Ocupemo-nos agora da candeia que a virgens deviam levar para iluminar a sala do festim. Actualmente, já não usamos candeias de azeite mas enquanto símbolos, o azeite e a candeia desempenham um papel muito importante na nossa vida. Suponhamos, por exemplo, que estais anémicos, a vossa força vital está diminuída, estais sonolentos e abatidos; isto significa que a candeia do vosso corpo carece de azeite e começa a apagar-se. Pode acontecer que se leve esta candeia ao hospital porque a chama vacila; aí, deitam-lhe um pouco de azeite e a chama começa a reanimar-se, a brilhar. Neste caso, o azeite é o sangue. Suponde agora que tendes necessidade de alimento, de vestuário, mas, se não houver azeite na vossa candeia, isto é, se não tiverdes dinheiro na carteira, não podereis comprá-los. Imaginai ainda que tendes no vosso jardim uma flor que está a secar; deitais-lhe um pouco de água e de novo ela ganha vitalidade. Por toda a parte, em todos os domínios da vida, encontramos o azeite e a candeia: para o estômago, é o alimento; para os pulmões, é o ar; para cérebro, é uma ideia...
Este azeite encontra-se, pois, em toda a parte. As plantas captam-no do solo, do ar dos raios solares, e graças a ele preparam a seiva, símbolo da seiva viva que corre também em nós. Onde? No nosso plexo solar. O plexo solar é o reservatório das forças vitais, o acumulador de todas as energias; se souberdes como enchê-lo diariamente, tereis uma fonte onde podereis beber a cada instante as forças que vos são necessárias; quer dizer, a vossa lâmpada poderá fornecer-vos o meio para esperardes Aquele que há-de vir. Aquele que as virgens esperavam e que pode vir a vós todos os dias sob a forma de luz, de sabedoria, de inspiração e de amor.
O azeite simboliza a força vital, a seiva que alimenta todas as células. Vós já vivestes numerosas experiências e pudestes notar que, se durante uma semana soubestes comportar-vos com sabedoria, bondade, generosidade, autodomínio, adquiristes a possibilidade de enfrentar mais facilmente os problemas nos dias seguintes. Tudo se passa como se tivésseis em vós um apoio, uma ajuda, como que uma força que foi preparada em vós, uma resistência, uma protecção nas células do sistema nervoso, de tal maneira que agora podeis suportar grandes tensões. Foi elaborado em vós algo que vos dá a possibilidade de resistir aos abalos, às dificuldades. Aquele que leva uma vida sensata, luminosa, cheia de amor, sente aparecer em si uma força que é semelhante ao azeite da candeia, e então, mesmo que esteja fatigado, doente, se souber ficar tranquilo por uns momentos, sentirá agir dentro de si essa força que o restabelecerá. Se essa força não existisse nas células, ele não poderia resistir.
Podeis ver que esta parábola das dez virgens tem um significado muito mais vasto e profundo do que aquele que lhe foi atribuído até agora. Para os Iniciados, este significado é perfeitamente claro, e se, na parábola, Jesus falou nas virgens sensatas e virgens loucas, foi precisamente porque o plexo solar está relacionado com o signo astrológico da virgem. O plexo solar é aquilo que Jesus designou pela palavra "seio" quando dizia: «Do seu seio jorrarão fontes de água viva». Isto significa que, se nós vivermos, pensarmos e sentirmos corretamente, o nosso plexo solar tornar-se-á capaz de distribuir a força viva às nossas células. Assim, estaremos sempre sãos, vigorosos, cheios de energia.
As cinco virgens sensatas e as cinco loucas representam as duas categorias de seres (tanto mulheres como homens, evidentemente): os que sabem preparar o azeite da sua candeia e os que não sabem prepará-lo. Por vezes, despendeis toda a vossa força em estados de cólera, em disputas ou em divertimentos, e quando chega o esposo (isto é, acontecimentos magníficos, seres superiores) não estais preparados para o compreender, para o seguir, para o amar; estais doentes, esgotados, e sofreis por não terdes força para viver plenamente esses acontecimentos ou estar com esses seres, e assim encontrai-vos privados de todas as bênçãos. Em certa medida, isso pode acontecer todos os dias.
Do livro «Nova Luz Sobre os Evangelhos», de Omraam Mikhael Aivanhov.
(continua...)
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