sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O ANO NOVO...

14 min ·
Elisa Flora PMaitreya
10 h ·
Com esta 6ª. parte terminamos o envio da Brochura nº. 301 - O ANO NOVO, com ensinamentos do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov.
6ª. parte:
No passado, os Iniciados, que não podiam revelar estas verdades ao comum das pessoas, diziam, por exemplo, que o olho de Deus está sempre a ver-nos. Na realidade, Deus tem mais que fazer do que ver os horrores e os crimes que se cometem na terra. Se Ele visse tudo isso, seria o ser mais digno de dó. Deus não vê tudo porque não quer ver tudo.
«Mas, então, Ele não sabe, tudo?» - perguntareis vós. Sim, mas não tem necessidade de assistir. Quando Ele quer saber uma coisa, sabe-a instantaneamente. Mas quando não quer, quando pretende descansar um pouco, não olha para mais nada e desliga o telefone ... Senão ... Já vos destes conta dos pedidos que Lhe dirigem todos os dias?!
«Senhor, dá-me dinheiro! Senhor, acaba com o meu inimigo ... » E ainda: «Senhor, faz com que o meu marido morra, para que eu possa casar com o meu amante!!» Por isso Ele me disse, confidencialmente, que desliga o telefone para poder estar descansado.
Direis que isto contradiz tudo o que está escrito na Bíblia. De forma alguma! Muitas vezes, o que a Bíblia diz é simbólico, figurado, e para compreender bem a sabedoria, a profundidade e a ciência oculta nesses símbolos é necessário ter a luz da Iniciação.
Na realidade, a Criação está muito melhor organizada do que o que se pensa. Deus deixou aparelhos, por toda a Natureza, o encargo de registarem tudo automaticamente. Ah!, julgais que é Ele próprio que, dia e noite, vigia os nossos erros, passeando com um bloco de notas e um lápis para apontar tudo?
Então, e se Ele precisasse de ir buscar um canivete para afiar o lápis ... quantas coisas não se passariam entretanto sem Ele as poder anotar! ... Não, não; são explicações para crianças. Para os Iniciados, Deus é um Espírito que está em toda a parte mas que não quer ver tudo, porque outros estão encarregados de ver tudo por Ele. E quando Ele quer saber alguma coisa é muito fácil. Quando um director de empresa quer ter informações a respeito dum empregado, pede-as à sua secretária, que consulta os ficheiros, e ele obtém imediatamente essas informações.
Porque deveria o Senhor passar o Seu tempo a vigiar e a anotar os nossos crimes? Pensais que seria uma função honorífica para Ele? Todos os Anjos e Arcanjos que Ele criou nada fariam e Ele é que teria de fazer tudo! ... Não, isso é impossível.
Agora já não conseguireis convencer os humanos a aperfeiçoarem-se se lhes disserdes que é Deus que os vê e os castiga, porque muitos deles, que reflectem, dir-vos-ão: «Não, Ele não perde o Seu tempo a vir ver o que eu faço», e continuarão a cometer crimes. Mas se lhes revelardes que tudo está registado, fotografado, no interior do homem, e que será de acordo com estes dados que, um dia, ele será julgado, é evidente que tudo se modificará.
O que eu estou a revelar-vos é uma das páginas mais importantes da Ciência Iniciática. Conhecendo estas verdades, vós tendes a possibilidade mágica de recriar a vossa vida, de transformar o vosso futuro. Se agora procurardes nos vossos arquivos e virdes que caluniastes, que mentistes, que fostes egoístas, maus, e que tudo isso está registado, pois bem, procurai imediatamente gravar por cima algo de bom, de nobre, de luminoso, pois é deste modo que vos tornareis criadores do vosso destino.
Perguntar-me-eis: «Mas como é que são esses aparelhos registadores que foram colocados no homem?» É uma minúscula bobina, um átomo. Pensareis que é impossível que tudo se registe num átomo ... Porquê? Reparai: no princípio, quando começaram a fabricar aparelhos de rádio, estes eram enormes; mas agora encontram maneira de os reduzir mais e mais, até ao ponto de fazerem circuitos cada vez mais pequenos, com uma tinta metálica, e a corrente circula exactamente segundo as linhas que foram traçadas.
Hoje, consegue-se reduzir tanto e tornar tão leves os aparelhos que, um dia, conseguir-se-á ter, de certeza, televisores de bolso. Ora bem; a Natureza ultrapassou os humanos: diminuiu tanto o tamanho das suas bobinas de fita que as reduziu a um átomo. Quando o homem morre, apresenta esse átomo aos seus juízes e todo o filme da sua existência começa a desenrolar-se.
O que é terrível é que o próprio homem assiste a essa projecção, no meio de juízes impassíveis, e revê uma porção de coisas de que já não se lembrava.
Alguns livros, como, por exemplo, o Livro dos Mortos dos Egípcios, contam como a alma se apresenta diante dos juízes dos Infernos para ouvir o seu julgamento, o seu juízo. Na realidade, os juízes nada dizem, são seres silenciosos. Então, de onde é que o homem ouve o seu julgamento? Do seu interior. É o seu próprio juízo que o condena ou o glorifica. E aquele que levou uma vida verdadeiramente pura apresenta-se diante dos seus juízes, dizendo: «Eu sou puro, eu sou puro, eu sou puro, com a pureza da fénix de Heliópolis». Ele não treme, olha-os e diz simplesmente: «Eu sou puro».
Porque ele se julgou a si próprio desde há muito. Mas os outros, que não sabem o que são e que esqueceram tudo, revêem o desenrolar da sua existência, e este desenrolar contém já o seu julgamento.
Acreditai no que estou a dizer-vos, é a pura verdade; e, aliás, vós próprios conhecereis, um dia, a realidade desses observadores, desses juízes que estão dentro de vós. Falo-vos deles hoje para que, com o novo ano, penseis em registar em vós apenas pensamentos, sentimentos e actos positivos, luminosos .:
No fim deste dia, sereis como abelhas carregadas de pólen e ireis preparar o mais delicioso mel para alimentardes as criaturas do Alto. Sim, aqueles que sabem preparar o mel, que trabalham na preparação do mel para o Senhor, são abelhas. E são necessárias abelhas, porque só elas conhecem as regras da nova sociedade, da .nova fraternidade. As abelhas trazem-nos todo um ensinamento. E trabalhando para a Fraternidade Branca Universal que os discípulos se transformarão em abelhas que fabricam o mel na harmonia e na pureza.
Desejo-vos um ano feliz e luminoso, meus caros irmãos e irmãs!

Sevres, 1 de Janeiro de 1963 (à tarde)

Sem comentários:

Enviar um comentário