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A todos, a nossa saudação. | |
Caros Amigos, Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. E hoje foi selecionado o livro "PODERES DO PENSAMENTO", do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, inserido na colecção "Prosveta". Parte do I Capítulo: "A realidade do trabalho espiritual" - páginas 27 a 33 Sim, há que dar um trabalho ao pensamento, em vez de o deixar passear, erraticamente, por onde calha. Quando estiverdes na sala de espera de uma estação de comboio ou do dentista, orientai o vosso pensamento nesta direcção para continuardes o vosso trabalho divino. Em que é que pensais que a maioria dos seres humanos ocupa a sua mente quando está no metro, no autocarro ou no comboio? Um pensa em vingar-se de alguém que lhe disse umas certas coisas, outro pensa em seduzir a mulher do seu melhor amigo, outro pensa em afastar um colega do seu caminho. Todos têm sempre algo em mente, lá isso é verdade, mas muitas vezes são pensamentos feios, nocivos, relacionados apenas com a satisfação das suas cobiças ou com ajustes de contas com o vizinho. Dificilmente vereis uma pessoa ou outra que tenha alguma comunicação com o Céu. As restantes estão mergulhadas em preocupações vulgares ou criminosas. Eu bem vejo! Aliás, nem é difícil, não há nada mais claro: tudo o que se pensa e tudo o que se deseja se reflecte em nós. As pessoas julgam que podem esconder o que pensam e sentem, mas não; de uma maneira ou de outra, isso transparece… sobretudo quando se quer escondê-lo! Sim, vale a pena pôr de parte algumas ocupações que não vos conduzem a nada e dedicar mais tempo a actividades espirituais. É nessas actividades que finalmente ireis respirar, renascer; elas é que vos libertarão do Príncipe deste mundo, pois esse domínio não lhe pertence e vós não ficareis em dívida para com ele: nesse momento, todas as riquezas e bênçãos que receberdes ser-vos-ão dadas por outros seres, por entidades celestes, e sentir-vos-eis livres, livres, livres... Meditai nestes três métodos de trabalho. O essencial no nosso Ensinamento é a maneira de trabalhar; os conhecimentos, os conhecimentos dispersos, qualquer um pode encontrá-los nos livros. Existem tantos livros por aí… bibliotecas cheias!… As pessoas lêem-nos mas não fazem nenhum trabalho. Aqui, o que conta é o trabalho. O que eu vos disse até este momento são explicações teóricas, preliminares, que são indispensáveis mas ainda não são o trabalho. O trabalho ainda agora está a começar. É agora que ides começar a trabalhar. Apenas com estes três métodos, há trabalho para toda a gente, por toda a eternidade; mas estareis vós prontos a fazer este trabalho? Tenho encontrado muitas pessoas que me disseram: «Ah! A vida espiritual é formidável! Eu gostaria de me consagrar a ela, mas primeiro preciso de resolver alguns compromissos para com o meu marido, ou para com a minha mulher, os meus filhos, etc.» Está bem, de acordo. Mas eu via-as dez ou vinte anos mais tarde e verificava que elas ainda não tinham conseguido livrar-se daqueles compromissos; algumas até já morreram ser ter conseguido dedicar um minuto sequer à vida espiritual. Porquê? Porque o seu raciocínio estava errado! Para se iniciar o trabalho espiritual não se deve esperar pela resolução deste ou daquele problema, porque nunca nada ficará verdadeiramente resolvido, haverá sempre algo que não está bem. Não espereis: mesmo que nada esteja resolvido, começai desde já a viver a vida espiritual e tudo melhorará. O que quer que façais no domínio material, as coisas nunca estarão definitivamente em ordem. É exactamente como se tentásseis dar forma esférica a uma bola furada. Quando conseguis encher a concavidade de um lado, logo ela se forma do outro. Vós sentis-vos tranquilos, pois finalmente estais reformados, os filhos estão criados, casados, instalados… Mas eis que surgem problemas entre os casais e é preciso resolvê-los. Ou então aparecem os netos e é preciso tomar conta deles, e assim por diante… A casa tornou-se pequena e é necessário mudar… Depois é um ou outro que adoece… Eu vos digo: é interminável. Portanto, não espereis para começar o trabalho espiritual, o trabalho do pensamento, pois será graças a ele que encontrareis as melhores soluções para todos os problemas com que ireis deparar-vos. Não conteis com mais nada. Enquanto não puserdes este trabalho em primeiro lugar, só tereis decepções, não conhecereis nem a satisfação nem a plenitude. Se interrogardes os cristãos, eles dir-vos-ão que contam com o Senhor, com a Providência. Mas então por que é que eles estão sempre doentes, infelizes, na miséria? Por que é que o Bom Deus não vem curá-los e fazê-los felizes? Simplesmente porque não pode; Ele não pode ajudá-los porque eles não plantaram nada, não semearam nada que desse às forças do universo um motivo suficiente para agirem. Eles que lancem uma semente à terra e depois observem como a chuva e o sol vêm fazê-la crescer!... Sim, lançai uma semente à terra – simbolicamente falando – e todas as forças do Céu e da terra estarão convosco, podereis contar com elas para obter resultados. O trabalho do pensamento é a única coisa em que eu acredito; ele dá um sentido divino a todas as actividades da vossa vida, tornando-as benéficas para vós e para todas as criaturas do mundo. Este trabalho é que vos irá ajudar, apoiar e proteger. Regra geral, as actividades profissionais das pessoas só mexem com elas superficialmente; ir à fábrica ou ao escritório, trabalhar num laboratório, fazer política, tratar de doentes, ensinar crianças… está tudo muito bem, mas isso não pode despertar as forças que o Criador nelas depositou, a não ser que ao mesmo tempo, por intermédio do pensamento, elas façam um trabalho que toque as raízes do seu ser. Aprendei a fazer este trabalho que dará resultados infinitos que ninguém poderá tirar-vos, pois é um trabalho que realizais em vós mesmos, lá onde mais ninguém tem acesso. Mesmo que tenhais uma profissão extremamente importante e interessante, começai também este trabalho interior, que dará um sentido a tudo o resto. Continuai com a vossa profissão, mas fazei este trabalho, pois ele é o único susceptível de vos melhorar profundamente e de dar gosto a todas as vossas actividades. Senão, pouco a pouco perdereis o gosto pelas coisas, e perder o gosto é a maior das infelicidades! Por isso vos digo, com toda a franqueza, que para mim nada mais conta além deste trabalho, que podemos fazer todos os dias e graças ao qual acabaremos por remexer todo o universo. Vou dar-vos uma imagem. Estais à beira-mar e divertis-vos agitando a água com um pauzinho: ao fim de uns instantes aparecem algumas palhinhas, depois umas rolhas e a seguir um pedacinho de papel, que começam a girar em círculo. Vós continuais e alguns barquinhos também entram nesse movimento. Vós continuais… continuais… e pouco depois já arrastastes os grandes paquetes e por fim o mundo inteiro! É apenas uma questão de continuação. Interpretemos esta imagem. O ser humano também está mergulhado num oceano, o oceano etérico, cósmico, mas não sabe que movimentos deve fazer para influenciar o seu meio e obter resultados. Pois bem, esses movimentos são justamente o trabalho de que eu estou a falar. Quando meditais, orais, comeis, vos lavais ou passeais, podeis aproveitar cada uma dessas actividades para vos tornardes mais puros, mais luminosos, mais inteligentes, mais fortes e mais saudáveis. Há tantas ocasiões em que podeis acrescentar, pela palavra e pelo pensamento, um elemento susceptível de vos trazer melhorias, a vós e a tudo o que vos rodeia! Com o tempo, uma melhoria interior acaba sempre por produzir também melhorias exteriores. Portanto, é isto: o trabalho é que conta, e, depois de ter descoberto o verdadeiro trabalho, o discípulo nunca mais pára. Eu recordo-me de que, era eu ainda muito novo, o Mestre Peter Deunov tinha o hábito de me repetir estas três palavras: «Rabota, rabota, rabota. Vrémé, vrémé, vrémé. Véra, véra, véra.» Isto quer dizer: o trabalho, o trabalho, o trabalho; o tempo, o tempo, o tempo; a fé, a fé, a fé. Ele nunca me explicou por que é que repetia estas três palavras, mas durante anos aquilo preocupou-me e eu compreendi que ele tinha condensado nelas toda uma filosofia, que é a seguinte: é necessário o trabalho, mas também a fé, para desencadear e continuar esse trabalho, e sobretudo o tempo. Sim, é preciso tempo! Não deveis julgar que tudo vai realizar-se de repente. Agora sei o que é «vrémé»: os anos passaram e eu constato que «vrémé» é algo muito importante! E o trabalho?!... Quanto há ainda a dizer sobre esta palavra! É claro que os humanos trabalham, fazem uns trabalhinhos para ganhar a vida, mas isso não é o verdadeiro trabalho. Eles semeiam, transpiram, cansam-se e julgam que trabalham porque têm uma ocupação para garantir o pão de cada dia. Não, eles ainda não começaram, pois o trabalho, tal como os Iniciados o compreendem, é a actividade de um ser livre, é uma actividade nobre, grandiosa. O trabalho espiritual subentende actividades de uma natureza particular. Hoje eu fiz-vos entrever pelo menos três desses trabalhos, mas há muitos mais à vossa espera.
23 de Janeiro, 2018
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