segunda-feira, 15 de junho de 2015

A PARÁBOLA DAS 5 VIRGENS SENSATAS E DAS 5 VIRGENS LOUCAS (1º)

   «O Reino de Deus será semelhante a dez virgens que,tomando as suas candeias, saíram ao encontro do esposo. Cinco delas eram loucas e cinco eram sensatas. As loucas, ao pegarem nas suas candeias, não levaram azeite consigo; mas as sensatas, com as suas candeias, levaram azeite em almotolias. Como o esposo tardasse, começaram a dormitar e adormeceram. A meio da noite, ouviu-se gritar: 'Aí vem o esposo, ide ao seu encontro!' Então, todas aquelas virgens despertaram e prepararam as suas candeias. As loucas disseram às sensatas: 'Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas candeias estão a apagar-se.' Mas as sensatas responderam: 'Não, talvez não chegue para nós e para vós; ide antes aos que o vendem e comprai-o para vós.' Mas enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam prontas entraram com ele para a sala de núpcias e fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram: 'Senhor, Senhor, abre-nos a porta!' Mas ele respondeu: 'Em verdade vos digo: Não vos conheço! Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora'»
                                                                                                       São Mateus, 25:1-13

    Ao ler esta parábola, notastes com certeza como certos pormenores são estranhos. Neste festim exige-se a cada convidado uma candeia acesa. Portanto, deve-se supor que a sala não é iluminada e que cada um deve levar luz. Já se viu algo assim?... Outro pormenor incompreensível: a crueldade do esposo que não hesita em fechar a porta na cara das cinco virgens que não têm azeite e que, todavia, foram ao seu encontro. O pecado delas é assim tão grande que mereça semelhante castigo? Que indivíduo desagradável e mal-educado, este esposo que desperta toda a gente em plena noite e deixa lá fora cinco pobres moças, com o pretexto de elas não terem azeite nas suas candeias! Valerá realmente a pena esperar por um homem tão antipático que levanta tantos problemas  por causa de um pouco de azeite?
     É frequente encontrarmos nas parábolas este tipo de pormenores bizarros, mas é precisamente nestes pormenores que os Iniciados descobrem provas da profunda sabedoria dos Evangelhos. Perante as contradições e o absurdo desta parábola, é-se obrigado  concluir que a candeia, o azeite, o esposo e até as virgens são símbolos que é preciso interpretar.
    Comecemos pelas virgens. Cinco virgens  sensatas e cinco virgens loucas... Por que é que, nesta parábola, Jesus escolheu o número cinco? Por que não quatro ou seis?... É porque o cinco é o número das cinco virtudes fundamentais: a bondade, a justiça, o amor a sabedoria e a verdade. As cinco virgens sensatas representam, pois, estas virtudes, ao passo que as cinco virgens loucas representam os defeitos correspondentes.
     Una vez que Jesus representou estas virtudes como pessoa, podemos travar conhecimento com elas. Comecemos pelas virgens loucas...
     A primeira virgem era privada de bondade. Unicamente preocupada em satisfazer os seus desejos  e ambições, seguia o seu caminho sem notar os seres que se encontravam por onde ela passava; ignorava-os ou rebaixava-os. Se se dirigia a eles, era só para lhes dizer palavras malévolas, e a sua malvadez fazia com que todos a detestassem.
    A segunda virgem cometia toda a espécie de injustiças, provocava a agitação em todos os lugares onde se encontrava, mas culpando sempre os outros por essas agitação. Quando sofria por qualquer motivo, sentia-se perfeitamente inocente e acusava toda a gente: a família, os amigos, a sociedade e até o Senhor, porque, se  Ele fosse justo, só lhe teria enviado felicidade e sucesso.
     A terceira virgem só nutria pelos outros ódio e, por isso, sentia-se sempre infeliz. Passava o tempo a gritar e irritada, como se o seu único desejo fosse tornar a vida insuportável àquele que a rodeavam. As infelicidades dos outros eram os seus únicos motivos de regozijo.
       A quarta virgem era completamente irrazoável; fazia tudo com a maior precipitação, nunca perdendo tempo a reflectir e a pesar as consequências dos seus actos. Não se he podia confiar coisa alguma porque ela transmitia tudo a toda a gente, mesmo  àqueles a quem lhe tinham recomendado especialmente que nada dissesse. O seu comportamento provocava catástrofes na vida dos outros. Não era má, mas era tão irreflectida que não cometia qualquer boa acção. Quando estava alegre, expressava a sua alegria de uma maneira muito desagradável; e o mesmo acontecia quando chorava: fazia tanto barulho e gemia tanto  que atraía a atenção de todos. Carecia totalmente de discernimento e tomava sempre pessoas estúpidas por pessoas inteligentes ou pessoas inteligentes por pessoas estúpidas; além disso, era incapaz  de escutar o que os outros lhe diziam.
       A quinta virgem era perita na arte de mentir. Inventar histórias era para ela o maior prazer. Espalhava constantemente toda a espécie de mexericos e de invenções, pelos quais os outros se deixavam enganar, o que a divertia imenso. Chegou um momento em que ela acabou por acreditar em tudo que inventava; tornou-se vítima da sua imaginação e passou a viver no mundo das ilusões e das mentiras.

(Continua, com as virgens sensatas)

Do livro «Nova Luz Sobre os Evangelhos» de Omraam Mikhael Aivanhov

(Florinda Isabel)











Sem comentários:

Enviar um comentário