A Meditação e os Benefícios na Saúde
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| A todos, a nossa saudação. |
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Caros Amigos,
Como habitualmente às 3ªs. feiras, voltamos com a partilha do texto selecionado aleatoriamente, e o livro selecionado foi «A MEDITAÇÃO E OS BENEFÍCIOS NA SAÚDE», de Maria, inserido na Colecção "Missão Lusa".
4º. - A SAÚDE E A ALIMENTAÇÃO (parte)
Preservar a saúde. A Meditação para além de ser uma prática espiritual, já que devolve ao Ser a sua ligação superior ou Divina, é sobretudo uma forma medicinal natural de preservar o equilíbrio físico e mental. Conservar a saúde, não só é um dever como constitui uma forma de auto-estima e de autoconfiança, que passa também pela forma como se alimenta, já que o corpo físico e mente inter-dependem, e para um bom resultado das suas respectivas funções requer-se qualidade alimentar. A alimentação é um complemento à Meditação e um passo importante para o equilíbrio biológico. Assim, uma boa escolha alimentar passa pelo conhecimento das propriedades dos alimentos e da forma como se devem conjugar para serem ingeridos. Grande parte do mau estar mental (confusão e desânimo) é causado pela alimentação. As causas podem ser diversas, tais como, má conjugação de nutrientes, alimentos muito elaborados e fermentados que se tornam pesados e que são designados por alimentos tamásicos. Existe na tradição indiana uma classificação dos elementos da natureza, quer referente ao universo, quer ao homem que são os guṇas, qualidades da matéria, que se designam por sáttvicos, rajásicos e tamásicos. Sáttvicos são os alimentos mais puros e leves: frutas, vegetais, cereais, leguminosas e frutos secos. Rajásicos são os mais energéticos: feijões, queijos de cabra ou muito curados, algas, chocolate, cebola e alho. Tamásicos são os alimentos fermentados e muito elaborados: todo o tipo de carnes vermelhas (contém muitas toxinas), frituras, pastéis, pão branco, álcool e todo o tipo de estimulantes. Gorduras e açúcares em excesso são prejudiciais para as células e para os tecidos do corpo. Quando circulam no sangue danificam as proteínas, causando muitos problemas para o organismo. Estas qualidades, sattva, rajas e tamas têm correspondência com o nível de tendências ou gostos que definem o carácter do ser humano. A individualidade é composta destes três guṇas. Segundo a Bhagavad Gītā, Sattva corresponde à Harmonia, Rajas ao Movimento e Tamas à Inércia. Sattva é o aspecto ascendente da energia ou vibração mais elevada. Representa um impulso da luz no domínio do pensamento, altruísmo, bondade, paciência, fé, coragem e determinação. Designa o contentamento, calma mental e a realização espiritual. Sattva reflecte o Ātman, o Espírito do homem. Rajas representa o movimento, o poder de projecção donde provém toda a manifestação da energia de vida. É o causador do impulso para o mundo que causa ataduras. Tamas é o poder obscurecedor e representa o Ser e o universo, submetido ao aspecto inferior fenoménico que provoca a ilusão, a ignorância e a inércia. Desta forma, a purificação, a regeneração e a depuração do organismo pode ser obtido por uma escolha na qualidade alimentar, onde diariamente, através de um acto tão natural como comer, podemos melhorar, cada vez mais, as nossas capacidades intelectuais, emocionais, motoras e mentais. Preservar a saúde passa pela nossa responsabilidade de assegurar um organismo capaz de responder às nossas próprias necessidades, fornecendo-lhe os elementos necessários como as vitaminas, as proteínas e os minerais, como também, ao fortalecer a mente através da Meditação capacitamo-nos a enfrentar melhor os desafios constantes da vida, seja nas crises ambientais (desastres ecológicos) seja no trabalho, na sociedade, na família ou em nós próprios. Contrair hábitos saudáveis, resulta numa qualidade de vida. Esta qualidade de vida, contrariamente ao pensamento comum mais materialista, não é obtida pelo dinheiro nem pelo poder consumista, mas pela sensata forma de acção, onde até a simples nutrição, constitui por si só, um bem-estar. Para tal é necessário uma boa dieta – alimentação cuidada. Exercício – caminhar, fazer yoga ou outras modalidades, não violentas ou agressivas. Jejum – uma vez por semana. Meditação – prática assídua. O Jejum No jejum, estando o organismo liberto da digestão, o fígado na sua função natural, produz glicose e envia a todo o corpo, no qual o cérebro recebe uma boa percentagem. Esta reserva no fígado dura algumas horas (24h), período em que o organismo vive das suas próprias gorduras e proteínas, fornecendo energia às células. Entretanto, a composição do sangue, hormonas, neuro-transmissores e subprodutos sofrem transformações químicas, permitindo que o organismo se regenere. Desta forma, é permitido ao cérebro readquirir o seu ritmo normal, sobressaindo então, um estado de acalmia mental. Esta reacção biológica, que resulta da supressão dos alimentos, liberta o corpo das tensões emocionais e energéticas, libertando a mente, que liberta simultaneamente, o coração. Daí advir não só a serenidade e clareza mental, como o amor se pode fazer sentir espontaneamente no coração, revelando estados mentais e espirituais latentes, como resultado da purificação corporal e mental. Assim, para além dos efeitos do jejum no corpo físico, eles são sentidos especialmente nos corpos mais subtis e espirituais. Ao diminuir a carga física que o alimento comporta, libertando todos os órgãos que elaboram a digestão, repercute-se nos corpos subtis, que libertos das tensões corporais e mentais, acolhem maior fluxo da Consciência, devolvendo ao Ser a sua própria identidade. A mente clarificada pela purificação alimentar, fica no seu estado puro e natural, podendo, de facto, receber com maior força o poder e o amor do seu próprio Espírito. Na realidade, esta leveza do corpo, permite viver mais conscientemente nos corpos espirituais ou subtis, principalmente no corpo búdico (buddhi), o corpo da consciência perceptiva ou sensorial (a Consciência pura livre dos condicionamentos do eu) e, fazer maior integração na Consciência Suprema, sem entraves, podendo atingir estados naturais de felicidade interior, que nos seres mais avançados espiritualmente, pode vir a realizar-se um Samādhi. Buddhi pode entender-se como Consciência superior, nível ou estado donde procede o mundo ideal ou primordial. A mente é composta de elementos subtis, que não sendo matéria faz a ponte entre a matéria, o corpo físico e o corpo subtil ou buddhi, sendo este por sua vez, composto de elementos refinados e puros onde habita a Consciência. É o que está no mais íntimo do ser humano; é o centro da Consciência, é o verdadeiro Conhecedor. Concluindo, deste repouso do organismo (pelo jejum) que se reflecte a todos os níveis, emerge a capacidade de maior concentração da mente, pela qual se entra mais facilmente em Meditação. Contudo, convém não esquecer e, como factor fundamental, que num dia de jejum, deve haver recolhimento para que não se dispersem as energias, principalmente através da fala e de acções desnecessárias, motivos que podem levar a mente a grande dispersão e o resultado do jejum fica subvalorizado. Sem uma purificação da mente não há verdadeiro entendimento. Sem uma decisão correcta, não pode haver uma acção correcta. Quem pode conservar uma boa saúde, se não há moderação e domínio de si mesmo?
Até breve!
29 de Setembro, 2015
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