As Grandes Causas da Decadência do «Sistema»
(QUARTO)
«...Porque, todo este quadro civilizacional que da Europa decadente foi alastrando pelo Mundo, já não descola do leito de morte em que se atascou. Embora tudo tenha remédio, até a morte! E, neste caso, o remédio é Nascer de Novo. Com efeito, Portugal e a Europa "levantarão a cabeça" de novo, se e quando assumirem a morte da civilização que engendraram e espalharam pelo mundo nos últimos quatro séculos. Enfim, só quando "fizerem o luto"_ epistemológica, científica, política, eticamente_pelo quadro civilizacional que por aí anda a acabar de morrer, é que ficarão mentalmente disponíveis para um Novo Quadro Civilizacional. Soará, então, a Hora de Cumprir Portugal: lançando as bases da Civilização Nova, tal como o propõe a «Teoria do Campo (Caminho) Unitário»(1), através da Ciência Orgânica, da Tecnorgânica, da Sofiocracia, da Ética Científica, no quadro geral da Racionalidade Orgânica. Porque esta obra representa de facto um Projecto Global de Civilização nas suas três dimensões fulcrais: no plano científico-técnico, no plano político-social, e no plano ético-religioso.
Dir-se-á, muito justamente, que isto é só para quem quer; e eu não passarei de um parvalhão como outro qualquer. Conviria, no entanto, completar o aforismo, considerando que: isto é só para quem quer; e quem não quiser cai fora. Sejamos claros: todos os povos de Paleolítico poderiam ter chegado ao Neolítico; e todos os homens, agora poderão chegar à Civilização Orgânica...»
«...A montanha começou a mover-se, e não há nenhuma alternativa válida à pacífica Revolução Civilizacional Orgânica. E também já não é possível ficar quieto à espera que a crise passe. O imobilismo degenera fatalmente na revolta, que, mais cedo ou mais tarde, rebentará violentamente todos os diques que o poder oponha à dinâmica social. E a culpa nunca é do rio da História, mas dos obstáculos contranatura que lhe pretendam travar o curso evolutivo pela Ordem Natural das Coisas.
Mas não é tão laxista esta sociedade, cultivando uma imagem de democracia e tolerância, e aparentemente em mudança vertiginosa sempre receptiva à inovação? Ou será, antes, uma sociedade culturalmente obscurantista e totalitária? É loucamente veloz em circuito fechado (como os motociclistas na «esfera da morte», por exemplo, ao nível da invenção de quinquilharia tecnológica destinada ao entretenimento do frenético homem-macaco); mas é uma sociedade paradigmaticamente estagnada como um pântano putrefacto...»
«...Com efeito, o «sistema», aparentemente, tolera todos os "prós" e "contras". O que o «sistema» não tolera, nem admite é a sã, mansa e genuína radicalidade: de podermos aceder à Sabedoria que os conhecimentos meramente académicos não almejam; de propostas para a sociedade se organizar politicamente, governar melhor, sem recurso a uma classe política institucionalizada; da possibilidade de ascensão espiritual por uma Via de cariz iniciático depurada de interferências culturais.»
(1) Referência aos quatro volumes que viriam a ser publicados, há dois anos, pela Editora Maitreya)
(Continua)
(Florinda Rosa Isabel)
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