Eu não nos referi os nomes destas virgens loucas porque, se eles ficassem na vossa memória, correríeis o risco de sofrer uma má influência. Mas vou dizer-vos os nomes das virgens sensatas.
A primeira chama-se Tova. Ela era muito boa; corria por toda a parte para ajudar os outros, por isso tinha pés muito bonitos. desde a primeira infância, Tova aprendera a ser boa. Era órfã e vivia com os avós, que a amavam muito; a sua avó, sobretudo, ocupava-se dela, mostrando-lhe as flores, os frutos, os insetos, ensinando-a a amá-los e-se deles. Ela pensava sempre em tornar-se útil: cuidava das crianças da vizinhança, consolava os infelizes e auxiliava os pobres. Por isso, todos gostavam dela.
A segunda virgem chamava-se Tsadka. Tsadka tinha um grande sentido de justiça; herdara essa virtude do pai, que era muito severo, mas muito justo. Embora ele tivesse uma preferência por Tsadka, nunca o mostrava, para não a tornar orgulhosa. Distribuía igualmente por todos, dando assim a sua primeira lição de justiça à filha preferida, que observava o pai e tentava imitá-lo. Ela observava por toda a parte como se manifestava a vida, tinha muito discernimento e compreendia que os sofrimentos dos seres não lhes são dados por acaso, são consequências dos seus erros passados; Tsadka ficava maravilhada ao perceber as leis que regem o mundo.
A terceira virgem chamava-se Ahava. O seu pai tivera de partir para o estrangeiro à procura de trabalho, toda a família estava a cargo da mãe. Ahava, que via todos os sacrifícios que esta fazia pela família, ficava profundamente sensibilizada pelas manifestações daquele amor; admirava muito a mãe e queria também sacrificar-se pelos outros. Muitas vezes, quando saía, olhava para o sol, par as nuvens, para as aves, e enviava-lhe o seu amor. Sorria às crianças e, mesmo quando estas eram más para ela, suportava-as e olhava-as com ternura. Por isso, as crianças amavam-na cada vez mais, queriam vê-la sorrir, ser olhadas por ela e sentir a sua ternura, porque, quando ela falava, a sua voz e as suas palavras eram uma carícia.
A quarta virgem chamava-se Hohmah. Estava quase sempre silenciosa e contentava-se em olhar, reflectir, escutar, sempre silenciosamente. Por vezes, não se conseguia encontrá-la, pois tinha ido fazer uma visita a um Iniciado que morava perto da sua casa; ela fazia-lhe perguntas, porque desejava instruir-se e não tinha encontrado respostas para as questões que a preocupavam. Hohmah compreendia como a vida é profunda, complexa, dirigida por uma razão omnipresente, via que a natureza tudo está ligado e aprendia a procurar e a encontrar em si própria, nos seus pensamentos, sentimentos e atos, correspondências com as estações, as chuvas, os astros, as flores...
De princípio, os pais de Hohmah não estavam muito contentes com ela; ralhavam-lhe porque ela enchia a casa e pedras, conchas, insetos, objetos sem utilidade, mas Hohmah nada respondia ou então dizia: «Deixem-me agir assim; eu sinto-me feliz com os meus estudos, faço descobertas tão interessantes!» Mais tarde, os pais compreenderam que ela visitava o Iniciado e Hohmah começou a ensinar-lhe muitas coisas, assim como aos seus amigos e a toda a vizinhança.
Hohmah possuía uma qualidade notável: sabia escutar; escutava o Iniciado com um respeito e uma atenção extraordinários; escutava também todos os barulhos da natureza: os regatos, a chuva, o vento nos ramos... Era muito frequente ela deitar-se no chão para ouvir os barulhos da floresta, e assim descobria cada vez mais a voz que fala em todas as coisas.
A quinta virgem chamava-se Aména. Nascera a uma hora muito favorável, em que a Lua, o Sol e Mercúrio faziam muito bons aspetos. Quando Aména olhava alguém essa pessoa sentia como tudo era aberto, claro e franco nela. Ela não escondia nada, porque nada tinha a esconder. Viera à terra assi constituída para testemunhar a verdade porque, nas incarnações anteriores, tinha sido verdadeira e estava ligada ao mundo da verdade. Por causa disso, ela própria pudera escolher a família onde iria encarnar, pois já era livre. Aquele que traz a verdade é livre e não está submetido ao carma, pode escolher a família e as condições em que nascerá; ele aproveita somente as boas características do seu pai e da sua mãe, mas traz consigo esta virtude superior.
Quando Aména olhava para alguém, essa pessoa sentia que o mundo da verdade existe realmente; dos seus olhos emanava uma tal luz que, sob a sua influência, que a pessoa sentia-se reconfortada e em paz. Aména também gostava de se entregar à contemplação. Olhava o céu, as montanhas, o mar; também gostava de olhar as estrelas durante a noite e levantava-se muitas vezes para as admirar, nesses momentos ligava-se a todo o universo e a sua alma viajava pelos mundos infinitos, pelo espaço sem limites. Quando contemplava as estrelas, podia ler nelas a escrita celeste, porque compreendia que elas representavam os carateres inscritos pelo Senhor no livro da natureza. Na primavera, levantava-se muito cedo para contemplar o nascer do sol. A grande qualidade que ela tinha era esta necessidade de contemplação, de adoração. Jesus tomou a irmã de Lázaro, Maria, como modelo da quinta virgem, porque Maria o contemplava ligando-se sempre ao Espírito da verdade.
Apresentei-vos, pois, as cindo virgens loucas e as cinco virgens sensatas. Pensareis, por certo, que esta apresentação é um pouco romanceada. É verdade: no entanto, simbolicamente ela é exacta.
Do livro «Nova Luz Sobre os Evangelhos», de Omraam Mikhael Aivanhov.
( Continua...)
A quinta virgem chamava-se Aména. Nascera a uma hora muito favorável, em que a Lua, o Sol e Mercúrio faziam muito bons aspetos. Quando Aména olhava alguém essa pessoa sentia como tudo era aberto, claro e franco nela. Ela não escondia nada, porque nada tinha a esconder. Viera à terra assi constituída para testemunhar a verdade porque, nas incarnações anteriores, tinha sido verdadeira e estava ligada ao mundo da verdade. Por causa disso, ela própria pudera escolher a família onde iria encarnar, pois já era livre. Aquele que traz a verdade é livre e não está submetido ao carma, pode escolher a família e as condições em que nascerá; ele aproveita somente as boas características do seu pai e da sua mãe, mas traz consigo esta virtude superior.
Quando Aména olhava para alguém, essa pessoa sentia que o mundo da verdade existe realmente; dos seus olhos emanava uma tal luz que, sob a sua influência, que a pessoa sentia-se reconfortada e em paz. Aména também gostava de se entregar à contemplação. Olhava o céu, as montanhas, o mar; também gostava de olhar as estrelas durante a noite e levantava-se muitas vezes para as admirar, nesses momentos ligava-se a todo o universo e a sua alma viajava pelos mundos infinitos, pelo espaço sem limites. Quando contemplava as estrelas, podia ler nelas a escrita celeste, porque compreendia que elas representavam os carateres inscritos pelo Senhor no livro da natureza. Na primavera, levantava-se muito cedo para contemplar o nascer do sol. A grande qualidade que ela tinha era esta necessidade de contemplação, de adoração. Jesus tomou a irmã de Lázaro, Maria, como modelo da quinta virgem, porque Maria o contemplava ligando-se sempre ao Espírito da verdade.
Apresentei-vos, pois, as cindo virgens loucas e as cinco virgens sensatas. Pensareis, por certo, que esta apresentação é um pouco romanceada. É verdade: no entanto, simbolicamente ela é exacta.
Do livro «Nova Luz Sobre os Evangelhos», de Omraam Mikhael Aivanhov.
( Continua...)
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