SOBRE O CONSUMISMO...
Eu também conheci um Tejo limpo; mas, simultaneamente, não havia o
excesso de consumismo que se verifica actualmente. As pessoas iam ao pão
com um saco de pano... Iam às compras com uma alcofa... Quando
começaram a aparecer o sacos de plástico, estes eram lavados e
pendurados, voltavam a servir... Agora, andam por aí a "voar", até
entrarem no mar e, a seguir, para dentro dos animais marinhos... Não
existia a "máfia" da ganância, que nos entope as caixas do
correio com publicidade em papel, dos hipermercados, completamente
desnecessária, todos nós sabemos onde se vende o que precisamos... Mas
precisam iludir-nos com as suas falsas promoções, do "pague dois, leve
três", pois se quisessem mesmo ser "bonzinhos", baixavam o preço e cada
um levava só o que precisasse no momento... Pelo contrário, alguns
desses produtos são embalados especialmente com essa finalidade, no
próprio fornecedor das grandes superfícies, pois, se formos pesá-los ou
medi-los, contêm menos porção... Embora nem sempre isso se verifique,
claro. De vez em quando, são "honestos".
Aqui onde moro (como
exemplo do resto do país e da maior parte do planeta), o asfalto das
ruas está colorido, tal a quantidade de serpentinas e outro lixo igual
que ficou por aqui espalhado. Fora aquilo que foi parar aos contentores
do lixo de plástico e de papel, mascarilhas, chapéus, e por aí...Toda
essa inutilidade foi produzida pelas "celtejo" que existem no planeta
Terra!
Quando eu conheci um Tejo limpo, este não tinha as
casas-de-banho com suas sanitas a correr para ele, com toda a quantidade
de produtos químicos que lhes deitam para as higienizar, mesmo através
de etares, nauseabundas, vai lá ter... E mesmo os produtos de higiene,
com a sua falsa rotulagem de benéficos para a pele e para o ambiente,
que vieram substituir o impagável e inocente sabão macaco, nas banhocas,
também vão para às etares.
O progresso também tem alguns "contras".
A loiças eram lavadas num alguidar, com sabão, a água era aproveitada.
Agora, há líquidos cada vez mais potentes, cujo destino, após abrir a
válvula do lava-loiças, nem é preciso dizer para onde vão; mais os
potentes branqueadores de roupa, utilizados nas máquinas de lavar... No
tempo do Tejo limpo, as roupas eram lavadas nos tanques das hortas. Não
estou a dizer com isto que devemos voltar ao tempo do homem das cavernas
ou, mesmo, ao tempo em que fui de Lisboa viver para a província, na
adolescência; mas lá que temos de moderar bastante o nosso consumismo,
lá isso temos.
Florinda Rosa Isabel.
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