"(...)
Mas se Deus é as flores e as árvores
e os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as flores e as árvores
e os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
e os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
como árvores e montes e flores e laur e sol.
e os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
como árvores e montes e flores e laur e sol.
E por isso eu obedeço-lhe
(Que mais sei eu de Deus que deus de si próprio?),
obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora."
(Que mais sei eu de Deus que deus de si próprio?),
obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora."
[poema de Alberto Caeiro]

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