A Via do Silêncio - 22 Novembro, 2016
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Caros Amigos,
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. O livro hoje selecionado foi "A VIA DO SILÊNCIO", do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, inserido na Colecção "Prosveta".
VII Capítulo: A HARMONIA - Condição para o silêncio interior (parte)
Os humanos mostram-se negligentes, grosseiros, não estão atentos aos seus actos, nem aos seus sentimentos, nem aos seus pensamentos; deste modo, introduzem a desarmonia no organismo cósmico e este procura defender-se dando-lhes umas boas lições. Sim, quem não manifesta sabedoria, nem amor, nem respeito, quem perturba alguma coisa no funcionamento do corpo universal, é como um tumor em alguma parte desse corpo. E o que se faz a um tumor? O cirurgião retira-o. No dia em que o homem parar de danificar o corpo do Universo – não só o seu corpo físico, mas também os seus corpos etérico e astral –, terá saúde, beleza, força, riqueza, felicidade. São Paulo disse: «Nós vivemos e movemo-nos nele; nele temos a nossa existência.» Sim, nós somos como uma célula no corpo da Natureza, que é o corpo do Senhor. É por isso que todos os dias devemos pensar em harmonizar-nos com o Universo, com os habitantes das suas diferentes regiões, mesmo que não os conheçamos, mesmo que não saibamos onde eles se encontram. Os humanos conseguiram introduzir um pouco de harmonia nas suas famílias, nas suas cidades e até entre alguns países, porque compreenderam que tinham interesse nisso. Sim, apesar de tudo eles são suficientemente inteligentes e sensatos para compreender que não é vantajoso estar sempre com brigas e disputas. Mas as suas razões são egoístas, não manifestam uma verdadeira compreensão da harmonia. Agora é preciso procurar a harmonia por amor à harmonia, por necessidade de harmonia, por necessidade de entrar na sinfonia universal. É assim que abrireis as portas às forças e às entidades luminosas da Natureza, que penetrarão e se instalarão em vós. Harmonizar-se é abrir-se, e esta abertura é a condição para que as forças luminosas penetrem em vós. Alguns perguntarão: «Sim, mas abrir-se como?» É simples: amando. Quando se ama, a harmonia instala-se, e então as portas abrem-se, as janelas abrem-se, e todas as bênçãos celestes entram em vós. Na realidade, existem pelo menos dois métodos para trabalhar no sentido de criar a harmonia. O primeiro é o pensamento: imaginai que vos reconciliais com todos os seres que vos rodeiam. O segundo é o amor. O primeiro método é bom, mas não é tão rápido e eficaz; são precisos anos e anos para se conseguir pensar que se está em harmonia com todas as criaturas. Ao passo que, com o amor, a harmonia gera-se imediatamente. Vós dizeis apenas: «Eu amo-vos», e pronto!, a harmonia estabelece-se num instante. Harmonizar-se é enviar um sorriso, um olhar de amor, um foguetão de amor, projécteis de amor, a todas as criaturas luminosas do espaço, dizendo-lhes: «Ó vós que povoais a imensidão, eu amo-vos, compreendo-vos, estou em harmonia convosco.» Ainda não sabeis tudo o que podeis fazer graças ao vosso amor. Limitais-vos a dirigi-lo a algumas criaturas terrestres e, bem entendido, podeis enviar pensamentos, sentimentos e olhares aos humanos, mas isso é muito pouco e nem é garantido que eles aproveitem. Ao passo que, se enviardes o vosso amor às entidades sublimes, mesmo que talvez ninguém se tenha apercebido de que alguma coisa foi enviada para o espaço, essas entidades, pelo contrário, recebem-no, regozijam-se e retribuem-vos esse amor multiplicado ao cêntuplo. São estas as verdadeiras trocas, é esta a verdadeira comunhão, a fusão com a Alma Universal. Algumas pessoas que viveram um grande amor pensam que saborearam a verdadeira vida. Talvez tenham saboreado algo intenso, belo, mas, na realidade, isso não tem qualquer brilho, não é nada, em comparação com os esplendores da vida divina. Sim, porque as emoções do amor humano são sempre mais ou menos maculadas de egoísmo, de sensualidade, estão, portanto, ligadas à natureza inferior, a personalidade. E tudo o que está ligado à personalidade está longe de ser ideal, perfeito. Para se conseguir elevar o amor até às regiões divinas é preciso estar livre, desligado de preocupações, complicações e cálculos egoístas. Os Iniciados são categóricos: não se pode entrar na sua escola se não se soube primeiro trabalhar sobre a harmonia. É por isso que muito poucos, de entre vós, estão numa tal escola. Podeis dizer: «Como? Mas nós já estamos numa escola!» Sim, fisicamente, talvez já sejais numerosos, mas espiritualmente há muito poucos que nela entram um pouco. Quando os seres receberam o direito de entrar na Escola Divina, isso vê-se, sente-se: eles beneficiam da harmonia celeste. Na caixa do vosso violino (o corpo físico) estão fixadas quatro cordas: sol, o coração; ré, o intelecto; lá, a alma; e mi, o espírito. Mas como podeis vós tocar se ele está desafinado?... Se quiserdes ser um bom violinista, capaz de tirar sons melodiosos destas diferentes cordas que são o coração, o intelecto, a alma e o espírito, pensai todos os dias em introduzir em vós a harmonia, em absorvê-la, em respirá-la. Quando ela tiver penetrado em todas as regiões do vosso ser e vos tiver afinado, como se afina um instrumento, será o próprio espírito divino que virá tocar em vós. A harmonia é o resultado da união do intelecto com o coração, da alma com o espírito. No momento em que a vossa alma se fundir com o Espírito Cósmico, vivereis o êxtase, porque o êxtase é isso: o clarão que se produz no momento em que a alma humana se une ao Espírito. Nesse fogo intenso, nesse braseiro, todas as impurezas são queimadas e vós ficais finalmente libertos delas, livres... Voais no espaço, fundis-vos na harmonia universal.
Até breve!
22 de Novembro, 2016
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