quinta-feira, 6 de agosto de 2015

EU, FACEBOOKIANDO: «NÃO AOS JULGAMENTOS!» POIS!...

UM COMENTÁRIO QUE FIZ ÀS CRÍTICAS SOBRE QUEM PRENDE OS CÃES, ALEGANDO QUE, QUEM NÃO OS PODE TER SOLTOS, NÃO OS TENHA. QUE SABEM OS "FACEBOOKIANOS" DA VIDA DOS OUTROS, QUANDO TIRAM UMA FOTOGRAFIA E AQUI A EXPÕEM? SÓ SABEM DIZER  QUE NÃO JULGAM NINGUÉM, DEPOIS.... JULGAM TUDO E TODOS!


Salvei um cachorro da morte assim que acabou o desmame. A um colega de profissão de meu marido foi dado esse cachorro, filho de uma cadela caçadora. Ele levou-o para casa. A mulher dele, altas horas da noite, pôs a cachorro fora e fechou a porta. Ele apareceu-nos em casa quase a chorar, com um cachorro nos braços. Depositou-o no meu colo, por já saber da minha moleza de coração... Que fazer, perante aquele olhar tão suplicante do bichinho, que até percebia o que estava a acontecer? Seus leves latidos mais pareciam um miar de gato... «Era só até ser mais crescido, ele o levaria para o quartel dos Bombeiros, onde prestava serviço. Precisava dele para a caça»... Quando ele estava já quase um "homem" (Kkkk!) foi para o quartel. Fazia tal alarido, que a vizinhança apresentou queixa. E lá voltou ele para mim... Quase 19 anos muito sofridos, porque vivíamos num apartamento, 3º andar. Era um tormento para o levar à rua, receosa de que "fizesse" na escada e não me desse tempo de ir limpar sem que algum vizinho passasse. Privámo-nos de muitas saídas, porque ele fazia tal gritaria que nós tínhamos de voltar para casa, antes de entrarmos no carro. Nem sempre ele podia ir aonde íamos. Em casa andava solto. Quando a família idosa começou a precisar de mim na província, fui para lá viver e levei-o comigo. Fui de comboio e, depois, a pé com ele vários quilómetros, não me deixaram entrar com ele na camioneta, apesar de verem a quantidade de volumes que eu transportava... O cão não podia entrar... Meu marido não pode levar-me de carro nessa altura, cirurgia recente... Chegada lá, cão embarrava-se nos idosos, derrubava-os... Coloquei-o dentro de um anexo, solto, cama e comida lá, muito conforto, saía a ladrar a todas as pessoas que passavam à porta e atirava-se a morder, sem que lhe fizessem mal, cheguei a pagar um avental e ouvir das boas... Até às crianças ele se atirava! Era de raça agressiva, cruzamento de pêlo de arame, arreganhava os dentes por tudo e por nada, mesmo para nós. Tive de optar: ou preso ou os idosos e maias pessoas sofrerem acidentes. Prendi-o. Se eu não tivesse ficado com ele, ia ser morto com um tiro, pois os caçadores só querem uns tantos, os outros levam um tiro. Às vezes, esse cães idosos estão presos para sua própria protecção, ficam surdos e deixam-se atropelar. Diz-se muito por aqui «Não aos julgamentos», mas, depois, julga-se sem conhecer os motivos. Valeu mais ao meu cão ter vivido uns 3 anos preso, do que ser abatido em cachorro.

Florinda Isabel

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