Brochura nº. 2 - 10ª. parte
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Caros Amigos,
Como habitualmente às 2ªs. feiras damos continuidade à divulgação das Brochuras, cuja reedição não se prevê. Assim, continuamos a divulgar a BROCHURA Nº. 2 com ensinamentos do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, 10ª. parte:
A ALMA (Continuação nº. 10)
Conferência improvisada
Vedes agora mais claramente o que é a alma? É o traço de união, a vida que vós bebeis, que vós comeis. Sim, esse espaço entre o amarelo do ovo e a casca, entre o centro do circulo e a sua periferia, todo esse espaço, é isso a alma. O espírito é um ponto quase imperceptível e a alma é uma imensidão porque, para poder alimentar o espírito a alma tem de ser imensa. O espírito tem fome e come a alma, e é necessário que a alma seja infinita para o satisfazer. Mas, estais a ver, apesar da alma o alimentar, o espírito não cresce. Pegai numa vela e ela vos explicará tudo. Acendei-a e de novo estareis perante os quatro elementos: o corpo, a terra, é a vela; a alma, é a água e o ar - a água da vela que se funde enquanto ela queima, e o ar que alimenta a chama, o fogo, isto é, o espírito. Para a chama subsistir, é indispensável que ela coma, que se alimente ... Mas, quando se come, há sempre qualquer coisa que diminui, e se a vela diminui, é porque a chama a come. Portanto, na vela reencontramos os quatro elementos, e a alma é o que alimenta a chama, isto é, a água: o liquido que a vela produz ao fundir (porque se ela não se tornasse líquida, não poderia alimentar a chama) e o ar sem o qual a chama também se extinguiria. A alma alimenta o espírito; e a chama, como vedes, permanece sempre direita, parece um Iod, a décima letra do alfabeto hebraico, que é um símbolo do espírito. E quando se diz de alguém «que ele está queimando a sua vela pelos dois lados», o que é que isso quer dizer? Que a pessoa não é razoável, que se abandona demasiado aos seus sentimentos, às suas emoções e às suas paixões: ela queima, queima e desperdiça as reservas do corpo físico, a sua vela. Podem-se dar tantas definições da alma que até corremos o risco de cair no ridículo. Eis ainda outra, por exemplo: a alma é um depósito alimentar, um grande depósito alimentar. Direis vós: «Mas isso não é nada religioso como definição, isso não é místico!» É possível, mas é a realidade. Tudo se conjuga, tudo é claro, nada se contradiz. E não vindes dizer-me que, posto que a vela é assim e o ovo é assado, não há nenhuma relação entre eles. Sim, há. uma relação, são a mesma coisa sob diferentes formas e com combinações e aplicações diferentes. Deus divertiu-se a fazer múltiplas adaptações a partir de uma única coisa. É o que diz Hermes Trismegisto na tábua de Esmeralda: «E, tal como todas as coisas são e provêm do Um, pela mediação do Um, assim todas as coisas nasceram dessa coisa única por adaptação.» Segundo o esquema que vos dei à pouco, o corpo etérico pertence ao plano físico. O corpo etérico é ainda o corpo físico; mas é a sua parte mais subtil, digamos, finas partículas de poeira que flutuam, um vapor, emanações que formam à sua volta uma espécie de atmosfera que o acompanha. O corpo etérico faz parte do corpo físico, é o vapor do corpo físico, se quiserdes mas ainda não é a alma. A alma vem a seguir ao corpo etérico, é a região onde começam os sentimentos e os pensamentos. E o espírito? É uma repetição da alma num plano superior. O espírito é igualmente a região dos pensamentos e dos sentimentos, mas pensamentos e sentimentos da maior pureza, da maior luz. No espírito não existe nada de impuro, de inferior, enquanto na alma pode haver boas coisas mas também pode haver coisas ruins. Eis um ponto que ainda não foi esclarecido na filosofia. E na linguagem corrente ainda é pior. Emprega-se a palavra «espírito» perfeitamente ao acaso. Costuma-se dizer: «mau espírito», «espírito maligno», «espírito malandro».., Mas não, isto não é o espírito, é o intelecto, ou melhor, a alma; porque a alma contém simultaneamente o lado bom e o lado ruim: como ela é intermediária entre o corpo e o espírito, uma metade é poluída pelo corpo físico e a outra metade purificada pelo espírito. Por conseguinte, todas essas expressões que se ouvem dizer não são correctas, não estão fundamentadas num conhecimento real. O espírito jamais pode conter o quer que seja de mau ou de impuro, ou então deixa de ser espírito. O núcleo é o depositário da vida e deve ser perfeito. Portanto, o espírito, o espírito que vem de Deus, é absolutamente puro e luminoso. É preciso não confundirmos tudo.
Até breve!
14 de Novembro, 2016
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