quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

ARTIGO DE FEVEREIRO NO JORNAL VOZ DA MINHA TERRA, CONCELHO DE MAÇÃO


EXAGEROS ALIMENTARES & OUTROS VÍCIOS
  
Começo com um Pensamento:

 «A dor é dona da sabedoria e o saber amargo. Aqueles que mais sabem, mais profundamente sofrem com a verdade fatal; levando em conta que aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; aqueles que não conseguem, são idiotas; e aqueles que não ousam, são escravos de seus vícios e suas consequências.
Lord Byron»

Quando meus Padrinhos foram viver definitivamente para a província, começaram a cuidar das pequenas propriedades agrícolas, adquiriram um burro, um cão, uma cabra, galinhas e, todos os anos, compravam um pequeno leitão para criarem. O leitão crescia e era transformado em enchidos,  as pernas em presuntos, os ossos e outras partes enterrados em sal. Só comíamos carne ao domingo ou em dias de festa.  E pouca, tinha de chegar para o ano inteiro. Durante a semana, comíamos peixe do Rio Tejo ou sardinha salgada, que dois comerciantes iam buscar de madrugada ao comboio, duas vezes por semana. Nós podíamos comer sardinhas inteiras, havia famílias numerosas que tinham de dividir uma sardinha por uns tantos membros... Quase todos queriam a parte da cabeça, que menos carne tinha, mas era a que mais unto saboroso dava aos pedacos de pão de milho (algum já duro...) que era praticamente a sua refeição, bebiam água  pura, de nascente. Algumas famílias faziam vinho. Na maioria das vezes, havia sopa de hortaliça, As pessoas mais pobres que não podiam comprar e criar o leitão, tinham, por vezes, a oferta de um "jantar" de carne, que era composto por um pedaço de tudo do animal, oferecido por familiares e amigos. 
Os tempos foram mudando e, hoje, o que se vê? Aumento do consumo de carne e de doenças também!
Como não adoecer? Eis um pequeno resumo de uma informação sobre um dos transportes de animais, em navio já preparado com triturador para ir  desfazendo os mais doentes, vivos, directos para mar...
«27 mil animais, 500 quilómetros em camião, 15 dias de travessia no mar...  »
Estes animais tinham pouco alimento, o que  se pretendia era que fossem largando tudo o que tinham dentro deles. Depois, nada era limpo, Eu vi como eles estavam. Tudo isso lhes penetrou no corpo através da pele. Os poros respiram... Sua carne voltou a absorver parte dessa imundície que saíra dela... 
Um grupo de activistas, com ordens superiores, denunciou e teve ordem para entrar e filmar. Isso originou que vão ser criadas novas regras para transporte de animais vivos. Mas as regras que se aplicam a determinado país, não são obrigatoriamente  cumpridas noutros, até que a legislação de lá mude. E que mudem as consciências das pessoas e reduzam o consumo de carne. Um dia, será eliminada de vez,  mas, até lá, há que reduzir...
No livro «50 Coisas Simples Que Você Pode fazer Para  Salvar a Terra» do Círculo de Leitores, página 90, está o pedido: «Coma abaixo na Cadeia Alimentar».
Sabia que... «Para produzir meio quilo de carne de vaca são precisos 8 quilos de grãos de soja, 9500 litros de água e energia equivalente a 3,8 litros de gasolina?»
«...As vacas produzem (estimativa) por ano 100 milhões de toneladas de metano_ um poderoso gás de estufa. »
Se tiverem em conta a destruição da Amazónia, que era um poderoso pulmão do planeta Terra_ porque onde se cria gado fica o chão como que "envernizado", nada lá se cria! Se tiverem em conta  o que esses animais que são triturados e acabam no mar,  comeram, verificam que não compensa terem trocado o  antigo, que era comer vegetais, arroz, sopa, etc. e acompanhar com carne, pelo processo moderno, que é comer uma pratada de carne e acompanhar com arroz, vegetais, etc.
Já devem ter reparado que não digo "Se tivermos em conta...", pois não ingiro carne, peixe, marisco, caracóis, visto que o meu actual lema é: «Tudo o que foge, não é comida».
Não estou a criticar quem come, apenas a chamar a atenção para os exageros que se estão a pagar muito caro em relação às mudanças climáticas, em que  o excesso da criação de animais tem uma grade parcela de culpa. 
Na China, só um fornecedor que foi entrevistado,  tem 30 mil peças de acessórios (cintos, carteiras e afins) confeccionados com peles de cães, que eles criam com essa finalidade. Isto não é mentira, eu assisti ao vídeo! 
O ser humano precisa que se criem animais com essa finalidade? E logo aqueles que são considerados os melhores amigos do homem...
O glitter que  é usado para pintar o corpo pelo carnaval, sabem aonde vai parar? Ao mar! Através das canalizações, aquando dos banhos... A espuma de  carnaval, uma invenção com flocos brancos, são perigosíssimas, basta que acendam um cigarro perto. Já vi um vídeo onde  duas jovens  estavam a receber essa espuma na cabeça e ficaram incendiadas rapidamente...
As unhas postiças, mais essa invenção completamente inútil, podem infectar. Já vi alguém com um dedo paralisado devido a infecção. E quando se descartam? Acaso não é mais uma contribuição poluidora, para o nosso já tão maltratado planeta, seja qual for o seu fim? É que essa moda está a tornar-se um autêntico flagelo! Até nos Serviços de Saúde, onde  isso jamais devia ser permitido, tenho visto tocarem no corpo dos utentes, sem luvas e com aquela vaidade bem exibida, de várias cores!
Enfim! Antigamente, gastava-se o dinheiro no essencial e, se sobrasse para alguma pequena extravagância, arriscava-se um pouquinho... Actualmente, gasta-se o dinheiro nas extravagâncias e como não sobra nada,  fazem-se dívidas para adquirir o essencial.
Mas, se cada vez abrem mais bancos para emprestar dinheiro, qual é o problema?
Pois!...

05 de Fevereiro de 2018

Florinda Rosa Isabel

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