quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

MEU ARTIGO DE DEZEMBRO, NO JORNAL VOZ DA MINHA TERRA (CONCELHO DE MAÇÃO )



  CONSUMISMO  NAS  DATAS COMEMORATIVAS
        Ao iniciar o artigo de Dezembro, vou passar duas frases copiadas de um extenso artigo publicado por Hugo Lapa, na internet (recebi via facebook) e dizer o que penso sobre o assunto.
          «Acho errado o que se faz em dias especiais, como dia das mães, páscoa, dia dos pais, natal, ano novo, etc. Esses dias são apenas comerciais, nada mais são do que datas que estimulam o comércio, estimulam as dívidas, estimulam que você compre, consuma e gaste seu dinheiro. Datas em que você tem a obrigação social de dar presentes. A mídia como instrumento dos grandes empresários criou uma obrigatoriedade de consumo. Você não tem a opção de não dar presentes. Se você não dá, você passa a ser visto como uma pessoa sem consideração; uma pessoa que não dá valor a outra; que não se importa com o outra. É um dia que foi criado para os empresários lucrarem, para um rico ficar ainda mais rico e o pobre ficar mais endividado.»



      «Se existe uma data como dia das mães, por exemplo, o ideal seria que apenas passássemos o dia com a pessoa em questão, sem a necessidade de dar coisas materiais. Para que dar presentes? Quando entramos nesse jogo de consumo, o ganho material acaba tomando espaço do afeto, da atenção, do carinho, da presença e do convívio que deveria ser destinado à pessoa. Muitos podem dizer: “Mas eu dou o presente e também dou o carinho”. Minha pergunta é: para que dar presentes? Será que o carinho, o amor e a atenção não bastam?»
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        Infelizmente, entrámos numa espiral de novos _ e falsos valores, onde  as crianças, vítimas inocentes dessa onda de  "vejo, quero e já!" está a levar muitos pais ao desespero. Costumo  frequentar "catedrais de consumo", pois não encontro minha alimentação vegetariana e com a indicação _"não OMG"_Organismo Modificado Geneticamente_ onde moro, pois a maioria das pessoas não está preparada para  se interessar pela qualidade, é mais pela quantidade, onde o "pague dois, leve três" atrai imediatamente, sem se aperceberem de que isto é uma artimanha  dos comerciantes, se nos quisessem mesmo ajudar,  baixavam o preço nos produtos, ao invés de nos "aliciarem" com  o dobro pelo mesmo preço. Assim sendo, os estabelecimentos aqui da zona dão prioridade aos produtos mais económicos, lá que os clientes acabem por gastar pequenas fortunas em médicos e farmácias, pouco lhes interessa, saídos do estabelecimento, estão por sua conta...
        Pois, nessas tais Catedrais de Consumo, assisto a birras constantes, crianças arrastadas pelos pais, a maioria deles perguntando-lhes para que querem mais, se já lá têm tanto daquilo que estão a pedir. Outra manha das grandes superficies são as cadernetas para a colecção de cromos... Por cada compra de "coisas" para as crianças, têm direito a alguns cromos.  Então, algumas crianças e, até, adolescentes, fazem tremendas birras, enquanto teimam em querer preencher mais do que uma caderneta.
        Talvez alguns leitores pensem que eu devia escrever algo diferente nesta  Quadra de Amor que atravessamos, mas eu entendo que há mais Amor em dizer as verdades que possam levar as pessoas a reflectir que se pode dar Amor sem gastar dinheiro, uma vez que as lamentações quando chega o mês de Janeiro e os pedidos de "fiado" nos estabelecimentos de bairro (grandes superfícies querem o pagamento na hora...) já são bem conhecidos.
           Termino com parte de uma frase do mesmo autor:
         «E aquelas pessoas pobres que não podem comprar um presente? Como elas ficam nessas datas? E aqueles que gastam o dinheiro que não têm para comprar alguma coisa? É justo faze-los se passar por pessoas sem consideração só porque não podem comprar presentes?»
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          Pois é, meu Amigos. E o ambiente também sofre, com tantos embrulhos de papéis  de fantasia, lacinhos e laçarotes_mas não é fantasia nenhuma aquela sujeira toda que se vê nos rios, atribuída em parte à indústria do papel. Mas lá evitar o consumo deste...  (Pois!...). Quando publico no facebook artigos que partilho do Activismo pelos  Direitos da  Natureza, raramente colocam gostos e partilham, além de partilharem as desgraça do Tejo, não se interessam por publicar as soluções, não lhes agradam...  Consumir menos? Era só o que faltava!
          05 de Dezembro de 2017
        Florinda Rosa Isabel








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