sexta-feira, 12 de junho de 2015
O SEGUNDO NASCIMENTO_DE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV
Estudemos um pouco a natureza dos conhecimentos que recebemos todos os dias. Na maioria das vezes, esses conhecimentos limitam-se a um plano teórico... Na Bulgária, havia um padre que falava maravilhosamente acerca da caridade. Estava sempre a repetir estas palavras: «Quando temos duas camisas, não devemos hesitar em dar uma delas», num tom patético e com tais tremores na voz que todos que o ouviam começavam a chorar. Um dia, a mulher deste padre assistiu ao sermão do marido. e ficou profundamente tocada pelas suas palavras... Ora, o padre tinha duas camisas... A mulher, quando voltou para casa, foi imediatamente buscar a segunda camisa e deu-a a um pobre. O marido voltou da igreja e quis mudar de roupa; foi ao armário e, como não encontrou a segunda camisa, chamou a mulher, que lhe confessou tê-la dado. O padre zangou-se. «No entanto, disse-lhe a mulher, foste tu mesmo que disseste que aquele que tivesse duas camisas não devia hesitar em dar uma. _ Mulher estúpida, respondeu o marido, quando eu digo isso é para os outros, não para nós.»
Vou contar-vos ainda uma outra anedota. Um dia, um grande cientista dava um passeio pelo mar. A dada altura, perguntou ao barqueiro: «Sabes alguma coisa de astronomia? _ Não, responde o barqueiro. _Então, és mesmo pobre, diz o sábio, perdeste um quarto da tua vida. Mas conheces um pouco de física? _ Não, não conheço._ Então perdeste dois quartos da tua vida. Mas talvez saibas de química..._ De maneira nenhuma, nunca ouvi falar disso. _ Que ignorância! Perdeste três quartos da tua vida.»
O barco avançava em direcção ao alto mar... De súbito, rebentou uma trovoada que provocou uma terrível tempestade. O barqueiro perguntou ao cientista: «Sabe nadar, senhor cientista?_ Não, não sei._ Então, exclama o barqueiro, agora são os quatro quartos da sua vida que estão perdidos.»
Estais a ver? Há conhecimentos que não vos são úteis para coisa nenhuma. Assemelham-se a enfeites e servem igualmente para ganhar dinheiro, mas, se vieram as trovoadas, veremos se sabeis nadar! A vida é um oceano, bem o sabeis, e neste oceano há conhecimentos que são bastante mais úteis do que outros: são aqueles que ajudam o homem a viver. Como orientar a nossa vida... Que alto ideal devemos ter... Como transformar os pensamentos e os sentimentos que nos perturbam...Como interpretar os acontecimentos que se desenrolam à nossa volta...Como conhecer as nossas relações com o macrocosmos... Como comer, dormir, lavar-se, respirar, amar... São estes os conhecimentos que devemos adquirir.
O essencial na vida é saber como podemos entrar em harmonia com o mundo superior, o mundo divino.
Jesus disse: «Pedi e dar-vos-ão
Procurai encontrareis.
Batei e abrir-vos-ão.»
Estas palavras dizem respeito à oração. É muito importante saber orar. Muitas vezes, não só não sabem orar, como sentem uma certa repugnância em fazê-lo e até desprezam aqueles que oram. Orar não é um hábito que esteja na moda. As pessoas consideram-se instruídas e sabedoras e, para alguém que "sabe", é estúpido orar a Deus, não é verdade?
«Pedi e dar-vos-ão, procurai e encontrarás, batei e abrir-vos-ão...» Estas palavras só podem explicar-se pelo conhecimento da trindade formada pelo intelecto pelo coração e pela vontade, que existe no homem. «Pedi e dar-vos-ão... Mas pedir o quê? Quem pede por nós?...E quem é que procura?... Quem é que bate?...Aquele que que pede é o coração; aquele que procura é o intelecto; aquele que bate é a vontade. O coração pede, mas não pede ciência, nem luz em sabedoria; não, ele reclama calor, ternura, amor. E o intelecto, esse não pede, procura, mas não procura o calor, nem o amor, porque no calor o intelecto não funciona bem, adormece; ele procura os métodos, procura a luz. E a vontade bate, porque está aprisionada e quer liberdade e espaço para criar.
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Do Livro «O Segundo Nascimento», de Omraam Mikhael Aivanhov (páginas 35/36), de ÉDITIONS PROSVETA e PUBLICAÇÕES MAITREYA_PORTUGAL.
Florinda Isabel
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