sábado, 12 de novembro de 2016

LEMBRO DE TER APRENDIDO...

Lembro de ter aprendido...

_...nos primeiros livros sobre a Grande Fraternidade Branca, uma frase assim:
«Se uma formiga parar à tua frente para falar contigo, detém-te e escuta-a, é porque ela tem algo para te ensinar.»
Isto significa que devemos escutar todos aqueles que queiram falar connosco, sem olhar à sua condição social ou física.
E garanto que tenho aprendido muito mais com aqueles que muitos dos "avançados espirituais" desprezam, do que com os próprios. Alguns daqueles que se julgam sabedores de tudo, além de se fazerem pagar pela transmissão da sua "sabedoria", ainda começam a exigir "exclusividade", como se os seus irmãos do Caminho não tivessem o direito de explorar por conta própria. O amado Saint Germain sempre entendeu ter esse direito, por isso se fez um Mestre de Alquimia, e sempre nos aconselhou a que fizéssemos o mesmo, pois é um direito nosso, explorar, fazer, refazer, aprender... 
No capítulo 4 do livro «Alquimia de Saint Germain», um Best Seller de Elizabeth Clare Prophet e Mark L. Propeht, na 11ª edição, diz o seguinte: OUSE FAZER!
Depois, continua «...Nenhum indivíduo que habita a terra no momento deve limitar seu reconhecimento do conceito o-momento-é-agora, galgando cada onda de oposição e avançando na crista da vitória. Todos devem considerar sua vida_em qualquer século ou era_ passível de transformação para melhor, possuindo cada um a capacidade  de superar qualquer situação quando assim o desejar...»
Não posso_não devo_ copiar mais nada do livro, que comporta 382 páginas, ele tem direitos de autor e eu não me sinto em plena liberdade para copiar, tal como acontece com os livros editados por Publicações Maitreya, onde essa total liberdade me foi concedida.
Também informo que estou convicta da realidade das informações contidas neste livro, pois foram transmitidas a uma Mensageira preparada pela Grande Fraternidade, tal como confio nas mensagens transmitidas a Tatyana Mickushina, a actual Mensageira, uma vez que a Elizabeth faleceu, e os amados Mestres acabaram por retirar o seu Foco de Luz da América para o levarem para a Rússia, a pátria de Tayana.
Voltando ao que comecei a dizer sobre escutar uma formiga, acrescento que  aquelas pessoas que não se exibem (como alguns supostos canalizadores, com o seu orgulho disfarçado, pespegando continuamente as suas "canalizações" (a maioria falsas) diárias com as últimas informações do amado Mestre Saint Germain, dizendo que falam directamente com ele), mas, antes, nos dão lições de vida que nunca esqueceremos, são-nos muito mais úteis, mesmo sem mandalas ou flores muito atraentes, quase hipnotizantes, com as suas piscadelas...
Vou tentar resumir algo que me aconteceu há alguns anos:
Saí de casa num daqueles dias em que (ainda) acordava «com os pés de fora», a torrada não prestava, o dia estava horrível, o motorista do autocarro era antipático e por aí fora...
Tão embrenhada ia a remoer tanta coisa negativa, que me enganei ao chegar ao largo da estação do comboio e, de cabeça baixa, encaminhei-me  para a direcção da gare onde ficam as últimas carruagens,  na vez de ir para onde ficam as primeiras, o local ideal para sair na Estação do Cais do Sodré.
Comecei a olhar para dentro dos recipientes, na tentativa de ver um jornal limpo para me ir entretendo.
Na minha direcção caminhava um homem, em canadianas, seu corpo e rosto nada tinham de atraentes, antes pelo contrário.
Olhou para mim e voltou para trás, indo sentar-se  precisamente no início da gare. Estranhei tal atitude numa pessoa tão debilitada, mas não liguei. Quando me aproximei dele, chamou-me:
«Minha senhora, venha cá, faça favor...»
Fiquei admirada de tanta educação numa pessoa do tipo inculta, mas comecei a procurar o porta-moedas, calculei que me ia pedir algo.
Ao chegar junto dele, estendeu-me um pacote de bolachas e disse:
«Coma! Sei que tem fome.»
Eu fiquei  ali, a olhar para as bolachas, sem conseguir balbuciar uma palavra. Na minha cabeça ecoava a palavra fome, mas muito longínqua, apenas a senti num dia em que eu e meu marido tomámos de trespasse um pequeno estabelecimento e investimos todo o dinheiro que tínhamos e, ainda, algum através de empréstimos a juros.. Não quis dizer nada ao meu marido, mas quando abri a porta pela primeira vez, não havia dinheiro nenhum na caixa registadora, o único que eu tinha gastei-o a comprar comida para ele levar para o trabalho. Eu aguardava a clientela, mas esta  só ia à porta espreitar quem estava de novo... As comadres cochichavam e debandavam. Só no outro dia começaram a fazer compras. Meu marido tinha turno de meio dia a meio dia. Quando chegou, já havia dinheiro na caixa. Sim, deitei-me com  fome... 
Mas neste dia em que encontrei esta "formiga", estava muito bem alimentada e ainda levava uma banana na sacola,
Ele continuava:
«Não tenha vergonha de aceitar... Eu sei que tem fome, bem a vi a olhar para dentro dos caixotes... Nós, os sem-abrigo, temos de nos valer uns aos outros.»
Sem-abrigo, eu...? Baixei os olhos e detive-me nuns ténis que já cumprimentavam os outro com um largo sorriso, até já me tinham obrigado a alguns tropeções, mas eu gostava deles... Mirei minhas roupas... Umas calcitas quase à moda actual, a abrirem nos joelhos... Um kispo desfiado, mas muito quentinho, ao qual eu recusava conceder a reforma... Sim, uma sem-abrigo, sem dúvida alguma.
Eu agradeci-lhe, entreguei-lhe a banana e contei o motivo por que ia a espreitar os caixotes.
Chegou o comboio, ele ainda teve tempo de me informar que «eram vários irmãos, todos assim escorreitos como a senhora, só eu nasci assim...», antes de entrar, com alguma dificuldade.
Eu nunca o vira antes, apesar de embarcar ali  há muitíssimos anos nem o veria depois.
Mas esta "formiga" deu-me uma lição com as palavras «escorreitos como a senhora», para eu nunca mais achar ruim nenhuma situação com que me depare. Se tenho um corpo escorreito, há que ter pensamentos  também escorreitos, para não poluir  a amada Mãe Terra com egrégoras negativas.
Florinda Rosa Isabel 













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