domingo, 19 de julho de 2015

EU, FACEBOOKIANDO: «QUE NINGUÉM ME PEÇA PARA EU REZAR POR...»

    É isso aí!
    Conforme vou evoluindo, subindo, volvo os olhos para baixo, vejo tantos dos meus irmãos de caminhada tão atrasados... Observo-os a falarem muito alto, conversas completamente inúteis, tagarelices, gastos de energia duplamente prejudiciais, tanto para os tagarelas como para quem tem de os ouvir... Vejo-os a puxarem pela roupa dos interlucotores, a baterem-lhe por tudo quanto é sítio... «Blá! Blá! Blá! E.... Toma! Toma! Toma!», vá de malhar-lhes o pêlo... Alguns batem com a costa da mão, quando têm anéis... upa, upa!
    Até na forma de caminhar se notam as pessoas involuídas, desengonçam-se todas, para se sentarem é à bruta, sem nenhuma elegância, pernas abertas nos transportes públicos, cantam ou tocam música em altos berros, viram as pernas para o lado e esticam-nas, para irem a falar para as conhecidas, quem quiser passar tem que se desviar... Não raro, atiram com as mochilas para o local de passagem e soltam-lhes as "asas"... e lá vai um passageiro mais desavisado a cair com o pé enfiado... Ao dirigirem-se a uma qualquer repartição,  interrompem os funcionários que estejam em atendimento, quando se sentam, travam  conversa com  quem está ao lado, falam alto, incomodando quem tem de estar atento ao seu serviço.
    Quando me ponho a olhar para baixo, quando calculo quantos degrauzitos já subi em relação a alguns, parece que oiço a Voz de Deus a dizer: «Agora, olha para cima e vê lá quantos te faltam ainda  para alcançares os que estão a subir à tua frente...»
      Aí, eu olho e fico cansada, só de fazer os cálculos... «Ena, tantos!» Mas respiro fundo e continuo a subir... De vez em quando, amigos me dão a mão e eu ganho novo fôlego... E como é que eles me dão a mão? Ensinando-me o que não consigo apreender das  lições diárias, chamadas «mais um dia de vida»... Outras, por simples discernimento, deduzo que está errado, pronto! Não tem lógica, não faz sentido! Como essa de que falo a seguir.
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    É hábito fazerem-se correntes de oração, quer por e-mail, quer aqui no facebook. Tenho amigos que se ressentem por eu não lhes dar o meu apoio.
    Ora vamos lá a discernir a situação... Quando me pedem para votar num animal ou numa criança, eu recuso. Porquê? Porque considero uma injustiça, visto que todos pertencemos a uma única corrente de vida, todos somos o UM. Portanto, se eu voto no animal ou na criança X, estou automaticamente a favorecê-los em relação a outros concorrentes. Contribuo para o seu aumento de votos, logicamente, ajudo a diminuir as chances dos outros. Considero isso um tipo de corrupção e compadrio.
    Mas o mais incompreensível, o pedido que  eu nunca imaginei que alguém fizesse, foi o de pedirem para rezarem para alguém ganhar algo (já nem me recordo o quê, se era uma prova qualquer, pois passei adiante)...
    Vamos por partes: Quando se pede para rezar, é porque se tem fé em  Alguém que tem poder para dar um jeito... Se pedirem para rezar para que esse candidato não se magoe, não sofra nenhum acidente, tudo bem!O facto de pretendemos salvar a integridade física de alguém, não implica que os seus adversários tenham necessariamente de sofrer nenhum acidente para benefício do nosso protegido. Mas, meus amigos, pedir para que ele ganhe, já é tentar que esse Alguém poderoso, que tem o poder de influenciar, se decida por um em prejuízo dos outros todos...
    Isso não é considerado pecado grave, dada a ignorância e a falta de discernimento da maioria das pessoas por aqui, é tudo à pressa, aparece algo «Vamos lá!» não têm tempo para pensar! Se pensam, deixam o pensamento pela metade, aqui é tudo pela metade, até os beijos só têm 3 letras (bjs)... Ah! Ah! Ah!
     Não se trata de falta de tempo, mas de opção. Para se ter tempo para gastar, por vezes, em  "distracções improdutivas" (farto-me de receber convites...), não chega o tempo para fazer algo completo, fica-se pelas "abreviaturas"... Mas tudo bem, isso não traz qualquer perigo, excepto a dificuldade de,  por vezes, se perceber o que se lê... Mas discernimento pela metade... pode se perigoso!
     Se, um dia, eu souber que esse "Alguém" tão poderoso ao Qual se reza a pedir favorecimentos, aceita o suborno, vou ficar muito, mas muito decepcionada com Ele!

   Florinda Isabel


 



















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