que  tanta gente se sinta infeliz. O Universo cobra, retirando a alegria  aos prevaricadores...
   Daí, que eu ache o mundo maravilhoso e esteja grata a tudo aquilo que me  é dado ver e usufruir, pois minha alma está tranquila: o seu "resguardo" nunca  se apropriou do que não devia.
Até Setembro. Boas férias.
Beijinhos,
Florinda



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