O Natal e a Páscoa - 10 de Outubro, 2017
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Caros Amigos,
Como habitualmente às terças-feiras, partilhamos mais um texto que aleatoriamente foi selecionado, esperando que vá ao encontro da necessidade da maior parte de vós. E hoje foi selecionado o livro "O NATAL E A PÁSCOA NA TRADIÇÃO INICIÁTICA", do Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov, inserido na colecção "Prosveta".
Parte do Cap. V - "A Ressurreição e o Juízo Final" -
Quanto à ressurreição dos mortos, Jesus responde: «Deus não é Deus dos mortos, é Deus dos vivos.» Mais uma questão que não foi compreendida. Eis, então, alguns pontos importantes que devemos estudar para esclarecer este problema extraordinariamente importante que continua obscuro: a ressurreição. Há dois mil anos que a cristandade fala da ressurreição e lê as passagens dos Evangelhos onde é relatado que Jesus ressuscitou: algumas mulheres chegaram ao jardim, havia um anjo perto do túmulo, mas Jesus já lá não estava, e apareceu em seguida a Maria Madalena, depois aos seus discípulos, etc… Hoje não iremos ocupar-nos dessas passagens para não nos dispersarmos; focar-nos-emos somente no significado das palavras de Jesus na página que acabo de vos ler. Vós sabeis como a maioria dos cristãos compreendem a ressurreição dos mortos: um homem morre, é enterrado, e daí em diante vai ficar no seu túmulo à espera do dia da ressurreição. Portanto, todos os homens que morreram desde o começo da história, desde há milénios e milénios, continuam à espera. O momento da ressurreição ainda não chegou e só virá no fim dos tempos… Pois bem, eu não acredito nesta ressurreição. Porquê? Porque as criaturas já lá não estão. E onde estão elas? Quando elas são enterradas, passa-se mais ou menos a mesma coisa que nas tipografias (refiro-me às tipografias antigas): cada página de um livro era feita com letras de chumbo; depois, uma vez impresso o livro, os carateres eram de novo colocados dentro de pequenos compartimentos de onde seriam retirados no dia seguinte, numa ordem diferente, para compor um outro livro. Acontece o mesmo com o homem: vieram os impressores… sim, os quatro elementos… e, com partículas de terra, de água, de ar e de fogo, compuseram o seu corpo. Quando o homem morre, tudo se dispersa. Passado algum tempo, só restam os ossos, e depois também os ossos desaparecem. Para onde foram todas aquelas partículas? Umas entraram na terra, nos rochedos, nas árvores, outras nos oceanos, nos ribeiros, outras na atmosfera, e algumas voltaram para o sol, para o fogo. Então, onde se há de ir agora procurá-las para ressuscitar todos os seres que foram enterrados? Quando se pensa em todos os monstros, em todos os assassinos e em todos os palermas que povoaram a humanidade… E todos os que eram doentes, cancerosos e sifilíticos... Que espetáculo! Pergunto-vos se pensais que se deve ressuscitá-los! Uma verdadeira corte de milagres! Se tivésseis visto o que eu vi na Índia… Todos aqueles pobres mendigos, leprosos, mutilados, sem nariz, sem orelhas, nem braços, sem pernas… Era de ficar com o coração apertado… Então, será que vão ressuscitar milhares e milhares como eles? Sabeis quantas pessoas já nasceram e morreram desde que a humanidade existe? Não se pode sequer fazer um cálculo. E não é tudo. Onde é que se vai pô-las quando regressarem? Não haverá espaço suficiente na terra. E, além disso, será preciso demolir o mundo inteiro para recuperar as partículas dos seus corpos nas árvores, nos rochedos, nas montanhas, nos ribeiros, nos oceanos… Toda a terra tem de ser revolvida para se poder reconstruir esses energúmenos! Peço desculpa, eu sei bem que se encontram entre eles alguns santos e alguns profetas, mas esses são uma minoria e estão perdidos lá pelo meio, como uma gota de água no oceano. Então, eu pergunto-vos, a vós, os estetas, o que achais desta perspetiva? Voltar a ver toda essa gente erguida, em carne e osso, para ser julgada… Oh! Meu Deus, como eu lamento os juízes celestes! Como irão eles suportar os cheiros? Sim, pois tudo terá de ser reconstruído. Ora, ora... Como é possível julgar alguém se não se sabe como ele cheirava? Não se pode julgá-lo. É necessário que todas as provas sejam reunidas, todas as provas concludentes, e eu pergunto-me como é que esses grandes espíritos vão poder resistir a tanta fealdade? Pobres cristãos! E eles ficam maravilhados com a ideia de que, um belo dia, toda a humanidade vai ressuscitar: os seus tios, as suas tias, os seus avós… Por enquanto, toda essa gente aguarda, imóvel; há milhões de anos que eles dormem nos túmulos… Reparai bem nesta escola de preguiça que o Senhor inventou! Que paciência Ele tem, para deixar ficar toda essa gente imóvel durante tanto tempo, sem servir para o que quer que seja na economia cósmica! Como é que o Senhor, que é tão ativo, pode tolerar uma tal inércia, Ele que cria continuamente um novo céu e uma nova terra e nunca descansa?... Direis vós: «Segundo a Bíblia, Ele descansou no sétimo dia.» Sim, mas esse descanso que Ele fez, ao que parece, no sétimo dia, na realidade foi um outro trabalho. Se o Senhor precisasse de descansar, eu já não acreditaria n Ele. Eu diria: «Oh, coitado, se Ele se cansa é porque deve ter impurezas no seu organismo!» Deus é pureza absoluta, e na pureza absoluta não existe fadiga. Espanta-me sempre ver como os cristãos compreendem as coisas! Eles reduzem tudo à dimensão humana e, em lugar de o homem vir a ser como Deus, é Deus que age como homem. Ele tem as mesmas fraquezas, em particular a cólera, a ponto de Moisés ter sido obrigado a falar com Ele para O acalmar, para O serenar, para O aconselhar… Senão, Ele exterminaria todo o seu povo. É incrível! Eu não acredito em nada disso. Então, peço desculpa se vos choco, mas vou dizer-vos o seguinte: houve um Antigo Testamento, houve um Novo Testamento e vai haver um Terceiro Testamento, que está a ser preparado. Isto não quer dizer que não existem coisas verídicas nos dois Testamentos. É claro que sim, mas estavam adaptados aos homens da época em que foram escritas. Porém, os tempos mudaram, agora é preciso um Terceiro Testamento, e eu afirmo-vos que ele virá. Não irá contradizer os dois anteriores, mas fará alguns acertos, alguns ajustes… O Novo Testamento não contradiz o Antigo. Em certos pontos, sim, um pouco, pois, sendo os humanos como eram na época de Moisés, não se podia dar-lhes outro ensinamento senão o da justiça. Depois, veio Jesus moderar a mensagem de Moisés, trazendo o ensinamento do amor. E agora, que os tempos mudaram, agora que os homens têm outras necessidades e aspirações, o próprio Cristo, que vela pela evolução da humanidade, prepara outra vez um Novo Testamento. Como será escrito e por quem, não é necessário dizê-lo, mas será assim. A Igreja não quererá aceitá-lo, pois ela proíbe o próprio Deus de fazer o que quer que seja de novo, do mesmo modo que, em nome da lei de Moisés, os Fariseus e os Saduceus proibiam Jesus de se meter nos assuntos do Senhor. Mas, quer ela aceite quer não, aquilo que eu estou a dizer-vos realizar-se-á. Mas falemos de novo desses mortos que já se encontram desagregados e dispersos pela natureza… Como é possível reconstituí-los, se, com esses mesmos materiais, a natureza já fez gerações e gerações sucessivas de seres humanos? Para poder recuperar uns, é preciso, necessariamente, destruir os outros. Por conseguinte, como estais a ver, a ressurreição dos mortos, tal como muita gente a imagina, é inverosímil, não resiste à lógica e ao bom senso.
Até breve!
10 de Outubro, 2017
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