(TERCEIRO)
«...Porque, só podemos abrir uma porta fechando a outra. O "macaco" ascende à condição humana pela tomada de consciência da Religação Cósmica Universal, transformando-se num Ser ecológico-religioso. Pois a consciência ecológica e a consciência religiosa, em última análise, são uma só. Com efeito, a ecologia, definindo-se genericamente pela consciência da interligação cósmica universal, acaba por dar substância, corpo, natureza, maternidade, ao próprio significado etimológico da palavra "religião". De facto, somente a consciência ecológica e a Consciência Religiosa distinguem o homem do animal. E as duas se fundem na Consciência da Unidade Cósmica Universal. Pois a Consciência Religiosa e a consciência da religação universal vista a partir do Pai Creador; e a consciência ecológica é a consciência da mesma religação universal vista a partir da Mãe Natureza. O que redunda, afinal, no Evolucionismo-Criacionismo exaustivamente explicado na "Teoria do Campo (Caminho) Unitário"(1). Enfim, é pela consciencialização ecológico-religiosa que o "macaco" se eleva à condição humana; e é perdendo essa consciência que o homem degenera retornando ao "macaco". Ou como, centrando-se predominantemente no seu lado animal, o homem vai perdendo os "Valores" éticos, a civilização, a humanidade, regredindo sempre, até retornar ao "macaco". (Se bem que a génese do Ser Humano não seja assim tão simplista; pois cada trajectória tem a sua dinâmica genealógica específica sem quebrar a Unidade Cósmica, um pouco à imagem da sucessão das ondas marítimas e do efeito maré.)
Disse que a consciência ecológica é a consciência da religação cósmica universal. Definição que coincide com o significado etimológico da palavra «religião». Donde, a consciência ecológica e a Consciência Religiosa nascem com o homem. Quer dizer, o homem descola do "macaco", pela tomada de consciência ecológico-religiosa. E assim, a humanização dependendo do desenvolvimento ético do homem. De facto, ser homem é, antes do mais, auto-construção ética. E auto-construção ética com a indispensável ajuda Divina, ou, melhor dizendo, com a indispensável aceitação e abertura a essa ajuda Divina. Pelo que, sempre que o homem, a sociedade, a Humanidade, se fechem à ajuda Divina, entram automaticamente em regressão no sentido da animalidade, do retorno ao "macaco". E assim, por cada acto, o homem ou de diviniza ou se animaliza; ou progride eticamente ou regride no sentido da amoralidade própria do animal. E sempre que o homem, a sociedade, regridem eticamente, estão perdendo a Humanidade, e acabarão por perder todos os benefícios civilizacionais. Inclusivamente, a liberdade, o livre-arbítrio. Pois exactamente ao contrário do que gosta de proclamar o homem-macaco: a liberdade vem-nos pelo desenvolvimento do Ser no quadro da Ordem Natural das Coisas, e não por conquista. O que se adquire por conquista é a permissibilidade que dura o tempo da revolta, uma pseudo-liberdade que faz regredir o homem ao animal. Eu (homem ético) sou livre, faço o que devo; eu (homem-macaco) sou "livre", faço o que quero: eis a questão.E é por tudo isto, que não é preciso ser bruxo para vaticinar que esta civilização está em rota de morte.»
(1): referência a quatro volumes com esse título, já editados por Publicações Maitreya.
(Continua)
Florinda Rosa Isabel
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