domingo, 27 de novembro de 2016

(20) O AMADO MESTRE DISSE...

(20)
«Faça-se Luz!»,  segundo diz o Génesis, foi no momento em que Deus pronunciou estas palavras que a Criação teve início. Significa isto que nenhuma luz existia anteriormente? E como é que o Verbo divino a poude criar? Também aqui, o esquema da Árvore Sefirótica, a Árvore da Vida nos ajuda a compreender.
Antes de Deus dizer «Faça-se luz!», esta realidade que nós conhecemos como luz só existia de uma forma que nós não podemos conceber: Ain Soph Aur. E a "palavra" de Deus que, evidentemente, nada tem a ver com aquilo que nós podemos chamar palavra, não é mais que uma forma de exprimir a ideia de que, para criar, Deus projectou algo de Si próprio. É a projecção que era Ele, mas uma nova forma d'Ele, que nós chamamos luz. Dizer que Deus "falou" significa que Ele teve a vontade de Se manifestar. Pensais que isto é muito difícil de de compreender... Não, tomemos um exemplo da vida quotidiana. Vós tendes uma ideia, mas onde está essa ideia? Onde podemos situá-la? Será que podemos vê-la, localizá-la algures no vosso cérebro? Não. E somos obrigados a reconhecer igualmente que não sabemos de que matéria ela é feita. Mas, no momento em que nós exprimimos essa ideia pela palavra, a sua existência já começa a ser perceptível. E, finalmente, quando vós agis de acordo com essa ideia, ela incarna-se na matéria, torna-se visível. A palavra é um intermediário entre o plano do pensamento puro e da realização na matéria. Tendes aqui uma imagem do processo da criação.
Agora, se conjugarmos a frase do Génesis: «Deus disse: Faça-se luz!»  com a primeira frase do Evangelho  de São João: «No começo era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus»,  compreenderemos ainda melhor a relação que existe entre o Verbo e a luz. A luz é a substância que o Verbo divino, primogénito de Deus, fez aparecer para se tornar a matéria da Criação.
Vós direis que, quando se olha para as pedras, as plantas,  os animais e até os humanos, não se vê que eles são feitos de luz. Pois não, porque neles  esta luz condensou-se  ao ponto de se tornar opaca.
Se, geralmente, se opõe matéria e luz, é porque se ignora  que aquilo a que se chama matéria é, na realidade, luz condensada.

De Conferência improvisada, pelo Mestre Omraam Mikhael Aivanhov (1900-1986), filósofo e pedagogo francês de origem búlgara.

Livro«Do Homem a Deus» Colecção Izvor.
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(Florinda Rosa Isabel)
















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