quarta-feira, 17 de junho de 2015

A PARÁBOLA DAS 5 VIRGENS SENSATAS E DAS 5 VIRGENS LOUCAS (...Continuação _5º e último)

   Nesta festa, cada um tem de encontrar o seu lugar e cantar, mas não qualquer coisa. Todos os que tomam parte nela estão predestinados a cantar uma determinada melodia: os coros são executados a cinco vozes, que estão escritas nas cinco linhas da pauta. Na primeira linha está anotada a bondade, na segunda, a justiça, na terceira, o amor, na quarta, a sabedoria, e na quinta, a verdade. Cada ser está predestinado a executar uma destas linhas melódicas, aquela que aprendeu ao longo da sua vida terrestre. Cada virtude é uma melodia particular.
   As cinco virgens loucas, que não quiseram aprender nenhuma da melodias das cinco virtudes, serão rejeitadas. Naturalmente, nesse momento elas procurarão as virgens sensatas para lhes pedir um pouco de azeite. Mas o azeite verdadeiro  não se pode dar nem se encontra à venda no mercado.Só se pode obtê-lo pelo sacrifício e pela doação incessante de si próprio. A natureza fornece-nos um pouco deste azeite através dos alimentos e do ar, mas devemos saber prepará-lo, sobretudo em nós mesmos, pelos nossos sentimentos e pensamentos.
    As cinco virgens loucas que não tiveram tempo  de preparar o azeite para as candeias não puderam entrar para junto do esposo; é o que explica a frase: «Na verdade, não vos conheço.» Dito de outra maneira: «Vós nunca preparastes azeite, vindes hoje pela primeira vez. Durante a vossa vida, não fizestes esforços nem experiências espirituais. Nunca vos vi, não vos conheço, ide-vos embora!» O esposo não é mau, mas recusa-se a ser incomodado pelas loucas e pelos loucos. Todos sabeis como a natureza é severa: quando gastámos as forças mais preciosas que ela nos deu, ela deixa-nos sem forças, e não se apressa a no-las repor. Se ficamos doentes, frequentemente a convalescença é muito longa e, por vezes, o restabelecimento até é´impossível. Poder-se-á dizer que a natureza é cruel quando, na realidade, nós é que não somos razoáveis?
    Podemos relacionar esta parábola das virgens sensatas e das virgens loucas com um episódio  dos Evangelhos que também nunca foi bem interpretado: a maldição da figueira estéril «Na manhã seguinte, ao sair de Betânia, Jesus sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa, mas, ao chegar lá, só encontrou folhas, porque não era a época dos figos. Ele disse, então:'Nunca mais alguém comerá fruto de ti.' E os discípulos ouviram isto.» No dia seguinte, os discípulos aperceberam-se de que a figueira tinha secado.
    Se se tomar esta passagem à letra, poder-se-á pôr em causa a bondade e a sensatez de Jesus. Que direito tinha ele de exigir de uma árvore que tivesse frutos se se estava fora da época?... É preciso compreender que, como na parábola das virgens sensatas e da virgens loucas, em que o azeite da candeia não representa o azeite material que conhecemos, a figueira também não representa verdadeiramente o ser humano. Para o ser humano não há períodos, não há estações; em qualquer momento ele deve ser capaz de dar frutos, quer dizer, pensamentos luminosos e sentimentos calorosos, porque o Senhor pode vir a todo o momento, não esperar por determinado período e não se anunciar com antecedência.  Quando ele vem, seja verão ou inverno, dia ou noite, a árvore que o homem é deve poder dar frutos, senão o espírito abandona-o e este abandono é uma maldição para ele; o homem definha, perde a  sua vida, as suas forças, periclita. Da mesma maneira que devemos ter sempre azeite na nossa candeia, devemos produzir sempre frutos no nosso intelecto, no nosso coração, na nossa alma e no nosso espírito.
     
   Evidentemente, não é porque Jesus fala de "virgens" loucas ou sensatas que vamos pensar  só as mulheres estão abrangidas. Os homens também estão

   Quanto ao esposo de que Jesus fala nesta parábola, o esposo para o qual é preciso preparar-se, ele é o Espírito Santo. É para ele que é preciso ter o azeite, porque o Espírito Santo é uma chama e uma chama precisa de ser alimentada. A chama é o esposo e o azeite é o seu alimento. A chama tem necessidade de azeite para não se apagar. O esposo é a luz, o Espírito Santo é precisamente o esposo de luz. Ora, a luz só virá se tiverdes azeite bastante para alimentar a sua chama. Podeis compreender agora por que é que, cinquenta dias após a Páscoa os discípulos receberam o Espírito Santo sob a forma de chamas, de línguas de fogo que ardiam sobre as suas cabeças: é que eles tinham azeite!
___________

   Do Livro «Nova Luz Sobre Os Evangelhos», Colecção Izvor, de Omraam Mikhael Aivanhov.

   ÉDITIONS PROSVETA, Editado por PUBLICAÇÕES MAITREYA_PORTUGAL

   (Chamo a atenção de que respeitei integralmente o conteúdo do que copiei do citado livro, que, como puderam verificar, se encontra no Novo Acordo Ortográfico, atitude que não tenho nos meus textos. Mas a ética assim o exigiu.)


(Florinda Isabel)













Sem comentários:

Enviar um comentário