sábado, 19 de novembro de 2016

(13) O AMADO MESTRE DISSE...

(13)
Duas pessoas encontram-se: «Que tal?..._ Tudo bem!» e, se se conhecem suficientemente bem, abraçam-se, por hábito, de forma maquinal.  Depois, separam-se, porque estão com pressa, e já  nem se lembram de que se abraçaram. Elas não acham nada de anormal em fazerem tudo à pressa, inconscientemente, mesmo  abraçarem-se, e depois ficam surpreendidas quando as relações com aqueles a quem no entanto, chamam amigos, não lhes trazem grande coisa.
Vós encontrais alguém. Antes de mais, é assim tão necessário que vos abraceis? Mas, se o fizerdes, e mesmo que não o façais, concentrais, pelo menos durante alguns segundos o vosso pensamento e a vossa alma nesse encontro, e então ficará dele um gosto, um perfume, que vos acompanhará durante muito tempo.
Dar um aperto de mão, abraçar-se dizer "meu querido", "minha querida" ou qualquer outras palavras deste tipo exige que se preste a isso uma atenção especial. Se for maquinal, é não só inútil, mas também prejudicial, pois esta forma de inconsciência tem efeitos negativos sobre o psiquismo. Manifestar a alguém sinais exteriores de afeição sem pôr nisso o seu pensamento, a sua alma retira algo tanto àquele que os dá como àquele que os recebe. Esse "algo" é, evidentemente, subtil, imponderável; mas o essencial para a nossa alegria, para o nosso desenvolvimento interior, é sempre imponderável. Um olhar, um segundo de silêncio, um sorriso em que a alma se exprime, pode trazer muito mais do que qualquer manifestação mais concreta: apertos de mão, beijos, ou mesmo presentes.
O verdadeiro amor é uma vibração de uma extrema subtileza e, para emitir essa vibração, bem como a captar, é necessária muita atenção, muita vigilância. Nada é mais importante do que saber dar e receber o amor. Aquele que compreendeu isso sente uma tal plenitude, uma tal alegria, que tudo o resto à sua volta perde importância. Nas trocas vivas, conscientes, que ele faz com os outros, encontra uma tal riqueza, que sentimentos como a inveja, o ciúme, a necessidade de dominar, de sucesso social, que o põem continuamente em conflito com eles, se desvanecem por completo. O amor
e algo bem diferente dessa atracção que impele subitamente dois seres um para o outro e que os faz separarem-se quando termina, para os levar para outras paragens.
No dia em que souberdes o que é o verdadeiro amor, retirareis de cada encontro elementos de imortalidade, e cada um, por seu lado, dirá: «Meu Deus, obrigado! Enviaste-me um ser que é para mim como o sol que me aquece  e me ilumina durante o inverno, como um fruto delicioso e perfumado que me alimenta, como a água que me sacia a sede, como o ar que me torna leve.»

Do Mestre Omraam Mikhael Aivanhov (1900-1986), filósofo e pedagogo  francês de origem búlgara.

Livro: «Nas Fontes Inalteráveis da Alegria» Colecção Izvor.
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(Florinda Rosa Isabel)
















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