sábado, 29 de agosto de 2015

«...E AS ABELHAS INSTALARAM-SE!...» ÉDITIONS PROSVETA (FRANÇA) & PUBLICAÇÕES MAITREYA (PORTUGAL)

    «... E AS ABELHAS INSTALARAM-SE!»

   Na Bulgária, eu vivia na cidade de Ternovo. A nossa Fraternidade reunia-se ali por altura dos congressos, a que o Mestre assistia. Eu vivia lá com um amigo, numa pequena casa construída no meio das árvores e das videiras. Aquilo que vou contar-vos é muito interessante, tanto do ponto de vista espiritual como do ponto de vista científico. Um dia, uma pega fez um buraco na portada de uma das minhas janelas. Logo a seguir, algumas abelhas instalaram-se entre a madeira e os vidros e começaram a preparar os favos de cera. Todos os dias, do  interior do quarto, eu podia observar como elas trabalhavam. Isso agradava-me imenso, e eu vi coisas extraordinárias e muito raras do ponto de vista científico. Com efeito, muitos especialistas em abelhas construíram colmeias de vidro, na esperança de observarem as abelhas no seu trabalho, mas, muitas vezes,  as abelhas forram as paredes interiores dessas colmeias com uma matéria opaca para se esconderem da vista dos homens. Mas,  neste caso, elas não se esconderam, nem de mim  nem dos amigos que vinham visitar-me, e, portanto, nós vivíamos naquele quarto como uma colmeia. O quarto estava inundado por um perfume delicioso, tão inebriante que se tornou quase insuportável. E eu apercebi-me de que aquele odor me fazia deixar o corpo e viver no mundo invisível.
     Quando observei o trabalho das abelhas, compreendi como elas são puras, evoluídas e elevadas, e que elas nos dão um magnífico exemplo de sociedade superior. Não posso explicar-vos aqui  tudo o que vi, mas posso dizer-vos que percebi que as abelhas são os verdadeiros discípulos da Fraternidade Branca,  o verdadeiro símbolo do ser que trabalha, que prepara o mel, esse alimento delicioso, único, que é extraído das flores. As abelhas deixaram no meu espírito a imagem perfeita de como nós podemos preparar o mel da vida.
    As abelhas não nasceram na Terra; não há insectos comparáveis a elas. Vieram do planeta Vénus especialmente para os Iniciados, os ascetas, os eremitas e todos os homens ocupados em pensar na humanidade, em Deus, no Céu. Nos lugares onde os sábios e os eremitas vivem não há muito alimento; eles pensam em Deus, mas Deus também pensa neles e, por isso, enviou as abelhas para lhes prepararem esse alimento especial. Quando a Terra viu isto  (bom, talvez seja uma lenda!), ficou com ciúmes; então, quis produzir também insectos semelhantes às abelhas e criou as vespas. Mas não conseguiu descobrir como as abelhas preparam o mel, e as vespas são apenas capazes de fabricar os favos de cera. As vespas representam os maus discípulos, que apenas sabem como comer o mel e não como prepará-lo, os discípulos egoístas que se servem a si mesmos antes de servirem Deus. É por isso que os segredos da natureza continuam a estar-lhes vedados.
    Para que serve o ferrão das abelhas? Podeis pensar que é para picar os homens ou outros insectos... Não. As abelhas só se servem dele para se defender (pois quando picam, morrem) e usam-no para preparar o mel. Do seu ferrão flui uma substância particular que elas misturam no mel para o manter inalterável. Quando o mel não contém essa substância, não é bom para ser consumido.
    Deveis também saber que as abelhas são tão sensíveis que conseguem distinguir os homens maus, injustos e aldrabões, daqueles que são justos, bons e honestos. Elas nunca se dispõem a ficar junto de um homem injusto ou mentiroso, afastam-se imediatamente dele. As abelhas detestam também  a desarmonia e as vibrações caóticas: o medo, por exemplo. E também não gostam que alguém se aproxime delas a cheirar a alho. Neste caso, elas lançam-se imediatamente contra o visitante. Compreendeis agora por que é que há uma revolução no vosso estômago quando comeis alho e mel ma mesma refeição?
     As abelhas representam a sexta raça que está para vir, a nova cultura. Elas gostam da simetria... Já alguma vez vistes a simetria das suas células hexagonais?... Elas têm a ciência das cores e das qualidades das diferentes flores. São o símbolo dos seres que nasceram uma segunda vez.
     O homem que nasceu uma segunda vez representa uma nascente viva, da qual jorra uma água pura e junto da qual vem instalar-se toda uma civilização. A  sua religião é a verdadeira religião do amor divino e da sabedoria divina. Para ele, o universo inteiro é o verdadeiro templo de Deus, no qual o sol é o sacerdote supremo e as estrelas são as velas. No homem que nasceu segunda vez, os canais invisíveis estão plenamente abertos para receber o amor e a sabedoria. Ele representa também o prisma perfeito que distribui as sete forças benéficas a todo o seu ser e as projecta à sua volta para bem de todos os que o rodeiam. Ele sabe como utilizar o poder do fogo sobre a água. Ele estuda a verdadeira alquimia, a verdadeira astrologia e a verdadeira Cabala, que se encontram, em primeiro lugar, nele próprio. Ele está atento a todos os gestos e a todos os movimentos que faz, seja com o rosto, seja com o corpo. Ele vigia todas as suas palavras.
  O homem que nasceu segunda vez torna-se semelhante às abelhas; ele não come as folhas, mas visita as flores para colher o que há de mais delicioso na natureza. Ele sabe preparar o mel.

    Eu não pretendo instruir-vos como faria um Mestre, pois toda a ciência e todos os conhecimentos estão em vós, visto que sois filhos e filhas de Deus. Ao falarmos entre nós, poderemos relembrar tudo o que sabíamos, há muito tempo, quando saímos do seio do Eterno. É apenas isso que devemos tentar fazer durante as nossas reuniões.
     Faço votos para que, um dia, possais visitar os sete lagos de Rila, onde nós vamos viver todos os verões ao ar livre e sob os raios do sol, respirando livremente, cantando, regozijando-nos, agradecendo a Deus todas as bênçãos e desejando, junto da água pura, tornar-nos semelhantes à fonte de Rila.

                                                                                                                        Paris, 2 de Janeiro de 1938

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Do Livro: «O Segundo Nascimento», do Amado Mestre Omraam  Mikhael Aivanhov, composto através da gravação de suas palestras.

(Florinda Isabel)



















     























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