segunda-feira, 21 de novembro de 2016

(15) O AMADO MESTRE DISSE...

(15)
Será que é permitido acumular-se riqueza? Certamente. O que faz o estômago quando lhe dais alimentos? Lança-se sobre eles, transforma-os, fica com o que lhe é necessário e envia tudo o resto para as outras partes do corpo, não o guardando para ele. Aquilo que ele recebe, não  o utiliza somente para si, trabalha-o e distribui-o em seguida por todo o corpo. Ao fim de algumas horas, quando sete de novo um vazio, volta a receber alimentos e tudo recomeça. É graças a esta distribuição impessoal, a este desapego, que o homem goza de boa saúde, fala, anda, trabalha, canta...
Suponhamos agora que o estômago dizia: «Daqui em diante, guardarei tudo para mim! Que representam todos esses idiotas, para que eu continue a dar-lhes alguma coisa? E se vier uma época de fome? Nunca se sabe o que o futuro reserva.» Ele põe-se a acumular, a acumular e surge a doença. Porquê? Porque a lei da impessoalidade, da fraternidade, já não é respeitada. Os médicos chamarão a isso obstrução, tumor, cancro, como entenderem... E o mesmo acontecerá se os pulmões, a cabeça ou o coração, resolverem guardar tudo para eles...Todos os humanos são como células de um mesmo corpo, e há mesmo muito mais células no nosso organismo do que seres humanos na terra_o nosso cérebro, só por si, tem milhões e milhões. Então, como é possível que todas estas células do organismo do corpo se organizem para viver em conjunto, em entreajuda, em fraternidade, e que os humanos sejam tão estúpidos que não o consigam? Se eles conseguissem realizar esta fraternidade universal, haveria uma tal prosperidade que os países e os indivíduos já não sentiriam necessidade de acumular riquezas e de  as proteger, porque haveria sempre tudo para toda a gente.
Por que é que as pessoas só pensam em acumular? Exactamente porque estão sempre a envolver-se em situações complicadas que só lhes trazem catástrofes; então, tentam acumular toda a espécie de coisas, prevendo os maus dias. Se todos fossem sensatos, ninguém sentiria a necessidade de acumular: cada um disporia de tudo,  tanto quanto quisesse...
É preciso, pois, esclarecer os humanos para que eles percam esta necessidade de acumular mais dinheiro e riqueza do que aquilo que lhes é necessário. Quando a humanidade se tornar uma família e as fronteiras desaparecerem, esta necessidade de acumular também desaparecerá e já não haverá injustiça. Eis, pois, a solução: que cada um compreenda as vantagens da fraternidade universal e trabalhe para ela, como as células trabalham num organismo de boa saúde.
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Do Mestre Omraam MIkhael Aivanhov (1900-196), filósofo e pedagogo francês  de origem búlgara.
Livro: «Rumo ao Reino da Paz» Colecção Izvor.
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(Florinda Rosa Isabel)








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