sábado, 3 de fevereiro de 2018

NÃO SINTO ORGULHO!


NÃO SINTO ORGULHO!
Sim, meus Amigos, não sinto nenhuma espécie de orgulho pelo dom que possuo relacionado com a criatividade, tanto humorística como de assuntos ditos do quotidiano, da Sociedade.
Seria uma falsa modéstia se eu dissesse não reconhecer que tenho sempre algo para escrever, mas também reconheço que nada fiz por isso, é um dom que nasceu comigo, não me esforcei para o adquirir (nesta vida, talvez me tivesse esforçado noutra...). Por isso, eu valorizo muito mais o trabalho daqueles que têm de se esforçar, quer a estudar, quer a produzir.
Sem eles, meu dom de nada me servia, pois eu não podia sobreviver.
As minhas "brincadeiras" divertem, eu sei, mas são secundárias, primeiro, é preciso alimentar o corpo e cuidar da saúde dele; é preciso construir habitações e por aí...
Eu escrevi humor profissionalmente para rádio e televisão. Não houve um único dia em que me sentasse e olhasse para o papel em branco na máquina de escrever (ainda não havia internet...) que as ideias não viessem. E, actualmente, basta-me uma notícia ou ver algo na rua, sei logo como vou desenvolver. Mas... mas...
Dou muito mais valor a quem tem o dom de conduzir um veículo (pois além de aprender, também o dom é necessário), do que o meu dom de criar textos.
Eu aprendi a conduzir, renovava a carta de condução para fazer a vontade à família, pois todos pensavam que eu ia recomeçar a agarrar-me ao volante um dia qualquer, quando o "medo" me passasse...
Mas eu fui sempre muito responsável e não me arriscaria a colocar em perigo nenhuma vida, de pessoas ou animais.
Assim, quando me apercebi de que o meu dom de condutora ficou preso no bico da cegonha e ela esqueceu-se de o largar na altura em que me largou a mim (🤣) e eu teria de optar: ou o carro deslizava por uma ribanceira ou passava os peões a ferro, decidi nunca mais conduzir.
Se eu fizesse a vontade aos familiares, de certeza não estaria aqui agora a contar isto.
É muito importante que cada um possa exercer o seu dom no local onde trabalha. Infelizmente, muitos têm de optar pelo dom errado, porque nem sempre conseguem arranjar colocação onde seria o ideal, e têm de angariar seu sustento e, alguns, também o da sua família.
Feliz 2018 para todos, seja qual for a profissão que exerçam.
Om Shanti!

Florinda Rosa Isabel

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