segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

NÃO COMPENSA ENRIQUECER INDEVIDAMENTE

DEDICADO A TODOS AQUELES QUE ENRIQUECERAM INDEVIDAMENTE, E ... (POIS!)
Era uma vez...
Um rato do mato, muito magrinho, encontrou-se com o rato da cidade, que por ali fora dar um passeio e apanhar ar puro. E ambos entraram em diálogo:
Rato da cidade_ Meu irmão, que magreza vem a se essa? Passas fome?
Rato do campo_Sim, passo e muita, ando por aqui a tentar caçar algum bicho descuidado a que eu possa deitar os dentes. E restos de comida que os humanos por aí deixam quando comem por aqui...
Rato da cidade_ Vem comigo para a casa onde vivo, não te faltará boa comida.
E lá foram...
Antes de entrarem, o rato do campo parou, indeciso, e perguntou:
_ Parece-me que sinto o cheiro a gato. Há algum aí em casa?
_Não!_respondeu o citadino, uma vez que, metido dentro de casa, não conseguia ter os sentidos tão desenvolvidos como o do campo. Mas os donos da casa tinham levado para lá um, durante o seu passeio.
Mal o citadino entrou, o bichano filou-o de um salto e começou logo a devorá-lo_ pois, no tempo em que esta história me foi contada, os gatos ainda não tinham adquirido o estatuto de filhos adoptivos nem de anjos, e também não havia latinhas com pedaços de animais dentro, como há agora, que vão alimentando os filhos adoptivos de alguns activistas que pedem o encerramento dos matadouros, e colocam no facebook fotografias com os seus "filhos-anjos-gatos-adoptivos" a comer num pratinho, junto com o rato de cano também adoptado_, e tinham mesmo de comer os ratos que apanhavam.
Então o rato do campo pirou-se para o campo e ia chiando: «Livra! Vale mais
ser um rato magro no mato, do que ser gordo no (...) do gato!»
Florinda Rosa Isabel

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