Meu Deus, eu não Te menti/ Eu já não entendo a Terra!/ Eu quero sair daqui/ Estou farta desta guerra!
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Embora este ainda seja o meu tempo, vou falar no «meu tempo», para me
referir às mudanças que por aqui vão e que, na sua maioria, não mudaram
para melhor, se forem bem analisadas em termos de futuro ambiental,
moral, económico e de saúde.
No meu tempo, só havia duas classes de seres: macho e fêmea...!
Agora, já temos o terceiro sexo, que é o neutro, quando crescerem escolham se querem uma abertura ou algo que pendura...
No meu tempo, macho e fêmea acasalavam e, ao fim de nove meses, mais dia menos dia, o bebé nascia...
Agora, temos as barrigas de aluguer, que tiram a dignidade à mulher,
que fica sem esperança ao direito à criança criada na sua pança...
No meu tempo, um touro reprodutor consolava-se e consolava a vaquinha,
esta paria bezerrinhos, que mamavam, felizes, nos seus "biquinhos"...
Agora, temos a a inseminação artificial, onde um brutamontes enfia um
braço na vagina da vaca e... zaca! Toca a meter os futuros bezerros lá
para dentro, após o tormento de tantos erros! É anti-natural fecundar
assim um animal!
No meu tempo, trabalhava-se toda a semana e, no
final, dava-se um passeio, ia-se ao jardim ou junto ao mar, quase sem
dinheiro gastar... Dinheiro não havia, mas tínhamos alegria!
Os
doentes a bola, lá iam com a sacola do pão com chouriço, garrafa de
tintol, não havia cachecol...Iam ver se o enguiço se tinha afastado e
seu clube não era derrotado... Entre dentadas no pão, gritavam: Campeão!
Agora, é um calvário, há quase um jogo diário...
E lá está o adepto, virado para a televisão, entre a porta do café, em
pé, de copo na mão, berrando na hora certa, feito um tótó tolo, pois
ouviu pela janela aberta do seu pópó, Goooooolo!
E se houver perto alguém doente, que se aguente!
Brrrrr!
Florinda Rosa Isabel
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