sábado, 25 de junho de 2016

«UMA FILOSOFIA UNIVERSAL», DA CONFERÊNCIA IMPROVISADA DO MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV

«Há milhares de anos que os homens adquiriram o hábito de se ficar só pela forma e pela aparência das coisas, negligenciando o seu conteúdo e o seu sentido. Foi isso que fizeram também em relação aos Livros Sagrados, que possuem igualmente  uma forma, um conteúdo e um sentido. A forma, a narrativa, é para as pessoas comuns; o conteúdo moral, simbólico, é para os discípulos, que procuram aprofundá-lo e vivê-lo;   quanto ao sentido espiritual,  esse, é para o Iniciados, que sabem interpretá-lo.
Todos os grandes Iniciados foram construtores de novas formas. Eles sabiam que a forma é necessária, mas introduziram nela uma ciência que as pessoas, na sua maioria, não decifram, pois detêm-se naquilo que se pode ver, tocar, ouvir. É claro que as formas podem ajudá-las, estimulá-las, mas não tanto como se elas conseguissem compreender, sentir, realizar as verdades que elas contêm. Em todas as religiões existe um ensinamento exotérico e um ensinamento esotérico, porque era impossível os seres mais evoluídos, que tinham necessidade de aprofundar os mistérios da Criação, contentarem-se com alguns fragmentos que satisfaziam as pessoas comuns. Foi assim que no seio do cristianismo, a par da Igreja de São Pedro, que reunia a maioria dos fiéis, se desenvolveu secretamente  a Igreja se São João, guardiã da verdadeira espiritualidade, da verdadeira filosofia de Cristo.
Esta questão do espírito e das formas vai extremamente longe. Observando os humanos, percebe-se que eles estão quase todos tão obcecados com a forma que acabam por identificar-se com ela. E assim identificam-se com o seu próprio corpo físico. Tudo o que fazem é para o seu  corpo físico; do espírito, como não o vêem, não se ocupam. Eles não sabem que deste modo se enfraquecem, se embrutecem, pois não é o corpo físico que recebe a verdadeira força nem a verdadeira vida. Ao identificarem- com o corpo físico  (a forma), eles não desenvolvem o espírito, que é eterno, imortal, omnisciente, uma centelha de luz saída do próprio Deus.
Esta filosofia materialista, que está tão generalizada, limita os seres humanos.  Como eles já não são iluminados, guiados, inspirados, pelo espírito, tornam-se mesquinhos, limitados, sectários, e depois julgam tudo na vida segundo esse seu ponto de vista limitado. Eles crêem que possuem o melhor dos pontos de vista... mas não, têm uma visão parcial, sectária. Há pessoas sectárias por todo o lado, em todos os domínios: económico, político, científico, religioso, filosófico, artístico...»


«Colecção Izvor»
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(Florinda Rosa Isabel)




















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