domingo, 12 de junho de 2016

«AVANÇAR SEM MEDO», PELO AMADO MESTRE OMRAAM MIKHAEL AIVANHOV

AVANÇAR SEM MEDO...

Ao longo do caminho da vida, nós avançamos cercados por todos os tipos de perigos e nunca sabemos o que nos pode acontecer. Ter medo é, pois, uma reacção natural. Mas esse instinto, tão necessário à sobrevivência humana, pode tomar formas completamente irracionais, tão irracionais que, em vez de os salvarem, elas causam a perda de grande quantidade de homens e mulheres. Quantos não houve que, mergulhados no medo, se lançaram precipitadamente para o fogo, saltaram no vazio ou se afogaram!
E completamente irracionais são também, muitas vezes, os motivos do medo. Pessoas capazes de enfrentar verdadeiros perigos fogem perante aranhas, ratos ou sapos completamente inofensivos. E algumas, que se aventuram a ir de noite à montanha no meio de relâmpagos e tempestades, tremem perante a ideia de andar de avião ou de elevador. Por que razão se tem certos medos e outros não?
Na Bulgária, eu tinha um amigo que, nas discussões, fazia frente a todos os homens. Mas se, na rua, uma mosca ou uma vespa voasse em seu redor, fugia enlouquecido aos gritos, mesmo correndo o risco de ser atropelado. Muitas vezes tentei fazê-lo compreender que, bem mais que as moscas e as vespas, era esse medo que o punha em perigo, mas não havia  nada a fazer. A única explicação para este tipo de medos é que a memória de acidentes que essas pessoas viveram num passado próximo ou distante, por vezes, até, numa incarnação anterior, está inscrita no seu consciente.
Mas sejam quais forem essas causas e essas manifestações, o importante é aprender a dominar o medo. Como ele paralisa a reflexão e arrasta o corpo para actos desordenados perante aquilo que é ou parece ser um perigo, a primeira coisa a fazer é parar, pelo menos alguns segundos, a fim de não ceder à emoção e retomar o controlo. Senão, corre-se o risco de fazer como o passageiro de um paquete prestes a afundar-se: antes de ser evacuado num bote salva-vidas, ele queria ir à sua cabine, buscar a carteira que continha os seus documentos; no regresso, no convés, agitava na mão um frango assado, pois, com o pânico, tinha ido parar à cozinha!
Para vencerdes o medo, não deveis dar-lhe a possibilidade de vos perturbar o espírito. Por isso, em vez de procurardes fugir de qualquer modo  e seja para onde for, deveis respirar profundamente, a fim de recuperardes o domínio do vosso coração, do vosso sistema nervoso e dos vossos membros. Se deixardes os vossos membros agitarem-se, perdereis por completo o controlo sobre eles.É como se tivésseis aberto a porta de uma jaula de feras: uma vez cá fora, é muito difícil fazê-las reentrar. Mas se, pelo contrário, instalardes outros reflexos no lugar dessa agitação, acalmar-vos-eis, tudo ficará de novo em ordem e podereis tomar as melhores decisões.
Do Livro: «NAS FONTES  INALTERÁVEIS DA ALEGRIA»
(Colecção Izvor

Éditions Prosveta/Publicações Maiteya_Portugal. (pág.82/84)

 (Florinda Rosa Isabel)















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